Bebês ganham “mesversário” em UTI neonatal do DF
Hospital de Ceilândia proporciona às mães de recém-nascidos que estão internados a oportunidade de comemorar os primeiros meses de vida
atualizado
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Os bebês recém-nascidos que estão internados nos Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e seus familiares agora podem comemorar “mesversários”. O objetivo é que as mães acompanhando nenéns prematuros também possam ter lembranças dos primeiros meses de vida dos filhos como já é tradição entre as outras mães. “É um momento muito difícil para as que não levaram seus bebês para casa, então resolvemos dar um jeito de oferecer esta ocasião especial”, afirma a terapeuta ocupacional Hellen Delchova.
Hellen conta que passeava despretensiosamente pelo Instagram quando encontrou a foto de um bolo com motivos que faziam referência ao ambiente de uma UTI neonatal. Tinha os polvos de crochê, as redinhas usadas para ajudar no desenvolvimento e as incubadoras. Ela entrou em contato com a confeiteira que havia postado a imagem e perguntou se ela poderia doar uma maquete daquelas para o hospital. “Ela disse que só fazia bolos de verdade, mas indicou uma amiga que aceitou fazer em EVA [material semelhante à espuma]”, relata. O EVA é o material mais adequado porque as maquetes precisam ser higienizadas sempre que utilizadas.
No início do ano, Hellen recebeu não só uma, mas seis maquetes de bolo, com motivos infantis, como super-herói, fazendinha, bailarina, ursinho, príncipe e fundo do mar. Desde então, quase que diariamente há comemorações na UTI Neonatal do Hospital Regional de Ceilândia. Os pais escolhem as roupinhas dos filhos, arrumam-se e pedem que a equipe da unidade faça as fotos. Nesta terça-feira (15/1), os “mesversários” eram de Anabelle, 2 meses, e Alice, 1 mês.
A mãe de Alice, Gleice Alves Santos, 34 anos, comprou uma calcinha vermelha e um laço da mesma cor para o cabelo da filha. A criança nasceu na 29ª semana de gestação e pesando 1,2 quilogramas. Desde então, já ganhou 200 gramas e agora está aprendendo a sugar o leite da mãe. “Estou muito feliz, ela me dá razões para comemorar todos os dias”, afirmou Gleice. A mãe de Anabelle, Rosa Mota dos Santos, 42, escolheu macaquinho e laço cor-de-rosa para a filha. “É difícil e cansativo, mas estamos aqui. É bom ter um momento como este”, desabafou. Durante a internação, as mães acompanham a rotina de cuidados com os prematuros, ficando cerca de 12 horas no hospital ou, se estão amamentando, podendo até mesmo permanecer alojadas no local.