Saiba o valor dos equipamentos usados pelo Bope em operações antibomba
Alguns dos equipamentos tecnológicos utilizados pelo Esquadrão de Bombas do Bope, responsáveis por detectar explosivos, custam R$ 1 milhão
atualizado
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Na última semana, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Distrito Federal recebeu o maior número de ocorrências de suspeita de bomba, em um curto período de dias. Às vésperas da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a corporação atendeu sete chamados para supostos artefatos explosivos na capital federal.
Diante do cenário de tensão, as operações comandadas pelo Esquadrão de Bombas com a utilização de equipamentos tecnológicos importados, responsáveis por detectar substâncias explosivas, ganharam destaque, nos últimos dias, na localização e identificação de bombas.
Segundo a PMDF, as tecnologias utilizadas estão embarcadas nos equipamentos de segurança e equipamentos de contramedidas adquiridos de diversos países. Entre eles, estão: leitura remota de substâncias, raio-x portáteis, kits para intervenção remota, unidades robóticas, braços robóticos e trajes de proteção “que tornam possível o atendimento de qualquer crise envolvendo explosivos dentro de padrões aceitáveis de segurança”.
Porém, para adquirir alguns desses equipamentos necessários na realização da chamada Operação Petardo, a corporação chega a pagar por aparelhos que custam na casa de R$ 1 milhão.
A depender da tecnologia, o raio-x portátil, que ajuda na identificação e desativação de artefatos explosivos, custa entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. Por sua vez, os trajes de proteção utilizados pelos explosivistas são adquiridos no valor de R$ 500 mil.
De acordo com a corporação, esses dois aparelhos não carregam nenhum material radioativo. Eles utilizam uma tecnologia que emite sinal radioativo apenas no momento de seu funcionamento, similar aos equipamentos médicos. Os equipamentos são incorporadas pelo Bope desde 2004.
Sete casos em uma semana
Dos sete possíveis casos de bomba, dois se confirmaram. O primeiro surgiu na tarde de sexta-feira (23/12). Um passageiro de um ônibus acabou preso suspeito de transportar o artefato em uma bolsa. A denúncia foi feita por uma mulher que estava no coletivo. Algumas horas depois, a polícia informou que não havia bomba e liberou o homem.
Já no sábado (24/12), véspera de Natal, o motorista de um caminhão-tanque desconfiou de uma caixa de papelão estranha apoiada no último eixo, do lado esquerdo do veículo. Ao verificar o item (foto em destaque), deparou-se com “duas ‘bananas’, uma antena e um detonador com luzes piscando”.
Então, acionou a PMDF. O explosivo foi neutralizado próximo ao Aeroporto de Brasília. George Washington de Oliveira, 54 anos, confessou ser o responsável pela bomba. Em depoimento, ele afirmou ser apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e que tinha a intenção de “causar o caos” no dia da posse de Lula.
Ele está preso, e a Polícia Civil do DF (PCDF) investiga outros envolvidos.
Veja a linha do tempo:
Ainda no sábado, equipes das forças de segurança se mobilizaram para desarmar uma suposta bomba perto da Base Aérea de Brasília. No entanto, os agentes encontraram apenas uma mochila com uma garrafa de água mineral dentro.
Na madrugada de domingo (25/12), uma nova suspeita de bomba mobilizou as forças de segurança do DF. O material encontrado na região do Gama, na DF-290, pesava cerca de 40 kg. No fim da noite de Natal, o esquadrão de bombas do Batalhão de Operações Especiais da PMDF foi ao local para realizar procedimentos técnicos e confirmou se tratar de explosivo. Em seguida, fez a detonação controlada do material.
Já na terça-feira (27/12), no Setor Hoteleiro Norte (SHN). Uma mochila abandonada chamou a atenção de uma pessoa, que imediatamente acionou a polícia. Porém a suspeita não se confirmou, e a PM descartou a existência de uma bomba no local. Apesar de ter sido um alarme falso, a ocorrência deixou integrantes do futuro governo Lula em estado de tensão.
O Esquadrão de Bombas descartou a existência de uma nova ameaça de bomba, na tarde de quinta-feira (29/12), no Sudoeste. Uma mala abandonada levantou suspeitas. A PMDF esteve no local, mas, segundo a corporação, um homem havia deixado o objeto cheio de roupas atrás de uma escada e buscaria depois.
Por fim, a sétima, e última ocorrência, ocorreu nesta sexta-feira (30/12), entre o Tribunal de Contas da União (TCU) e o anexo do Supremo Tribunal Federal (STF). O Bope esteve no local. Porém, cerca de uma hora depois, a existência de bomba foi descartada pela equipe.