Samu recebe em média 54 trotes por dia no Distrito Federal
Segundo o Samu, entre janeiro e outubro, foram registradas 16,5 mil ligações falsas, tirando tempo e recursos para o resgate de pessoas
atualizado
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A cada dia, 54 trotes tiram a atenção e atrapalham as equipes de resgate do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no Distrito Federal. As ligações falsas consomem tempo, dinheiro e colocam vidas em risco.
Segundo a Secretaria de Saúde, entre janeiro e outubro de 2021, o Samu recebeu 16.563 trotes. O serviço de resgate está disponível para salvar vidas pelo telefone 192.
Cada trote coloca vidas em risco. Afinal, uma vez que a ligação é recebida, a Central de Regulação cadastrar, identifica uma viatura disponível, prepara o socorro e monitora o veículo até a chegada ao paciente.
Para o diretor do Samu, Victor Arimatea, a brincadeira de mau gosto perturba a qualidade do serviço prestado para a população.
“As equipes se dedicam diariamente arriscando a própria vida e a própria saúde para garantir o socorro a quem realmente precisa. E, apesar de tudo isso, de todo esse esforço, a missão fracassa quando um único atendimento necessário deixa de ser realizado por falta de um recurso acionado por um trote”, afirmou.
A Samu conta com 1 mil profissionais, somando médicos e enfermeiros, técnicos de enfermagem, condutores socorristas, psicólogos, assistentes sociais, atendentes e pilotos. O serviço tem viaturas básicas a avançadas, helicópteros e motos.
Segundo o Samu, pelo menos há tendência de queda dos trotes na comparação com os anos anteriores. Em 2017, foram registradas 67.808 ligações falsas, ou seja, redução de 400%.
“É importante salientar que trabalhamos com indicadores que, quanto menor for o valor (dos trotes), melhor será. Sendo assim, nosso objetivo, de fato, é que esse indicador seja igual a zero”, pontuou.
Segundo o artigo 266 do Código Penal Brasileiro, passar trote para serviços de emergência é crime. O infrator pode ser penalizado com 1 a 6 meses de detenção.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no caso de menores de 18 anos, esse é um ato infracional gravíssimo, sujeito a aplicação de medidas socioeducativas.
Samuzinho
Para conscientizar as crianças, o Samu mantém o Projeto Samuzinho. A proposta é chamar a atenção para esse público da importância do trabalho de socorro, alertando para os riscos e prejuízos dos trotes.