Sargento que matou adolescente a tiros segue ativo na PMDF
Adolescente de 17 anos foi morto em janeiro de 2022, após ser alvo de tiros durante uma perseguição policial em Samambaia
atualizado
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Réu na Justiça comum desde dezembro, o policial militar acusado de ter matado a tiro Gustavo Henrique Soares Gomes (foto em destaque), 17 anos, continua em atividade na corporação do Distrito Federal.
O crime ocorreu em janeiro de 2022, em Samambaia, e, desde então, o terceiro sargento Edimilson Dias Ferreira Júnior mantém as atividades. Ele responde ao processo em liberdade.
Em dezembro último, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) aceitou denúncia do Ministério Público (MPDFT) contra o militar pelo crime de homicídio doloso — quando há intenção de matar. Assim, o sargento vai a júri popular.
Ao aceitar a denúncia, o juiz Fabrício Castagna Lunardi, do Tribunal do Júri de Samambaia, considerou haver “indícios suficientes de autoria em desfavor do réu” e que não havia “provas contundentes acerca da inocência” de Edmilson.
A defesa do militar entrou com recurso contra a sentença.
Relembre o caso
Na ocasião da morte do jovem, a PMDF informou que duas motos furaram um bloqueio policial montado na quadra 609 de Samambaia. O segundo veículo, onde estava Gustavo e era conduzido pelo amigo dele, Gustavo Matheus Santana da Silva, 18, foi alvo de tiros dos PMs.
Segundo a corporação, a vítima empunhou um simulacro de arma de fogo. Porém, diligências da Polícia Civil do DF (PCDF) descartaram a tese de legítima defesa levantada pelo PM.
Para os parentes do adolescente, Gustavo morreu por despreparo do integrante da PMDF.
“Ele recebeu um tiro no peito, estando na garupa, sem oferecer risco aos policiais armados. A polícia disse que Gustavo tinha um simulacro e ameaçou sacar, na tentativa de colocar mais um jovem negro como bandido, porém, as filmagens e testemunhas evidenciam que não tinha arma”, alegaram na época em que ocorreu o crime.
Veja fotos do jovem morto pelo PM:
Serviços administrativos
Por meio de nota, a PMDF informou que Edimilson foi afastado das ruas e, atualmente, cumpre serviços administrativos na corporação.
A Polícia Militar ainda esclareceu que adotou todos os procedimentos necessários para a elucidação do ocorrido “e agora o processo se encontra com o Poder Judiciário”.
Informações disponíveis no Portal da Transparência do Governo do Distrito Federal (GDF) constam que o terceiro sargento está ativo na corporação e recebe salário bruto mensal de R$ 16.023, 47.
O que diz a defesa do PM
Procurada pela reportagem do Metrópoles, a defesa do policial militar disse preferir não se manifestar até o julgamento dos recursos perante o TJDFT.