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Aumento de casos de zika vírus deixa repelentes em falta nas farmácias do DF e inflaciona o preço do produto

O medo do zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue), causou uma corrida às farmácias em busca de repelentes. A venda aumentou 80% e, na internet, os frascos são revendidos por valores três vezes maiores do que nas drogarias

atualizado

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Gabriel Ramos/Metrópoles
Repelente
1 de 1 Repelente - Foto: Gabriel Ramos/Metrópoles

O medo do zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue), causou uma corrida às farmácias em busca de repelentes. Quem for procurar pelo produto encontrará prateleiras vazias, principalmente depois que o zika foi associado aos casos de microcefalia. A venda aumentou 80%, segundo dados do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma-DF).

A escassez desses produtos tem levado muitas grávidas do Distrito Federal a desembolsar quase três vezes mais por um frasco de repelente em sites de compras. Diante da alta demanda, algumas marcas comercializadas por R$ 54 em farmácias, na internet estão saindo por até R$ 140.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma-DF), Franciso Messias Vasconcelos, explica que o preço dos repelentes também aumentou de 4% a 5% nas farmácias e drogaria do DF em novembro.

Maria Victória Goulart/Divulgação
A fisioterapeuta Maria Victória Goulart teve dificuldades para comprar repelente em Planaltina

Ainda de acordo com Vasconcelos, o aumento brusco na venda dos produtos não permitiu que os comerciantes conseguissem garantir o estoque necessário. A fisioterapeuta Maria Victória Goulart, 23 anos, está grávida e tentou encontrar, nas farmácias de Planaltina, um repelente indicado pelo médico. Ela rodou a cidade e em todos os estabelecimentos visitados o artigo estava em falta. “Acabei comprando um, mas nem conhecia a marca direito”, lamenta.

A jornalista Júlia Leite Cabral, 29 anos, está no quarto mês de gestação e conta que também teve as mesmas dificuldades que Victória. Há 15 dias, ela foi em várias drogarias de um shopping no Lago Sul e não achou nenhum repelente nas prateleiras.

O dermatologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Gilvan Alves, explicou que as grávidas precisam procurar, de preferência, pelos frascos que contenham uma substância chamada de DEET, na concentração de 15% a 20%. Os produtos com esse composto químico precisam ser reaplicados a cada cinco horas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitário (Anvisa) recomendam também dois outros tipos de repelentes: IR3535 e Icaridina. Dentre estes, o IR3535 é o que tem melhor perfil toxicológico, ou seja, é menos tóxico e mais seguro que os demais, podendo ser usado por pessoas de todas as idades, inclusive bebês a partir dos 6 meses.

Casos de microcefalia no DF
Na última terça (15/12), o Ministério da Saúde divulgou que dois casos de microcefalia foram registrados no Distrito Federal. Eles serão investigados pela pasta para verificar se possuem relação com o zika vírus. A Secretaria de Saúde do DF ressaltou que, além dos dois casos confirmados de microcefalia, há 12 ocorrências suspeitas este ano, mas nenhuma delas tem relação com o zika vírus atestada.

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