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“Caça ao mosquito será de casa em casa no DF”, garante governador em exercício

Depois de perder a cunhada vítima de dengue hemorrágica, Renato Santana diz que população precisa abrir as portas e ajudar a eliminar focos do Aedes aegypti

atualizado

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1 de 1 santana - Foto: Gabriel Ramos/Metrópoles

Com 1.794 casos de dengue confirmados apenas este ano (quase quatro vezes mais do que no mesmo período do ano passado), o Distrito Federal aderiu à campanha nacional de conscientização contra o mosquito Aedes aegypti. Na manhã deste sábado (13/2), o governador em exercício Renato Santana (PSD) abriu a mobilização em Brazlândia, região administrativa que concentra o maior número de casos registrados da doença. Em tom crítico e ácido, lembrou a dor de perder uma pessoa próxima vítima da dengue. “Senti na pele a falta de combate ao mosquito. Meu irmão perdeu a mulher, sendo a primeira morte por dengue hemorrágica do DF. Não queremos papel, estudos e burocracia. Temos que fazer um trabalho de porta a porta”, desabafou.

Ao lado do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, escalado pela presidente Dilma Rousseff para representá-la no evento, Santana explicou a escolha de Brazlândia: “Não há kit que resolva. Vamos entrar na casa das pessoas. Temos casos como o da Região da Vendinha, em Brazlândia, onde 70% da população já pegou dengue. É uma população de 15 mil habitantes. Um cenário como esse não pode existir”.

Segundo dados do Ministério da Saúde, de cada 10 focos do mosquito, oito estão dentro de residências. No Distrito Federal, 328 mil casas foram visitadas, mas 17% estavam fechadas”. “A ajuda da população é importante. Cada família deve abrir a.porta de sua casa para esse exército que montamos para combater o Aedes. “A caça ao mosquito será de casa em casa no DF” “, garantiu Santana.

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Renato Santana, Tombini e o secretário de Saúde, Fábio Gondim, percorrem ruas de Brazlândia*Gabriel Ramos/Metrópoles**

 

Tombini também vestiu a camisa e destacou que 24 milhões de residências em todo o país já foram visitadas. “Aqui em Brazlandia não será diferente. Com a força de todas as esferas de governo não deixaremos uma casa sem ser visitada.”, anunciou.

Questionado por jornalistas se era mais fácil combater o Aedes do que a inflação, o ministro esquivou-se ao dizer que era o “dia nacional de mobilização” e que, se as pessoas incorporarem o hábito de limpar os criadouros do mosquito, o vetor transmissor da dengue, zika e chikungunya será diminuído “significativamente”, uma vez que não existe vacina para impedir a transmissão das doenças causadas por ele. Antes, ele comparou esse hábito ao uso do cinto de segurança.

O presidente do BC tampouco respondeu diretamente sobre o impacto econômico para o País da epidemia de doenças causadas pelo Aedes, especialmente em razão dos Jogos Olímpicos. Disse que as ações de combate ao vetor serão intensificada nos próximos meses e frisou que o evento esportivo ocorre no inverno, o que naturalmente ajuda na diminuição dos casos de doença transmitidas por ele. “Isso, por si só, já reduz a incidência do mosquito”, avaliou.

Visitas
A primeira casa visitada foi a da aposentada Adelaide Lopes Lucas, de 79 anos. Ela abriu as portas de e mostrou todo o cuidado para que não tenha foco e nem criadouros do mosquito em seu terreno. “Aumentei o cuidado depois que peguei dengue, no final do ano passado. Passamos a esvaziar vasos de plantas e nos livramos de todos os recipientes que possam acumular água parada”, explicou.

Ao todo, 14.150 militares e agentes de vigilância ambiental e fiscalização estarão nas ruas para combater os focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, e orientar a população. Foram escalados 12.550 mil militares das Forças Armadas,1,1 mil homens do Corpo de Bombeiros e 500 agentes da Vigilância Ambiental, da Secretaria de Saúde, e da Agefis.

Além das regiões administrativas do DF, serão alvo da mobilização as cidades goianas de Valparaíso, Cristalina, Formosa, Luziânia e Santo Antônio do Descoberto.

Casos graves e zika
Com relação aos casos graves e óbitos por dengue, há a notificação de três registros classificados como dengue grave (sendo dois residentes do DF e um de fora) e, ainda, um óbito em residente na cidade, o de Maria Cristina Natal Santana, cunhada de Renato Santana, que morreu de dengue hemorrágica. Outro caso de morte está sendo investigado, mas a vítima era moradora de Águas Lindas de Goiás.

O último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do DF nesta sexta (12) destacou ainda a confirmação de cinco casos confirmados de febre chikungunya e seis de zika vírus, sendo que quatro são de moradores do DF, sendo que em apenas um deles o contágio ocorreu na cidade. As duas doenças também são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

O levantamento mostrou ainda o primeiro registro do tipo 3 da doença. Isso significa que os quatro tipos do vírus estão em circulação na capital do país e uma pessoa pode ser infectada quatro vezes por cada um desses tipos. Eles causam os mesmos sintomas.

Lago Sul e Jardim Botânico
Durante este sábado, militares da Força Aérea estarão nas ruas do Lago Sul e Jardim Botânico, residências e comércios para uma ação de conscientização aos moradores sobre o perigo do mosquito. O biólogo Israel Martins, servidor da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, também participará da ação fornecendo orientações sobre o ciclo de transmissão das doenças.

A partir das 8h, os moradores das Quadras Internas (QI), Quadras do Lago (QL), Setor de Chácaras das QIs 05 e 15 e Setor de Mansões Dom Bosco do Lago Sul e a avenida comercial do Jardim Botânico receberão visitas dos militares.

Além, da operação com os militares o Jardim Botânico e Lago Sul também receberá uma operação de limpeza com retirada de entulhos, podas e demais resíduos, A ação será realizada pelo Serviço de Limpeza Urbana em parceria com a administração regional.

Segundo o boletim epidemiológico da Vigilância Ambiental, o Lago Sul está entre as 11 cidades mais preocupantes do DF.  Para o administrador do Lago Sul, Aldenir Paraguassú, é importante que toda comunidade do Lago e Jardim Botânico participem dessa ação e recebam os militares em suas residências. “Essa causa é de toda sociedade”, frisa o administrador. (Com informações da Agência Estado)

 

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