Com unidades da rede lotadas, Hospital de Campanha da PMDF tem só 7% de leitos de Covid-19 ocupados
Número baixo contrasta com hospitais da Asa Norte (Hran) e Ceilândia (HRC), que extrapolaram a capacidade
atualizado
Compartilhar notícia
Inaugurado em 1º de agosto, o Hospital de Campanha da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) tem 92,5% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para Covid-19 vazios. Segundo a Secretaria de Saúde, apenas 6 dos 80 leitos de UTI com suporte de hemodiálise estavam ocupados até a noite dessa terça-feira (15/9).
O cenário é completamente antagônico em outros hospitais da rede pública. Ainda conforme dados da sala de situação do GDF, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) extrapolaram sua capacidade.
Outras unidades, como o de Santa Maria (HRSM) e o Base (HBDF), apresentam 65% das vagas preenchidas.
Atraso na inauguração
A unidade poderia ter começado a funcionar no meio de julho, mas uma decisão do TCDF que atendeu recomendação do Ministério Público de Contas (MPC-DF) travou o início das atividades do hospital.
A partir da comparação com um serviço semelhante contratado pela Prefeitura de Salvador, na Bahia, o MPC-DF levantou suspeitas de irregularidades envolvendo o acerto firmado no Distrito Federal entre a Secretaria de Saúde e a Associação Saúde em Movimento (ASM). O valor do contrato local em questão foi de R$ 60,5 milhões.
Anteriormente, o GDF havia selecionado o Instituto Med Aid Saúde (Imas), por R$ 85,1 milhões, para a realização do serviço no Hospital de Campanha da PM. Mas o Imas acabou desqualificado pelo próprio governo porque não cumpria algumas das exigências previstas na Lei das Licitações. Nesse caso, o MPC e a Corte de Contas também chamaram a atenção para irregularidades.
O que diz a secretaria
A Secretaria de Saúde enviou nota à reportagem esclarecendo que o direcionamento de pacientes para leitos de UTI do Hospital de Campanha da PM está suspenso temporariamente.
“A suspensão ocorreu após vistoria da Gerência de Riscos da Vigilância Sanitária, juntamente com apontamentos do Complexo Regulador, mostrar baixa performance nos indicadores de serviços”, diz a pasta.
A unidade vai voltar a receber pacientes quando forem apresentadas soluções para o cumprimento das recomendações dadas pelas áreas técnicas. “Nesta terça-feira (15), dos 720 leitos Covid com suporte de ventilação mecânica, 317 estão vagos. A taxa de ocupação desses leitos gira em torno de 51%”, conclui.