Centro de Saúde 3 de Planaltina corre risco de fechar as portas
Uma ordem de despejo foi emitida após GDF atrasar o pagamento do aluguel do imóvel
atualizado
Compartilhar notícia
Os moradores de Planaltina que utilizam os serviços do Centro de Saúde 3 correm o risco de ficar sem atendimento na unidade. Após o Governo do Distrito Federal acumular uma série de débitos com a proprietária do lote, a Justiça emitiu uma ordem de despejo. A decisão, marcada para abril deste ano, foi suspensa, mas apenas temporariamente. A Secretaria de Saúde explicou que a Procuradoria Geral do Distrito Federal mediou a apelação para que a decisão seja revista pelo desembargador.
Em nota, a pasta informou que efetuou os pagamentos apenas de janeiro a outubro de 2015, restando os meses de novembro e dezembro. E apontou que, em relação “ao corrente ano de 2016, até o presente momento, não foram apresentados os recibos de aluguéis para quitação dos débitos. Já a dívida referente ao mês de dezembro de 2014 será tratada conforme o Decreto 37.120, de 16 de fevereiro de 2016, que dispõe sobre o reconhecimento de despesas de exercícios anteriores.
Para tentar remediar a situação, o GDF reformará um prédio doado pelo Corpo de Bombeiros e abrigará, no futuro, a unidade de atendimento no local. No entanto, a licitação intermediada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), ainda não foi feita e a pasta não informou a data de quando o processo será iniciado.O Centro de Saúde 3 atende as especialidades de ginecologia, pediatria, clínica médica, dermatologia e odontologia. Somente em fevereiro, a unidade recebeu 3.810 pacientes.
A secretaria esclareceu que “em situação extrema, um plano está em elaboração para que outros centros de saúde próximos absorvam os profissionais da referida unidade e deem continuidade ao serviço”.
O baixo orçamento vem afetando outras áreas da saúde pública do DF. Neste mês, o Metrópoles mostrou que a FBM Farma, empresa responsável pela manipulação da alimentação especial intravenosa voltada para pacientes que se encontram na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), não recebe pelo serviço desde setembro de 2015 e avisou que vai interromper o fornecimento do produto.
A falta de dinheiro não é o único problema enfrentado pela gestão. Epidemias de doenças infecciosas, falta de equipamentos e medicamentos, investigações do Tribunal de Contas do DF (TCDF) e de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara Legislativa intensificam, a cada dia, a crise na saúde.