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Saiba quem são os dois presos acusados de darem cobertura a Lázaro

Elmi Caetano Evangelista, de 74 anos; e Alain Reis de Santana, 33, foram detidos nesta quinta-feira pela força-tarefa que caça o maníaco

atualizado

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Elmi Caetano Evangelista, de 74 anos; e Alain Reis de Santana
1 de 1 Elmi Caetano Evangelista, de 74 anos; e Alain Reis de Santana - Foto: Reprodução

Os dois presos na noite desta quinta-feira (24/6) sob acusação de darem cobertura à fuga do maníaco Lázaro Barbosa, 32 anos, foram identificados como Elmi Caetano Evangelista, de 74 anos; e Alain Reis de Santana, 33. O idoso é dono da chácara situada na área rural de Girassol (GO) e Alain seria o seu caseiro.

Elmi foi detido por policiais penais do Distrito Federal, que já haviam recebido a informação de que o serial killer estaria recebendo ajuda de moradores da região.

O idoso estava em uma Fiat Strada de cor prata e desobedeceu a ordem de parada dos agentes. Ele tentou fugir, mas acabou interceptado, detido e levado à delegacia. O carro foi apreendido e será periciado.

Já o caseiro foi detido na chácara do patrão, Elmi, por integrantes da força-tarefa liderada pelo secretário de Segurança de Goiás, Rodney Miranda. De acordo com o chefe da pasta, um deles estaria com uma das armas que Lázaro roubou, com 50 munições, na região de Cocalzinho (GO), uma espingarda calibre 22.

Para o titular da Segurança Pública de Goiás, somente essa ajuda poderia justificar o fato de o criminoso não ter sido preso até agora.

“Sabíamos que não era normal ele conseguir fugir por tanto tempo sem ajuda, sem uma rede ajudando ele”, completou. Miranda destacou que os envolvidos estão sendo ouvidos e serão autuados por porte ilegal de armas e facilitação de fuga. Dependendo das investigações, poderão ser considerados, ainda, cúmplices ou coautores dos crimes praticados por Lázaro.

“Quem facilita vida de foragido comete crime. Desconfiamos que tem outras pessoas ajudando e vamos chegar nelas. Vamos chegar a essa rede criminosa que apoia o Lázaro”, garantiu o secretário.

Mais crimes

Após a prisão dos dois suspeitos de estarem ajudando Lázaro a fugir do cerco policial que já dura 16 dias, Rodney Miranda revelou que o psicopata é investigado por pelo menos sete crimes cometidos antes da chacina da família Vidal no DF.

“A maioria é latrocínio (roubo seguido de morte). Todos antes de Ceilândia”, revelou o titular da pasta, sem dar detalhes dos crimes. Sem falar que Lázaro já foi condenado por dois assassinatos e um estupro (veja a ficha criminal dele abaixo).

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Uma das armas teria sido roubada por Lázaro durante a fuga
Secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda fala em "rede de psicopatas"
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Munição apreendida com suspeito de ajudar Lázaro Barbosa

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Uma das armas teria sido roubada por Lázaro durante a fuga

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Secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda fala em "rede de psicopatas"

Hugo Barreto/Metrópoles

 

Não há confirmação se os dois detidos teriam, também, participado da chacina da família Vidal, no Incra 9, em Ceilândia, no dia 9 de junho. O secretário confirmou que o criminoso foi visto nesta tarde.

A equipe ainda encontrou um esconderijo onde o criminoso pode ter se abrigado. “Ele andava sempre pelos canais. Temos um indicativo forte de onde ele está. Vamos virar a noite até prendê-lo. Nós fechamos o perímetro e estamos cercando cada vez mais”, explicou.

Megaoperação

O clima está tenso na região de Girassol desde o início da tarde dessa quinta. Um grande contingente de policiais, viaturas, helicópteros e cães farejadores foi mobilizado nas buscas ao criminoso. Uma barreira na estrada de acesso ao Setor de Chácaras foi montada e os moradores estão impedidos de entrar. A região foi cercada após denúncias da presença de Lázaro no local.

Por volta das 15h, dezenas de viaturas, dois helicópteros e o secretário seguiram apressados para a região. Uma moradora disse ter visto Lázaro no local. A mulher contou que viu o suspeito e que ele correu para uma região de mata, onde homens da força-tarefa entraram.

Bombeiros do DF também reforçam o cerco, com o apoio de drones que têm visão noturna e térmica.

 

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Buscas por Lázaro duraram 20 dias. Mais de 200 policiais participaram
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Movimentação de equipes durante as buscas pelo criminoso

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Buscas por Lázaro duraram 20 dias. Mais de 200 policiais participaram

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Moradores fugiram de suas propriedades com medo do cerco feito na região. “Ficamos sabendo que ele pode estar lá, vamos abandonar e ir para a cidade. Estão todos saindo para não correr risco”, disse uma moradora.

“Tem muita polícia lá no Condomínio Luminosa. Eles não pediram para a gente sair das nossas casas, mas estamos com medo. Saindo por conta própria. Vamos para Águas Lindas, em casa de parentes e amanhã voltamos”, relatou outro fazendeiro da região.

O produtor rural Alan Rodrigues, 32, resolveu deixar a sua propriedade após as intensas buscas na região nesta noite. Segundo ele, há a suspeita de que Lázaro Barbosa tenha passado em sua chácara na última sexta (18). “Tudo indica que foi ele. Ninguém entra para pegar queijo, penca de banana e um carregador. Ainda arrombou a porta”, relatou.

Chacina

Lázaro é suspeito de matar Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Ele ainda sequestrou Cleonice Marques de Andrade, 43 anos, esposa de Cláudio e mãe das outras vítimas. O crime ocorreu na madrugada de 9 de junho, no Incra 9, em Ceilândia.

O corpo de Cleonice foi encontrado dias depois, em um matagal. O cadáver estava sem roupa e com um corte nas nádegas, em uma zona de mata perto da BR-070.

Desde que matou a família Vidal, Lázaro vem entrando e saindo de propriedades, fazendo novas vítimas. Ainda no Incra 9, em Ceilândia, ele invadiu outros dois locais, baleando três pessoas em um deles, além de um policial. Em Goiás, ele tem se escondido na região entre Girassol, Edilândia e Cocalzinho, Entorno do DF.

Família Vidal:

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Cláudio Vidal de Oliveira
Gustavo Marques Vidal
Cleonice Marques de Andrade
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Carlos Eduardo Marques Vidal

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Cláudio Vidal de Oliveira

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Gustavo Marques Vidal

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Cleonice Marques de Andrade

 

Ficha criminal

A vida criminal de Lázaro começou em 2008. Na época, ele foi preso por um duplo homicídio em Barra do Mendes, município baiano que fica a 540 km de Salvador. Ele é natural da cidade.

Segundo a Polícia Civil baiana, o criminoso foi indiciado pelos assassinatos de José Carlos Benício de Oliveira e Manoel Desidério Silva, no povoado de Melancia. O inquérito, concluído e enviado à Justiça, aponta que ele atingiu as vítimas com disparos de espingarda e depois fugiu, apresentando-se dias depois na unidade policial. Após a prisão, ele acabou fugindo para o Centro-Oeste.

No DF, chegou a ser condenado por roubo e estupro. Mas, também, conseguiu fugir do sistema penitenciário em 2016.

A capacidade de fuga de Lázaro já é velha conhecida da polícia e do sistema prisional goiano. Em julho de 2018, ao tentar escapar junto de outros cinco detentos do presídio de Águas Lindas (GO), no Entorno do Distrito Federal, ele foi o único que obteve êxito.

Lázaro foi preso no dia 8 de março de 2018, por suspeita de assassinatos ocorridos na Bahia, além de estupro, roubo e porte ilegal de armas no DF. Ele tinha, na época, três mandados de prisão em aberto.

A ausência dele entre os internos do presídio de Águas Lindas só foi sentida no momento de recontagem dos detentos, após a ação policial no local. No entanto, a essa altura, ele já estava longe.

A fuga ocorreu durante a madrugada, por volta das 2h, de 23 de julho de 2018, segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária de Goiás (DGAP).

Personalidade violenta

Laudo psicológico feito no âmbito de um dos processos contra Lázaro Barbosa, em 2013, constatou que o homem tem características de personalidade violenta, como agressividade, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade e instabilidade emocional.

Ainda de acordo com os psicólogos que assinam o documento ao qual o Metrópoles teve acesso, o criminoso tem possibilidade de “ruptura do equilíbrio, preocupações sexuais e sentimentos de angústia”.

O autor, segundo os especialistas, teve o desenvolvimento psicossocial prejudicado devido a agressões familiares, uso abusivo de álcool e drogas, falecimento familiar, abandono das atividades escolares, trabalho infantil e situação financeira precária.

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