Casos de leptospirose aumentam no DF. Volta do período chuvoso deixa Secretaria de Saúde em estado de alerta
A doença é transmitida por uma bactéria presente na urina de ratos. Somente no prímeiro semestre de 2015, cinco pessoas morreram na cidade
atualizado
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Dengue, febre chikungunya e zika vírus. Essas palavras não param de assombrar os moradores do Distrito Federal. Enquanto a população e o Governo do DF mobilizam esforços para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor desses males, uma doença chamada leptospirose vem avançando pelas regiões administrativas. Somente no primeiro semestre de 2015, foram registrados 21 casos de contaminação e cinco mortes. Em todo o ano de 2014, a Secretaria de Saúde contabilizou 17 ocorrências e cinco mortes.
No Distrito Federal, de 2010 até os primeiros seis meses de 2015, ocorreram 122 casos da doença e 15 pessoas morreram. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, houve 4.706 registros em 2014, com 327 mortes. Só este ano, até 26 de agosto, já são cerca de três mil casos no país e 198 óbitos.
Transmitida pela bactéria leptospira, presente na urina de ratos, a leptospirose se desenvolve com uma maior incidência nos períodos chuvosos. Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde em setembro deste ano, durante os meses de março e abril, houve um aumento na precipitação pluviométrica, que ultrapassou a média dos últimos 10 anos.
Além disso, a interrupção dos serviços de coleta de lixo, de limpeza das áreas verdes e de remoção de entulhos nas vias públicas, que ocorreu algumas vezes durante o ano, também contribuiu para a proliferação das colônias de ratazanas e, assim, o aumento de casos da doença.
Chuva
Com a volta do período chuvoso, a doença volta a preocupar. Segundo a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), a presença de ratos é maior em áreas onde há lixo acumulado, ração para animais e comidas expostas. Por isso, o monitoramento se concentra mais em locais como feiras, lanchonetes e em pontos como a Rodoviária do Plano Piloto e Setor Comercial Sul.
Nos seis primeiros meses deste ano, oito das pessoas infectadas tiveram contato com a doença por meio do contato com lixo e entulho abandonado. Fossas, caixas de gordura e locais com o esgoto a céu aberto foram responsáveis por seis do casos contabilizados pela pasta.
Para evitar a multiplicação dos roedores e o aparecimento de novas ocorrências da leptospirose, confira algumas das recomendações apontadas pela Secretaria de Saúde:
- Tomar cuidado com o manuseio do lixo
- No caso de higienização de fossas e caixa de gordura, o ideal é usar luvas e, na ausência do material, sacolas plásticas
- Limpar bem o local onde fica a comida dos animais de estimação
- Cuidado ao passar por áreas alagadas pela chuva que podem trazer resquícios da urina do animal
- Além da higienização da casa e limpeza do mato ao redor da residência
A população pode ainda comunicar sobre infestação de ratos no telefone 3343-8804.