metropoles.com

Apenas três hospitais do DF têm câmeras em funcionamento

Sequestro do pequeno Jhony Júnior na terça-feira (6/6) traz à tona o problema da falta de segurança em unidades de saúde da capital

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Hran
1 de 1 Hran - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O sequestro do pequeno Jhony Júnior do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) na terça-feira (6/6) escancarou a falta de segurança nas unidades de saúde do Distrito Federal. Entre os 22 hospitais e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da capital, apenas três têm câmeras de segurança funcionando. A questão, que já foi objeto de lei aprovada em 2011, continua a não ser cumprida e aumenta os riscos de que casos como o de Júnior voltem a se repetir em Brasília.

Atualmente, segundo a Secretaria de Saúde do DF, o sistema de vigilância por câmeras está ativo nos hospitais regionais de Ceilândia e de Brazlândia, além do Hospital de Base. A situação viola as determinações da Lei Distrital n° 4.635/2011. Segundo a norma, todas as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, berçários e maternidades da rede pública devem ser monitorados por equipamentos de áudio e vídeo.

No projeto que deu início à lei, o autor da proposta, deputado Wellington Luiz (PMDB), ressalta justamente o perigo de sequestro de crianças: “O rapto de bebês, realizado com os mais sórdidos interesses, é um crime absurdo e que merece o mais veemente repúdio de toda a sociedade”. Ainda segundo o parlamentar, “a instalação de sistema de monitoramento permanente nas unidades de terapia intensiva neonatal, berçários e maternidades” seria uma forma de coibir esse tipo de delito.

A medida, no entanto, não é cumprida nem no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), referência no atendimento obstetrício na capital. Na terça (6), a direção do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) atribuiu as câmeras desligadas ao Tribunal de Contas do DF. Segundo o diretor da unidade, José Adorno, a Corte havia suspendido o contrato de manutenção dos equipamentos.

A história, no entanto, não é bem essa. Em 2012, o GDF comprou 900 câmeras para as unidades de saúde de Brasília. Os aparelhos seriam destinados a 16 hospitais, à sede e ao parque de apoio da pasta. No entanto, apenas 95 equipamentos foram instalados.

De acordo com a Secretaria de Saúde (SES), apesar de ter recebido 80% dos R$ 5,3 milhões previstos no contrato, a empresa responsável pela instalação dos equipamentos não finalizou os serviços. Por conta da suspensão, o restante do valor foi retido.

Segundo a pasta, a compra das câmeras foi feita sem um estudo técnico preliminar que levasse em consideração o tamanho da rede. A ausência de um sistema de apoio também foi constatada em auditoria do Tribunal de Contas do DF, realizada no ano passado. Por exemplo, o “switch” — aparelho para transmitir as imagens captadas — que a pasta tinha não suportou a grandeza do sistema.

Câmeras no almoxarifado
As câmeras adquiridas que não foram instaladas estão atualmente no almoxarifado do Parque de Apoio, aguardando a instalação. Já na gestão atual, a Secretaria de Saúde consultou o TCDF para verificar se poderia pagar a empresa pela conclusão da instalação dos aparelhos. A Corte, no entanto, não autorizou.

Segundo a pasta, está em andamento um estudo para que as câmeras sejam instaladas “o mais rapidamente possível”. Um novo processo licitatório para a compra dos equipamentos que faltam também já foi iniciado, e a SES afirma que um novo cronograma de instalação deve ser finalizado até o fim deste mês.

Segurança
Atualmente, a segurança dos hospitais do DF é feita principalmente por meio de vigilantes nas portarias das unidades. De acordo com a Secretaria de Saúde, as medidas para controle de entrada e saída de todas as unidades estão sendo reforçadas de modo a garantir a segurança para todos. Ao Metrópoles, a pasta citou medidas tomadas nos hospitais regionais de Brazlândia e de Ceilândia, além do Hospital de Base. Os três, no entanto, são os únicos que possuem câmeras de segurança funcionando.

9 imagens
Fachada do Hran
Família do bebê sequestrado na Delegacia de Repressão a Sequestro
Movimentação na DRS, no Setor de Garagens Norte
Ao fundo, a mãe e a avó do bebê, na DRS
José Adorno, diretor do Hran
1 de 9

O Hospital Regional da Asa Norte foi palco do sequestro de um bebê na terça (6/6)

Daniel Ferreira/Metrópoles
2 de 9

Fachada do Hran

Daniel Ferreira/ Metrópoles
3 de 9

Família do bebê sequestrado na Delegacia de Repressão a Sequestro

Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 9

Movimentação na DRS, no Setor de Garagens Norte

Rafaela Felicciano/Metrópoles
5 de 9

Ao fundo, a mãe e a avó do bebê, na DRS

Rafaela Feliccciano/Metrópoles
6 de 9

José Adorno, diretor do Hran

Rafaela Felicciano/Metrópoles
7 de 9

Ala interditada no Hran, onde o bebê foi sequestrado

Matheus Oliveira/Agência Saúde.
8 de 9

Vigilantes não receberam o pagamento de novembro

Michael Melo/ Metrópoles
9 de 9

Pedro Júnior Rosalino, o Pedrinho

DIOMÍCIO GOMES/O POPULAR

O sequestro
O pequeno Johny dos Santos Júnior, de apenas 13 dias, foi sequestrado pela estudante de enfermagem Gesianna de Oliveira Alencar, 25 anos. Após horas de desespero, a menino foi encontrado pela Polícia Civil na manhã desta quarta (7), na casa onde a mulher mora, no Guará II.

De acordo com as investigações, Gesianna inventou uma gravidez para o marido e roubou o bebê para manter a mentira.

17 imagens
A mulher mentiu para a família fingindo estar grávida
Gesianna foi presa em flagrante, no Guará, onde mora. Ela estava com o bebê no colo
Gesianna enviou mensagem ao marido logo após sequestrar a criança, afirmando que tinha dado à luz
Gesianna ficou pouco tempo no Presídio Feminino do Gama e aguardou o julgamento em liberdade
Na delegacia, a acusada se manteve em silêncio
1 de 17

A sequestradora, Gesianna de Oliveira, é estudante de enfermagem

Reprodução
2 de 17

A mulher mentiu para a família fingindo estar grávida

Reprodução
3 de 17

Gesianna foi presa em flagrante, no Guará, onde mora. Ela estava com o bebê no colo

Reprodução
4 de 17

Gesianna enviou mensagem ao marido logo após sequestrar a criança, afirmando que tinha dado à luz

Reprodução
5 de 17

Gesianna ficou pouco tempo no Presídio Feminino do Gama e aguardou o julgamento em liberdade

Reprodução
6 de 17

Na delegacia, a acusada se manteve em silêncio

7 de 17

Bebê sequestrado mora com os pais na Estrutural

Arquivo Pessoal
8 de 17

Ação rápida da polícia garantiu a segurança da criança

Arquivo Pessoal
9 de 17

Após o susto, a família do bebê está aliviada

Arquivo Pessoal
10 de 17

Dalvina Maria dos Santos, avó do bebê

Daniel Ferreira/Metrópoles
11 de 17

Daniel Ferreira/Metrópoles
12 de 17

Daniel Ferreira/Metrópoles
13 de 17

Daniel Ferreira/Metrópoles
14 de 17

Daniel Ferreira/Metrópoles
15 de 17

Matheus Oliveira / Agência Saúde-DF
16 de 17

Arquivo pessoal
17 de 17

Família do bebê sequestrado na Delegacia de Repressão a Sequestro

Rafaela Felicciano/Metrópoles

 

(Colaborou João Gabriel Amador)

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?