Banheiros sucateados: pacientes do Hran sofrem para fazer necessidades
Fotos mostram sanitários em situação deplorável. Direção do hospital afirma que problemas foram pontuais, devido à greve de funcionários
atualizado
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Pacientes internados na emergência do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), no centro da capital do país, e seus acompanhantes estão enfrentando sérias dificuldades para fazer as necessidades fisiológicas.
Há relatos de ausência de sanitários, de vasos entupidos, vazamentos e falta de água quente para o banho. Além disso, homens e mulheres estariam dividindo o mesmo banheiro.Segundo denúncia, não há vasos sanitários suficientes nos banheiros para atender à demanda e a higiene está comprometida, uma vez que, no chão, existem ralos sem tampas e buracos.
“Todo mundo junto com as bostas. A situação aqui é de horror, de calamidade pública”, dispara o autor da denúncia, que pediu para não ser identificado.
As imagens dos banheiros sucateados foram divulgadas pelo blog Brasília em on, do jornalista Elton Santos. Uma servidora do Hran confirmou ao Metrópoles que a situação, nesta sexta (22/12), permanecia inalterada.
Outro lado
Procurado pela reportagem, o Hran assegurou que não faltam vasos sanitários em nenhum banheiro do hospital, nem há entupimento nos sanitários.
“A direção ressalta que, na terça-feira (19), devido à greve dos funcionários da limpeza, foram registrados problemas na manutenção dos banheiros. As fotos que mostram sujeira no chão foram feitas no local destinado ao banho. Só tem chuveiros, não há vasos sanitários”, disse a instituição, por meio de nota.
Problemas variados
A manutenção precária nos banheiros é apenas mais um problema na principal unidade de saúde pública da Asa Norte. Nos últimos meses, o Metrópoles mostrou, em uma série de reportagens, situações que explicam por que, em abril de 2016, o Tribunal de Contas do DF apontou o Hran como o hospital mais desorganizado da rede.
Em junho deste ano, um bebê foi sequestrado dentro do complexo. No dia seguinte, a polícia localizou a criança e a criminosa. Na época chamou atenção o fato de as câmeras de segurança estarem desativadas.
Em dezembro de 2016, apenas dois dos seis elevadores da unidade estavam funcionando. Dessa forma, pacientes e alimentação eram transportados no mesmo ascensor usado para transportar lixo e até mesmo cadáveres.
Em setembro do ano passado, outro caso revoltou médicos, enfermeiros, pacientes e acompanhantes: a câmara fria do Hran, onde são guardados corpos e restos mortais de pacientes que faleceram na unidade, estava superlotada e com a temperatura inadequada. Sem a devida refrigeração, o cheiro dos cadáveres incomodou até mesmo quem estava internado nos quartos.