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Brasilienses deixam gravidez cada vez para mais tarde

Estudo da Secretaria de Saúde mostra aumento em gestações de mulheres depois dos 30 anos. Elas buscam, primeiro, carreira e estabilidade financeira

atualizado

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Fotos: Rafaela Felicciano/Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Fotos: Rafaela Felicciano/Metrópoles

De olho no mercado de trabalho, na estabilidade financeira e até mesmo para curtir a vida por mais tempo, as brasilienses estão deixando a gravidez para depois. Entre 2001 e 2013, o percentual de partos na faixa etária de 30 a 39 anos passou de 22,7% para 37% do total de nascimentos. No caso das mulheres com mais de 40 anos, o índice duplicou, passando de 1,5% para 3,3% no mesmo período. Os dados fazem parte de um estudo que acaba de ser finalizado pela Secretaria de Saúde, analisando o comportamento da natalidade no Distrito Federal.

Os números mostram ainda que as mulheres têm cada vez menos filhos no DF e que a taxa de gravidez na adolescência cai ano a ano, passando de 18,8% em 2001 para 13,4% em 2013. No período, a média de nascimentos por ano ficou em pouco mais de 43 mil bebês vivos.

Os especialistas alertam que essa escolha exige alguns cuidados e pode trazer problemas, já que a idade ideal para a primeira gravidez vai dos 20 aos 30 anos. A partir dos 35 anos, a gestação pode ser considerada de risco. A probabilidade de ter um conceber um filho com síndrome de Down, por exemplo, aumenta muito.

Foi o que ocorreu com a dona de casa Maria Divina, 43 anos. Ela teve a primeira filha aos 35 anos. Como tudo transcorreu bem, decidiu ter uma nova gestação. Ana Vitória chegou há dois anos. A menina, que tem síndrome de Down, é a alegria da casa. “Sempre quis ter filhos, mas deixei para mais tarde, quando a gente tivesse condições de sustentá-los”, conta.

Brasília(DF), 03/11/2015 - mãe após os 35 anos - maria divina com a filha ana vitória . Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
Divina, 43, teve a primeira filha aos 35 anos. A pequena Ana Vitória chegou há dois anos

 

Quando o relógio da maternidade tocou, ela recebeu um diagnóstico devastador. Com um problema nas trompas, só poderia engravidar por inseminação artificial. Enquanto aguardava o início do tratamento, descobriu que estava grávida de Amanda, a primeira filha. “Elas são a razão da minha vida”, completa.

Pré-natal
O ginecologista Paulo Henrique, do Hospital Santa Lúcia, confirma que as mulheres estão deixando para ter filhos mais tarde. De acordo com ele, nesses casos o pré-natal deve ser diferenciado, realizando todos os exames laboratoriais e ecográficos necessários, além de contar com o apoio de outros profissionais como nutricionista e fisioterapeuta, entre outros. “Assim, a mulher mesmo após os 35 anos, consegue ter seus filhos com toda segurança e alegria que este momento proporciona”, recomenda.

Quem também optou por ter filhos depois dos 35 anos foi a auxiliar administrativa Neila Viega (foto do destaque), 38. “Demorei um pouco para casar. Quando namorei, o pai da minha filha tive certeza de que estava pronta para construir uma família”, conta a mãe da pequena Júlia. A experiência positiva, entretanto, não foi suficiente para ela se animar a ter outro filho.

Queda na fertilidade
Outro problema enfrentado pelas mulheres que optam por engravidar depois dos 35 nos é a queda da fertilidade. De acordo com os especialistas, a fertilidade feminina começa a cair por volta dos 25 anos e tem declínio importante depois dos 35 anos. A mulher tem menos óvulos e fica menos fértil. Até mesmo nos procedimentos de fertilizações in vitro a resposta nem sempre é positiva.

A servidora pública Ana Elisa Maia, 42 anos, não tinha planos de ter filhos. “De repente, aos 38, o reloginho da maternidade despertou”, lembra. Foram dois anos tentando sem sucesso, até que a fertilização resultou no nascimento dos gêmeos Tadeu e Igor, hoje com dois anos. Ela conta que mesmo com uma relação estável de 12 anos e um emprego com bom salário, nunca teve vontade de ter filhos.

Viajava muito, não tinha horários, era independente! Agora, não imagino como seria sem os meus filhos. É uma experiência maravilhosa.

Ana Elisa Maia, servidora pública

Antes da gravidez, Ana cumpriu à risca a orientação médica de fazer exames para saber se estava tudo bem. Os especialistas destacam que geralmente, essa gravidez tardia é planejada, o que permite começar o pré-natal antes mesmo da concepção. Na lista devem ser feitos exames laboratoriais, como hemograma e tipagem sanguínea, por exemplo, e uma avaliação clínica.

Quem também passou por isso foi a atriz Dira Paes. Aos 45 anos, precisou fazer um tratamento para engravidar. “A chance é pequena mesmo com um tratamento, mas deu tudo certo. Nos 45 minutos do segundo tempo, um golaço”, disse a Global em recente entrevista. Ela espera o segundo filho.

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