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Controle biológico vai reforçar a guerra contra o Aedes aegypti no Distrito Federal

Biolarvicida e filhotes de peixes em espelhos d´água serão utilizados no combate aos focos do mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e do zika vírus a partir desta segunda-feira (18/1)

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1 de 1 d5f0ac56-ce10-486b-a090-2978b0cdff33 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A guerra contra o Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus, vai ganhar reforço a partir desta segunda-feira (18/1) no Distrito Federal, com a adoção do controle biológico com biolarvicida e alevinos (que são filhotes de peixes, logo depois de sair do ovo). Os peixes comem as larvas do mosquito e serão colocados nos espelhos d’água.

Para abastecer as equipes da Vigilância Ambiental do DF com o biolarvicida, o Governo do DF estabeleceu uma parceria com a União Química. A empresa doará o BPI (bacilo purigenes israelenses), que promete ser mais eficiente e causar menos impacto ao meio ambiente, por ser orgânico. As ações de controle ambiental serão realizadas nas regiões com o maior índice de focos do mosquito: Santa Maria, Gama, Brazlândia, Lago Norte e Planaltina.

No caso dos filhotes de peixe, 400 alevinos de lambaris serão espalhados por espelhos d’água de espaços públicos em regiões mais afetadas por focos do vetor. Será um para cada 20 metros cúbicos. Os alevinos serão doados pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).

Segundo o subsecretário de Vigilância à Saúde da Secretaria de Saúde, Tiago Araújo Coelho de Souza, a escolha foi devido à espécie ser resistente e sobreviver a situações adversas, além de alimentar-se basicamente de larvas e insetos. Um biólogo da subsecretaria acompanhará a entrega para explicar os cuidados necessários com os alevinos. Posteriormente outras áreas do DF devem ser atendidas. A expectativa é ultrapassar, neste ano, a produção dos peixes de 2015: cerca de 15 mil.

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Novas medidas de combate à dengue foram anunciadas pelo governador Rollemberg na manhã desta segunda-feira (18/1)*Rafaela Felicciano/Metrópoles**

 

Bacillus
Os 600 litros do Bacillus thuringiensis israelensis serão aplicados inicialmente no Gama, Recanto das Emas e em Santa Maria. Uma gota é suficiente para pelo menos um litro de água, segundo o diretor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde, Divino Valero.

O larvicida biológico não representa risco ao meio ambiente nem ao ser humano, mesmo se ingerido. A estimativa feita pelo diretor é que os bacillus causem a morte das larvas do mosquito em até uma hora. “Ele atua destruindo o estômago da larva”, explica. Valero esclarece que o produto será aplicado inicialmente por seis meses para ser comprovada sua eficácia.

Os bacillus são extraídos da terra e fermentados. A gota do larvicida age do primeiro ao quarto estágio da larva. Juntas, as fases chegam a durar cerca de cinco dias.

Em 7 de janeiro, o governo criou uma sala de situação para reunir a coordenação da força-tarefa de combate ao mosquito, identificar início dos focos e informar ao governo federal sobre os casos de doenças transmitidas pelo vetor.

Apesar dos esforços, o subsecretário de Vigilância à Saúde reforça que é imprescindível a participação popular no combate. “É importante que os moradores abram as portas para os agentes”, diz Tiago Souza. Segundo ele, 30% da população ainda apresenta resistência às visitas.

Casos em 2016
De acordo com o primeiro boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde com dados de 2016, o Distrito Federal registrou 38 casos suspeitos de dengue até o dia 11 de janeiro, com 36 confirmados. Desses, 31 são residentes de Brasília e cinco de outras unidades da Federação.

Em relação ao mesmo período do passado, quando houve 94 casos notificados e 59 confirmados, houve redução de 64,89% e de 47,46%, respectivamente. Das regiões administrativas com mais casos neste ano, Brazlândia (13) e Planaltina (5) lideram a lista.

Zika vírus
Também até o dia 11 de janeiro, foram notificados cinco casos suspeitos de febre causada pelo zika vírus. Desses, quatro pessoas são residentes de Brasília e um de Santo Antônio do Descoberto (GO). Dois foram confirmados, um em cada cidade. Para pessoas com suspeita de febre chikungunya, foram registradas duas ocorrências no primeiro boletim de 2016, mas nenhuma foi confirmada.

Cidades visitadas
Nesta semana, as regiões administrativas de Brazlândia, do Gama, do Lago Norte, do Lago Sul, de Planaltina, do Plano Piloto e de Sobradinho II recebem atividades do Plano de Ação para o Enfrentamento das Doenças Transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. O grupo é formado por militares do Exército Brasileiro, bombeiros e agentes da Vigilância Ambiental, da Secretaria de Saúde, entre outros, como da Defesa Civil e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU).

A equipe se dividirá da seguinte forma: de segunda (18) a quarta (20), estará no Gama e em Planaltina; de segunda a sexta (22), em Brazlândia e em Sobradinho II; e de quinta (14) a sexta, no Lago Norte, no Lago Sul e na Asa Norte.

Os entulhos em locais públicos serão retirados. Nas visitas a residências, os moradores receberão orientações sobre o acumulo de lixo e a água parada. Desde o início da força-tarefa, em dezembro, nove regiões administrativas foram visitadas — Águas Claras, Brazlândia, Lago Norte, Lago Sul, Planaltina, Plano Piloto, São Sebastião, Sobradinho II e Varjão.

Até o momento, foram recolhidas 22.882 toneladas de lixo e entulho, 24.500 imóveis foram visitados e 660 localidades foram identificadas como possíveis focos do mosquito. Os materiais foram coletados e encaminhados para a comprovação laboratorial. (Com informações da Agência Brasília)

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