Bebê nasce com microcefalia em Taguatinga e Secretaria de Saúde descarta zika no DF
Mulher deu à luz no domingo (6/12), no Hospital Anchieta. No entanto, não há confirmação se a ocorrência foi causada pelo micro-organismo
atualizado
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Um bebê nasceu com microcefalia no domingo (6/12), no Hospital Anchieta, em Taguatinga, e o caso foi encaminhado à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. A pasta investigará se a ocorrência foi causada pelo zika vírus. Na noite desta segunda-feira, a pasta descartou, por meio de nota, a associação do vírus ao único caso de microcefalia investigado em um bebê nascido no dia 4 de outubro no Distrito Federal.
O temor de que o micro-organismo se espalhe pelo país, com a sucessão de casos de microcefalia em diversas localidades, está cada vez mais perto de se tornar realidade. Nesse segundo semestre foram reportados ao Serviço de Vigilância Epidemiológica (SVE) sete casos da doença na capital. Eles serão investigados de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde para confirmar o diagnóstico de microcefalia e se algum deles tem ligação com o Zika.
O último balanço nacional, de 30 de novembro, apontava que, até o último dia 28, havia apenas uma ocorrência em Brasília este ano: de um bebê nascido em 4 de outubro, de uma mãe que veio do Maranhão dois meses antes do parto.De 1° de janeiro a 28 de novembro, foram notificados 1.248 casos suspeitos de microcefalia em todo o país, identificados em 311 municípios de 14 unidades da Federação, de acordo com a terceira edição do informe epidemiológico sobre a doença, divulgado pelo Ministério da Saúde.
Os casos colocaram em alerta toda a população. Somente no mês passado o governo federal confirmou a relação entre o zika vírus e microcefalia, além da primeira morte em decorrência da doença no país. Agora, a capital federal também está em alerta.
Apesar do caso deste domingo, o subsecretário de Vigilância de Saúde, Tiago Coelho, afirma que a população não tem motivos para se preocupar. “O Distrito Federal não teve nenhum caso de Zika vírus. Os dois únicos foram importados. Foram contraídos em Teresina e em Salvador”, disse.
Fluxo de pessoas
Segundo Werciley Júnior, infectologista e chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Lúcia, o medo é que as incidências do vírus no DF aumentem com o fim de ano. “O fluxo de pessoas muda. Mais pessoas vêm à capital e o medo é que a doença chegue com algum visitante”, explica. Ele acrescenta ainda que o período de chuvas e calor é favorável à proliferação dos mosquitos que transmitem o vírus.
De acordo com o especialista, hoje, o único lugar que faz o exame para detecção do zika vírus é o Laboratório Central da Fundação (Lacen).
A Vigilância Sanitária já está fazendo simpósios sobre o assunto para profissionais da rede pública como infectologistas, enfermeiros e outros funcionários vinculados à saúde
Werciley Júnior, infectologista
Mulheres grávidas, por exemplo, podem sofrer com a presença do vírus no organismo, por conta de evoluções possíveis, como a microcefalia. Os sintomas são febre, mal-estar, dores nas articulações e erupções cutâneas com pontos vermelhos (mais intensas que as da dengue) e costumam durar, em média, sete dias.
Dengue e chikungunya
Transmitidas pelo mesmo mosquito, a dengue e a chikungunya não deixam de preocupar as autoridades. Em 10 de novembro, a Secretaria de Saúde lançou, em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, uma força-tarefa para reduzir os focos do Aedes aegypti no DF.
Em 2015, já foram registrados 9.409 casos de dengue em pessoas que moram na capital – número 21,34% menor que o confirmado no ano passado. Com relação à chikungunya, houve 14 ocorrências notificadas até a semana passada.
Dicas para espantar o mosquito Aedes aegypti
– Deixe a caixa d’água sempre fechada com tampa adequada
– Mantenha ralos limpos e com telas
– Guarde garrafas sempre de cabeça para baixo
– Troque a água por areia nos pratos dos vasos de planta
– Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada
– Não deixe a água da chuva acumular e ficar parada
– Coloque cloro nas piscinas