Após infarto, paciente de alto risco não consegue vaga na rede

Sentindo fortes dores e temendo pela vida, um paciente com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio aguarda, desde a manhã deste domingo (27/10/2019), uma vaga no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). O encaminhamento de transferência de urgência foi feito pela equipe médica da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Samambaia, já que o local não possui os recursos para fazer o tratamento necessário.

Lucimar Rodrigues dos Santos, 54 anos, tem histórico de outros três infartos. Às 6h30, deu entrada em uma unidade de pronto atendimento (UPA) com os sintomas e foi confirmado se tratar de mais um caso de obstrução de parte do músculo cardíaco.

O filho do paciente, Rodrigo Braz, conta que, no local, só foram feitos exames de sangue e ministrada a medicação para dor. Sem a transferência para o hospital, não conseguiu realizar o procedimento de cateterismo. “Não tinha nem os remédios, nós tivemos que levar. Ele está se contorcendo de dor e a gente não pode fazer nada e ainda temos medo de falar demais e meu pai sofrer retaliações. Só queremos ele bem, tratado com dignidade”, desabafa.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o infarto agudo do miocárdio é uma condição grave que leva de 40% a 65% dos pacientes a óbito na primeira hora e 80% nas primeiras 24 horas. Quanto mais rápido for feito o procedimento de desobstrução da artéria comprometida, menores são os prejuízos causados ao músculo cardíaco e as chances do caso evoluir para óbito.

A Secretaria de Saúde informou que o paciente foi inserido no sistema de regulação. “Assim que houver um leito disponível na rede, ele será transferido. O paciente encontra-se estável e sob os cuidados médicos”, respondeu a pasta, em nota.