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Aparelho para detectar câncer do Hospital de Base está parado

O mesmo ocorre em Pernambuco e Rio de Janeiro. Nos três estados,os equipamentos permanecem em caixas porque não foram providenciadas obras necessárias para as salas onde eles devem ficar

atualizado

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1 de 1 hospital de base - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Aparelhos avaliados em mais de R$ 3 milhões e considerados importante ferramenta para o diagnóstico de câncer permanecem há mais de um ano nas caixas, sem uso, aguardando instalação em três instituições públicas de saúde no País. Os equipamentos foram adquiridos para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, o Hospital de Base do Distrito Federal e o Rio Imagem, ligado ao governo estadual.

“É como se você tivesse um carro zero aguardando na garagem há anos para ser usado. Quando for tirado da caixa, não estará em condições adequadas”, afirmou o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, Cláudio Tinoco Mesquita. “Mais do que desperdício de recursos públicos, essa falha tira uma oportunidade importante para vários pacientes, que não têm como esperar.”

A Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET, na sigla em inglês) passou a ser incluída no Sistema Único de Saúde (SUS) em abril de 2014 para diagnóstico de câncer de pulmão, colorretal e de linfomas.

Obras
Nos três estados, aparelhos permanecem em caixas porque não foram providenciadas obras necessárias para as salas onde eles devem ficar. “Eles precisam de condições adequadas de refrigeração e eletricidade”, disse a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Simone Brandão.

O aparelho de PET chegou ao serviço em 2012, comprado com recursos doados do Ministério de Ciência e Tecnologia. “O aparelho custou cerca de R$ 3 milhões e requisitamos recursos do hospital para uma reforma”, disse Simone. Parte da verba foi realocada e, até agora, a reforma não foi concluída.

O problema é o mesmo no Rio Imagem. O aparelho foi adquirido em 2014. Na época, já havia sido feito um planejamento para uma obra que abrigaria a sala onde o PET ficaria. A reforma não andou. “Vivemos uma situação desesperadora. Pacientes que precisam do exame têm de esperar ou pagar do próprio bolso”, disse Sérgio Altino, médico que acompanhou a aquisição do PET.

Falta
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, o número de PETs no País é baixo. Há 135 equipamentos em serviços privados e públicos, e a maioria está na rede particular – metade no Sudeste.

Em nota, a Secretaria de Saúde do DF informou que o aparelho foi adquirido em 2013. Na época, não foram levadas em consideração as obras necessárias para abrigar o equipamento. A estimativa é que as obras sejam concluídas em oito meses. O Ministério da Saúde afirmou que aparelhos não foram adquiridos com recursos federais.

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