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Aparelho fundamental para tratamento de câncer sem uso rende ação de improbidade administrativa a ex-gestores da Saúde

Segundo o Ministério Público do DF, desde 2013 o PET Scan, utilizado para detecção da doença, está encaixotado no Hospital de Base, causando prejuízos aos pacientes e aos cofres públicos

atualizado

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1 de 1 Hospital_de_Base_do_DF_02 - Foto: Divulgação

As promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) e de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) ajuizaram ação de improbidade administrativa contra cinco ex-gestores da saúde no Distrito Federal pela compra irregular de equipamento para diagnóstico de câncer, o PET/CT (ou PET Scan). Desde 2013, o aparelho, que custou R$ 3 milhões, está ocioso, aguardando a infraestrutura necessária para instalação e funcionamento.

Na ação, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) demonstra que a aquisição do equipamento foi feita sem o devido processo licitatório, sem planejamento técnico e sem estudos prévios. A Diretoria de Engenharia Clínica de Equipamentos Médicos da Secretaria de Saúde (SES), responsável por emitir os pareceres técnicos, também não foi consultada previamente.

São alvo da ação os ex-gestores Carlos Maurício Libânio Diniz, Vicente de Paulo Silva e Assis, Roberto José Bittencourt, José de Moraes Falcão, além do ex-secretário de Saúde Rafael de Aguiar Barbosa.

“Não se discute o acerto ou não da aquisição, mas a forma como foi feita, sem qualquer planejamento e com especificações técnicas que não foram justificadas pela necessidade da rede pública de saúde e dos pacientes. O propósito era direcionar a escolha para determinado fornecedor, em prejuízo do caráter competitivo do certame”, enfatiza a promotora de Justiça Marisa Isar.

Prejuízo aos pacientes
Auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TC-DF), encaminhada à Prosus pelo Ministério Público de Contas (MPC-DF), demonstra as falhas no processo de compra.

A situação enseja severa crítica: é como se começasse a construir uma casa pelos móveis! Lamentavelmente, contudo, tal fato não representa uma novidade na gestão pública, que é justamente a área que mais sofre com a falta de equipamentos, insumos, profissionais.

Cláudia

A rede pública de saúde gastou, entre 2014 e 2015, mais de R$ 132 mil com a contratação de exames na rede privada em razão da falta de instalação do PET/CT, segundo levantamento do MPC-DF. “Sem contar o prejuízo irreparável causado aos pacientes que não puderam ter diagnóstico precoce porque não ingressaram com demandas judiciais”, completa a promotora de Justiça.

Entenda o caso
O PET/CT foi adquirido pela SES em 2013 sem justificativas para a compra e sem o devido processo licitatório. O equipamento encontra-se encaixotado porque, até o momento, a SES não implementou a estrutura necessária para colocá-lo em funcionamento.

O processo para a reforma do local só foi iniciado cinco meses após a entrega do aparelho e ainda não foi concluído. Como o equipamento está parado, a SES tem contratado emergencialmente, na rede privada, os exames do PET/CT para pacientes que ingressam com ações judiciais, gastando cerca de R$ 3 mil por exame.

Por isso, além de responsabilizar os envolvidos na compra, o MPDFT também cobra a implantação imediata do aparelho.(Informações do MPDFT)

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