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Sangue analisado não é de brasiliense desaparecido no Peru

Deputados distritais que participaram de comitiva no Peru dizem que Artur Paschoali pode estar vivo

atualizado

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Arquivo Pessoal
1 de 1 - Foto: Arquivo Pessoal

Uma nova esperança para a família do brasiliense Artur Paschoali, desaparecido no Peru há quase três anos. O sangue encontrado no restaurante em que o jovem trabalhou, perto de Machu Picchu, não é dele. A comprovação foi feita por uma comitiva, liderada pelos deputados distritais Ricardo Vale (PT) e Wellington Luiz (PMDB), que esteve no país por seis dias. O pai de Artur também acompanhou os trabalhos. O grupo conseguiu ainda reabrir as investigações, que serão feitas pelo Ministério da Justiça no Peru.

Os distritais embarcaram para o país em 30 de novembro para cobrar mais agilidade e empenho nas investigações. Ricardo Vale é presidente da Comissão de Defesa de Direitos Humanos e Wellington Luiz preside à Frente Parlamentar de Apoio às Famílias de Pessoas Desaparecidas, da Câmara Legislativa do DF. Os deputados e o pai de Paschoali chegam a Brasília na madrugada de segunda (7/12). Com a comprovação de que a mancha de sangue encontrada em agosto não é do brasiliense, ressurgiu a possibilidade de o jovem estar vivo.

Esperança
Em São Paulo, durante escala para voltar a Brasília, na noite deste domingo (6/12), o pai de Artur conversou com o Metrópoles e comemorou as notícias que traz para a família. “Além de o sangue não ser do Artur,  agora existe uma equipe bem preparada para investigar e acompanhar tudo, com ordens direta do ministro, que significaria aqui para gente como o da Justiça”, contou Wanderlan de Souza Vieira. Esta é a sexta viagem que ele faz ao país. “Mas nenhuma outra vez participei de ações tão bem organizadas e planejadas, de forma tão respeitosa. Avançamos muito e deixamos as portas abertas para dar continuidade à investigação, que estava esquecida”, completou.

Desde o desaparecimento de Artur, a família já gastou R$ 230 mil nas buscas, entre as viagens e a contratação de uma equipe para auxiliar nas buscas. O restaurante que eles tinham em Brasília foi vendido para ajudar nas despesas. Apesar de todos os gastos, dos empréstimos e do tempo que já passou, a nova viagem animou os pais do jovem. “Toda vez que a gente pensa em entregar, vem uma situação que rescende a chama. E estamos esperançosos. Só vamos ter paz quando soubermos o que aconteceu. Precisamos saber se o Artur está vivo, se está em regime de trabalho escravo ou se morreu”, finalizou Wanderlan.  

Os principais resultados da viagem podem ser resumidos assim:
– O resultado do exame de DNA do sangue encontrado no hotel onde o estudante trabalhava deu negativo para Artur Paschoali. Essa informação deu novas esperanças à família e aos amigos do brasiliense.
– O Ministério da Justiça do Peru decidiu reabrir as investigações, desta vez com acompanhamento da próprio pasta.
– Afastamento do fiscal que acompanhava o caso desde a denúncia de desaparecimento de Artur.
– A Polícia Nacional Peruana destacou quatro novos agentes especializados em sequestros e crimes para investigar e interrogar suspeitos pelo desaparecimento de Artur Paschoali. É uma iniciativa inédita da polícia nessa investigação e os agentes já estão em Cusco.
– O defensor público geral determinou que a Defensoria Pública acompanhe de forma direta toda a investigação.
– O relatório final será elaborado em conjunto pelos dois deputados distritais e pelo pai de Artur, Vanderlan Vieira, que participou da viagem com a comitiva oficial.

Desaparecimento
Morando no Peru em 2012, Artur trabalhava em um restaurante perto de Machu Picchu. Em 21 de dezembro daquele ano, saiu pela região para, segundo teria informado aos amigos, fazer fotos. Desde então, ninguém mais teve notícias sobre o paradeiro do jovem.

Os pais de Artur chegaram a contratar investigadores particulares para ajudarem nas buscas. Na época, eles levantaram a hipótese de que o jovem estaria em uma tribo, na cidade de Atalaya, submetido a trabalho escravo. O pai do brasiliense foi até o local, mas não localizou o filho.

Em agosto deste ano, depois de a família do jovem conseguir que a polícia peruana investigasse o caso como criminoso e não desaparecimento, investigadores encontraram vestígios de sangue na casa do dono do bar que o brasiliense trabalhou antes de sumir. A suspeita era que o material fosse de Artur. Agora, com a hipótese descartada, a família tem nova esperança de que o brasiliense esteja vivo.

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