Alerta total. Governo cria sala de situação para enfrentar o Aedes aegypti no DF
No espaço trabalha a força-tarefa de combate ao mosquito. Dados sobre casos de dengue, de zika vírus e de chikungunya na cidade serão informados ao Ministério da Saúde
atualizado
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Para enfrentar o Aedes aegypti — transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya —, o Governo do DF criou um espaço para reunir representantes de diversos órgãos que tenham ações contra o mosquito, como a Secretaria de Saúde, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil. A sala de situação começou a funcionar no quartel do Comando-Geral do Corpo de Bombeiros Militar, próximo ao Palácio do Buriti, em dezembro. O objetivo é que 100% dos municípios brasileiros tenham um recinto como esse ainda neste ano. Brasília é uma das primeiras capitais a montar o local de combate.
A sala tem a função de abrigar a coordenação da força-tarefa de combate ao mosquito, identificar o início dos focos e informar o governo federal sobre os casos de doenças transmitidas pelo inseto. Também são feitos balanços e reuniões semanais com os representantes dos órgãos. Além disso, eles avaliam as ações da semana anterior e discutir as da semana seguinte.Para o representante do Corpo de Bombeiros na sala de situação, major Omar Oliveira, o DF ganhou tempo ao criar a sala antes dos períodos críticos de contaminação. “É bom porque a gente começou cedo. Quando chegar o período de abril e de maio [principais meses de casos de dengue], já estaremos adaptados ao formato do grupo e do combate.”
Ações
Desde 21 de dezembro, mais de 12 mil imóveis foram visitados em Planaltina, em atividades que fazem parte do Plano de Ação para o Enfrentamento das Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti. Os trabalhos da força-tarefa dão prioridade a áreas consideradas de risco, como a Estância Mestre D’Armas, visitada pela equipe na manhã desta quarta-feira (6).
Em 2015, a Secretaria de Saúde registrou 12.957 casos suspeitos de dengue, dos quais 12.198 (94%) são residentes do Distrito Federal e 759 (6%) de outras unidades federativas. Planaltina é a região administrativa com o maior número de casos de dengue registrados no DF. Segundo a Secretaria de Saúde, foram 2.202 incidências em 2015 — redução de 7,7% em relação a 2014, quando houve 2.386 registros.
As ações incluem inspeção de imóveis, orientação da população, tratamento de focos do mosquito e limpeza de telhados de paradas de ônibus. “Pedimos que os moradores que estiverem em casa abram os portões para que possamos entrar e fazer a remoção de possíveis focos e orientar as pessoas [quanto às ações de prevenção]”, reforça o coordenador dos militares do Exército nas atividades, capitão João Augusto da Silva.
Na região, a força-tarefa faz os trabalhos até sexta (8). Equipes da Vigilância Ambiental continuarão com ações pontuais de rotina, que, no momento, ocorrem em todas as regiões administrativas. Na próxima semana, o trabalho concentrado seguirá para a Asa Norte e os Lagos Norte e Sul.
Plano
Divulgado em dezembro de 2015, o Plano de Ação para o Enfrentamento às Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti estipula diretrizes para garantir o controle epidemiológico de três doenças transmitidas pelo mosquito: dengue, chikungunya e zika vírus. O inseto também é vetor da febre amarela, mas a enfermidade não ocorre em áreas urbanas do Brasil.
Em 2015, foram registrados pela Secretaria de Saúde 14 casos suspeitos de febre pelo zika vírus, sendo dois confirmados, cinco descartados e sete inconclusivos. Os dois confirmados foram em moradores do DF que se contaminaram no Nordeste.
Serviço
Quem quiser informar sobre foco do Aedes aegypti deve entrar em contato com o Núcleo de Vigilância Ambiental, pelo telefone 3388-3909.