Aplicação de “fumacê” é suspensa no DF após interdição do MPT
Ministério Público do Trabalho encontrou irregularidades no galpão onde mistura do veneno é preparada
atualizado
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O serviço de pulverização de inseticida para combater o mosquito da dengue está suspenso por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e sem prazo para que seja retomado. Os carros de “fumacê”, como são conhecidos, deixaram de circular na semana passada, após o MPT constatar uma série de irregularidades no local onde o produto era armazenado e processado.
O veneno é distribuído pelo Ministério da Saúde, mas o preparo, diluição e aplicação cabe ao respectivo órgão estadual de saúde. Os problemas constatados pelo MPT ocorreram durante esse processo de mistura, em um galpão em Taguatinga Norte. Entre as irregularidades, estavam o manuseio de venenos por profissionais não qualificados para a atividade, além do uso de produtos vencidos.
Segundo a subsecretária de Vigilância à Saúde do DF, Elaine Faria Morelo, o local passa por reformas, e as fragilidades identificadas pelo Ministério Público estão sendo sanadas. “O galpão, assim como outros equipamentos públicos, está sem manutenção há anos. Os servidores que trabalham lá tem mais de 20 anos de serviço, mas não tinham como comprovar essa experiência no ato da vistoria. Nós revitalizamos o parque, reformamos a estrutura física e demos capacitação”, explica Morelo.
As aulas teóricas sobre como lidar com o veneno foram ministradas pela Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), e os servidores também devem passas por lições práticas. “Todos os 44 trabalhadores que atuam com o fumacê passaram por exames de saúde. A Secretaria de Saúde chamará um auditor, mas essa visita não é agendada”, esclareceu a subsecretária.
O Ministério da Saúde recomenda a aplicação do fumacê quando os índices de manifestação do mosquito Aedes aegypti adulto estão em 4% ou maior. “A média do DF é de 1,4%. Nós temos, hoje, 542 agentes de combate e contamos com o auxílio de 500 bombeiros, que auxiliam nas ações de mobilização social”.