Saiba quem é mulher executada com tiro a mando da ex-esposa no DF
Jennifer Caroline Gomes trabalhava como auxiliar de serviços gerais e estudava para ser técnica em enfermagem
atualizado
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Jennifer Caroline Gomes, 33, executada em 14 de outubro de 2021, trabalhava como auxiliar de serviços gerais em uma empresa e deixou duas filhas que completaram 15 anos nessa quinta-feira (21/12). Janeide Santos, 44, acusada de matar a ex-companheira, foi presa nessa quarta-feira (20/12), após ter sido indiciada como mandante do crime bárbaro. Jennifer sofria constantes abusos psicológicos durante o relacionamento Janeide.
Antes de ser morta, a vítima estudava para ser técnica em enfermagem. Ela e Janeide tiveram um relacionamento de 2010 a 2021, entre términos e reconciliações conturbados.
De acordo com a mãe da vítima, Juscilene Gomes, 54, cozinheira, a filha não aguentava mais viver pressionada pela ex. “Me dizia que estava exausta, que era insuportável, porque a Janeide falava que ia tirar a própria vida se elas terminassem”, relatou.
A investigada também tinha hábito de ameaçar as duas filhas de Jennifer Caroline, a mãe da vítima e eventuais novas namoradas da ex. “Ela é psicopata. Essa mulher é uma maluca”, afirmou a cozinheira.
A mãe também contou ao Metrópoles que recebeu a notícia da prisão de Janeide por telefone. “Liguei para os policiais para saber como estava a investigação e recebi a notícia que o caso estava solucionado e que ela estava presa. Apesar da angústia, fiquei satisfeita e aliviada”, completou Juscilene.
Todas as vezes em que a estudante tentava terminar o relacionamento, a então companheira da vítima tentava impedi-la, por meio de ameaças e agressões. Nos períodos de términos temporários, quando Jennifer Caroline conhecia alguém novo, a pessoa era ameaçada de morte pela investigada.
Ameaças
Uma das companheiras da vítima chegou a ser perseguida por um indivíduo com uma faca e, posteriormente, decidiu mudar de cidade. “Ela [Janeide] gritava, dizendo que abriria a barriga da mulher de uma ponta a outra. A Jennifer prometeu que voltaria para a ex se ela não matasse a [nova] namorada, que foi para longe do Distrito Federal depois disso”, detalhou Juscilene.
Qualquer um que se manifestasse contrariamente à relação das duas e aconselhasse Jennifer Caroline a terminar sofria algum tipo de violência da suspeita mandante do assassinato. Janeide era considerada obcecada pela ex e dizia que casaria com a estudante a qualquer custo. Inclusive, tentava convencê-la a fazer uma inseminação artificial para que as duas tivessem um filho, segundo a mãe da vítima.
“Ela mandou mensagens para uma das minhas netas, disse que a menina nunca mais veria a mãe. Também dizia para a Jennifer que tiraria dela o que ela mais ama — nesse caso, seria eu”, contou Juscilene. A cozinheira acrescentou que, certa vez, a investigada partiu para cima dela, com intenção de agredi-la, mas a estudante ficou entre as duas e impediu a violência.
Quando Jennifer Carolina foi assassinada, o casal estava separado haviam alguns meses, o que teria motivado o crime, segundo a polícia. A vítima estaria em um relacionamento com uma nova parceira, que também foi ameaçada e, por medo, “sumiu do mapa”.
Assassinato
A execução ocorreu por volta das 6h, no Setor Leste do Gama, depois de a vítima sair de casa para trabalhar. A PCDF apurou que Janeide conhecia a rotina de Jennifer Caroline e teria sabido que a ex havia começado a se relacionar com outra mulher.
Na data do crime, Janeide e o assassino — ainda não identificado — aguardaram em uma esquina até que a vítima aparecesse. Em seguida, a suspeita deu sinal para o executor simular um assalto e matar Jennifer Caroline. Imagens obtidas pelo Metrópoles mostram que ela chegou a se ajoelhar pouco antes de ser morta.
Depois de levar o tiro, a vítima foi socorrida e hospitalizada. Jennifer Caroline ficou internada em coma por dois meses, mas não resistiu e morreu em 23 de dezembro de 2021.
Assista:
Áudio com ameaças
Antes de ter mandado executar a vítima, segundo a polícia, a investigada costumava ameaçar qualquer pessoa que se aproximasse de Jennifer Caroline.
Em um áudio ao qual a reportagem também teve acesso, Janeide disse que comprou um “brinquedinho” — uma arma, segundo a PCDF — para usar com a ex.
“O que é seu está guardado. Eu comprei um brinquedinho que tem um buraquinho, mas ele vai fazer dois em você”, afirmou a suspeita na gravação.
Ouça:
As ameaças contra a vítima e contra quem se aproximasse dela eram intensas, segundo a polícia. Em depoimento, testemunhas ainda descreveram Janeide com características como “perfil de psicopatia” e “ciúme possessivo”. Algumas delas só colaboraram com a investigação após a prisão da suspeita, por medo do que a investigada poderia fazer; outra chegou a mudar de cidade.
Com o mandado de prisão, Janeide ficará presa, inicialmente, até o fim do trabalho policial. Quem tiver informações sobre a identidade do assassino pode entrar em contato anonimamente com a PCDF, pelo telefone 197.