Centro de Saúde 10, em Ceilândia Sul, está sem medicação e telefone
Pacientes reclamam que não conseguem remédios de rotina nem contato com o local. Telefones estão cortados há cinco meses
atualizado
Compartilhar notícia
Pacientes do Centro de Saúde 10 de Ceilândia Sul têm reclamado que o local está com várias medicações em falta, além de telefone e internet cortados. O serviço de telefonia está suspenso há cinco meses, por falta de pagamento.
O aposentado Melquizedeque Ribeiro, 60 anos, é paciente do posto e falou ao Metrópoles sobre o caso: “Faço uso periódico de remédios, como diamicron (para o fígado e os rins), losartana (contra hipertensão) e hidroclorotiazida (diurético). Fui ao posto buscá-los e estavam todos em falta”, relata.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde admitiu a falta dos remédios. “A pasta reconhece que os medicamentos estão em falta nesta unidade e que a reposição já foi solicitada ao Núcleo Regional o mais brevemente possível.”
Sobre os telefones dos hospitais e centros de saúde do DF, a pasta disse que ainda “está analisando as faturas para pagamento à empresa Oi. A pasta reitera que tem feito todos os esforços para restabelecer o serviço”.MP questiona situação
Nos últimos meses, o Metrópoles publicou uma série de matérias informando os problemas com as linhas telefônicas. A situação levou o Ministério Público de Contas do DF (MPC-DF) a pedir ao Tribunal de Contas do DF (TCDF) que apure por que a Secretaria de Saúde não faz licitação para os serviços de telefonia há 16 anos.
Segundo a promotoria, a informação foi repassada pela própria pasta, após questionamento feito pelo MPC-DF e pela 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
A resposta à questão chegou em 31 de agosto. De acordo com a SES-DF, desde 1998 não há licitação para serviços de telefonia. O documento diz ainda que o serviço era prestado de forma precária, causando danos à população.
A fim de tentar solucionar o problema, a secretaria pediu ao Ministério do Planejamento que fizesse parte de uma licitação em andamento para contratar empresa especializada na prestação desses serviços.
No entanto, a licitação não foi feita e as faturas com a Oi também não foram pagas. Em setembro, a dívida chagava a R$ 1,16 milhão.