Após dois meses, Jhennyfer consegue, enfim, transferência para o ICDF
Bebê Jhennyfer Victoria sofre de cardiopatia congênita e aguarda por cirurgia desde o nascimento. Medida só saiu após decisões judiciais
atualizado
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Após mais de dois meses de espera, a bebê Jhennyfer Victoria Amorim de Souza conseguiu transferência para o Instituto Cardiológico do Distrito Federal (ICDF) na madrugada desta terça-feira (25/9). A recém-nascida, que sofre de cardiopatia congênita, precisa urgentemente de cirurgia. Segundo a família, ela realizou uma bateria de exames e deverá passar pelo procedimento em breve.
A mãe de Jhennyfer, Maria Amorim de Souza, confessou estar muito emocionada com a transferência. Ela chegou a pedir licença de seu trabalho como repositora de supermercado por causa da situação. Agora ela aguarda com a filha no próprio ICDF.
Jhennyfer estava internada no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) desde o seu nascimento. A família afirmou que Jhennyfer só começou a tomar antibióticos em 28 de agosto, após a decisão judicial, proferida no dia 13 do mesmo mês. O Juizado Especial Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) decidiu favoravelmente pela transferência para o ICDF, mas a Secretaria de Saúde alegou que não havia vagas na instituição.
Um mês depois, a Justiça determinou que, caso a criança não fosse transferida, o GDF deveria pagar multa diária de R$ 5 mil, a contar da data da intimação. Segundo parentes, os próprios médicos do HRC pressionam a mãe da criança para que consiga a transferência. Depois que Jhennyfer passar pela cirurgia e se recuperar, a família pretende voltar para Girassol, distrito do município onde vivem, na Região do Entorno do DF.
Outros casos
Nem todas as crianças que precisam de cirurgia com urgência conseguem passar pelo procedimento necessário. No dia 9 de setembro, Arthur Lopes, de três meses, acabou morrendo à espera de uma vaga. Ele havia nascido com o coração no lado direito do peito, além de batimentos cardíacos baixos e problemas no esôfago.
De acordo com a mãe, Lana Lopes, 30 anos, o bebê respirava por aparelhos e tomava drogas para que o coração funcionasse. “Lutamos para que ele conseguisse fazer a cirurgia o quanto antes. Os médicos me disseram que se ele tivesse feito o procedimento a tempo teria 70% de chance de sobreviver. Eu via outros casos que não eram tão urgentes sendo atendidos. Queria que todo mundo fizesse a cirurgia, mas, infelizmente, não dá, então tem de ser estabelecido uma prioridade. O caso do meu filho era de urgência. Ele morreu por descaso da saúde pública”, denunciou.