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Bebês mortos são trocados e Hospital do Paranoá admite culpa

Direção diz que a semelhança do nome dos pais provocou o equívoco. Um dos corpos vai precisar ser exumado

atualizado

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Hospital do Paranoá1
1 de 1 Hospital do Paranoá1 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Dois bebês que nasceram mortos foram trocados no necrotério do Hospital Regional Leste, antigo Hospital Regional do Paranoá, nessa quarta-feira (27/6). Um deles chegou a ser enterrado por uma das famílias em luto. Depois que o equívoco foi notado pelos funcionários da unidade de saúde, nesta quinta-feira (28), o corpo vai precisar ser exumado.

O hospital admite a culpa no caso. Disse que abriu um procedimento interno para apurar responsabilidades e instruiu as famílias a registrarem um boletim de ocorrência na Polícia Civil.

O equívoco teria ocorrido por causa dos nomes dos pais, que são parecidos: Fabrícia da Silva Borges, 29 anos, e Francisco Faustino, 39, que perderam um menino com 37 semanas de gestação; e Francisca Nalani Fabrício, a outra mãe, a qual esperava uma menina e estava com 20 semanas.

Francisca Nalani Fabrício teria dado entrada no hospital em 20 de junho, sentindo fortes dores abdominais e sem saber que estava grávida. Um procedimento cirúrgico de emergência foi realizado para a retirada do feto, o qual já estava morto.

“Esse feto acabou sendo trocado com o de outra família que também perdeu um bebê, cujos pais se chamam Fabrícia da Silva Borges e Francisco Faustino. A semelhança entre os nomes dos pais teria confundido a equipe médica. Assumimos o erro e pedimos desculpas aos familiares. É um caso inédito para nós. Nunca tínhamos lidado com isso”, explicou o diretor do hospital, Leonardo Ramos.

Pai indignado
A explicação, no entanto, não convence os parentes das vítimas do descaso. Procurado pela reportagem, Francisco Faustino, um dos pais envolvidos, diz que o corpo do filho dele foi enterrado pela outra família e precisará ser exumado. Ele afirmou que pretende acionar a Justiça contra o hospital.

Já perdi meu filho e ainda me fazem passar por tudo isso. É um constrangimento muito grande. Só não é maior que a falta de responsabilidade dos funcionários

Francisco Faustino

Ele conta que a servidora responsável pela identificação dos natimortos teria confessado a culpa pela troca. “Ela disse na minha frente que não olhou o corpo direito e, por isso, errou. Não sei nem como estou conseguindo lidar com tudo isso”, desabafou ao Metrópoles.

Segundo o diretor, um fator que pode ter contribuído para a confusão foi a recusa de uma das famílias em fazer a identificação visual do bebê. “Um processo administrativo para apurar de quem é a responsabilidade pelo erro foi aberto e o hospital tem prestado todo apoio aos familiares”, destacou Leonardo.

Segundo a direção da unidade de saúde, todo natimorto é identificado com etiquetas e pulseiras contendo o nome dos responsáveis, ao chegar no necrotério. Porém, esses fetos são envoltos em panos que impedem a visualização dessas identificações, dando margem a possíveis equívocos.

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