Em primeira mão. Sargentos da PM acusados de matar o auxiliar Antônio Pereira estão presos
Os dois tiveram a prisão decretada no início do mês e estavam foragidos. A Justiça mandou prendê-los por considerar que eles estavam interferindo nas investigações do caso e tumultuando o processo
atualizado
Compartilhar notícia
Os sargentos Silvano Dias de Sousa e Carlos Roberto José Pereira já estão presos. Os militares do 14º Batalhão de Planaltina são acusados de matar o auxiliar de serviços gerais Antônio Pereira de Araújo e estavam foragidos desde que a prisão deles foi decretada no dia 3. Eles ainda não foram julgados, mas a Justiça mandou prendê-los por considerar que eles estavam interferindo nas investigações do caso e tumultuando o processo.
Segundo a Assessoria de Imprensa da PM, eles se apresentaram na manhã desta segunda-feira (14/3), fizeram exames no Instituto Médico-Legal (IML) e já se encontram nas dependências da Papudinha (19ºBPM), para onde são levados os presos militares, no Complexo Penitenciário da Papuda.
As prisões preventivas são por tempo indeterminado e foram determinadas pela 3ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). As autorizações foram despachadas para o imediato cumprimento no último dia 3. Seis policiais participaram da abordagem que terminou com a morte de Antônio. Somente Silvano Carlos Roberto, no entanto, foram acusados de matá-lo.
Para o tribunal, ficou provado que os policiais orientavam pessoas a darem falso testemunho e exerciam influência dentro da Polícia Militar para sonegar informações e inventar provas.
Morte
Antônio Pereira de Araújo desapareceu em 26 de maio de 2013. Ele saiu de casa, no Arapoanga, em direção à casa do irmão mais velho, no mesmo setor de Planaltina. No caminho, Antônio se perdeu e parou na frente da chácara de um sargento da PM no Córrego do Atoleiro, área próxima à região.
Assustado, o policial pediu ajuda ao 14º Batalhão ao achar que seria vítima de um assalto. Duas viaturas, com seis policiais, foram atender ao chamado. Entre eles, os dois acusados. Antônio foi levado para a 31ª Delegacia de Polícia na madrugada do dia 27. De acordo com os policiais civis e militares que participaram do processo, eles interrogaram Antônio, pesquisaram se possuía ficha criminal e o liberaram em seguida.
Mas o auxiliar de serviços gerais, que tinha 32 anos à época, não voltou para casa. O inquérito sobre o desaparecimento de Antônio só foi aberto meses depois. O caso saiu da 31ª DP e ficou sob a responsabilidade da Delegacia de Repressão a Sequestros. À época, o responsável pelo caso era o delegado Leandro Ritt.
Ele acreditava em abandono do lar. Ritt chegou a receber uma informação de que Antônio teria sido visto em um canavial de Formosa (GO) e no município JK, também em Goiás. A procura só terminou em 21 de novembro de 2013, quando a ossada do auxiliar de serviços gerais foi encontrada em frente à Quadra 16 do setor Buritis 3 em Planaltina.