“A ação é absurda, infamante e indignante”, diz secretário de Saúde
Humberto Fonseca critica ação da Procuradoria Regional da República do Distrito Federal (PRR1) que pediu a prisão dele e do seu antecessor
atualizado
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Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (24/6), o secretário de Saúde do DF, Humberto Fonseca, criticou veementemente a ação da Procuradoria Regional da República do Distrito Federal (PRR1) que pediu a prisão dele e do seu antecessor, Fábio Gondim, por negligência no fornecimento de medicamentos para pacientes hemofílicos. “A ação é absurda, infamante a indignante. Devido à crise econômica, a saúde está extremamente subfinanciada e estamos tendo que lidar com isso. Precisamos parar de tratar secretários de saúde como delinquentes”, disse.
Humberto Fonseca afirmou que na gestão Rollemberg não houve desabastecimento dos Fatores VIII e VIX, que são os medicamentos para hemofílicos do tipo A e B, respectivamente, na rede pública. “Tenho dificuldades de entender as razões desta denúncia porque nenhum desses pacientes deixou de receber os remédios no DF”, garantiu.Os dois medicamentos são fornecidos pelo Ministério da Saúde e a secretaria é responsável pelo cadastramento e distribuição aos pacientes. Segundo Fonseca, no entanto, o DF tem uma particularidade: é a única unidade da federação obrigada por decisões judiciais a comprar doses extras dos remédios.
Hoje, segundo a pasta, 70 pessoas conseguiram na Justiça o direito de receber uma parcela dos medicamentos maior que a enviada pelo ministério. “Gastamos por ano, com cada um desses pacientes, cerca de R$ 1 milhão. Esse dinheiro daria para construir cinco unidades de saúde e atender a 100 mil pessoas”, afirmou.
Uma licitação para a compra dos remédios já está em curso e, por conta de um período de produção solicitado pela empresa fornecedora, o material deve chegar em setembro. Até lá, o secretário garante que já foi feita uma compra emergencial para que os tratamentos não faltem.
Ainda de acordo com o secretário, a única modificação que houve na distribuição desses medicamentos neste ano foi um parcelamento na distribuição que, nos meses de março e abril, acabou sendo feita a cada sete ou 15 dias, em vez de uma vez por mês, como é comum. Essa alteração, de acordo com o titular da pasta, foi repassada pelo ministério e já normalizada nos meses de maio e junho.
A denúncia, que também cita a diretora-presidente do Hemocentro do DF, Miriam Scaggion, ainda não foi aceita pela Justiça Federal. Humberto Fonseca afirmou que só foi notificado oficialmente nesta quinta-feira (23) e vai utilizar de todos os instrumentos judiciais para travar a continuação do processo.