Sabia que a Naja kaouthia é surda? Em live, Zoo tirou dúvida sobre a cobra
Encontro teve intuito de conscientizar sobre o tráfico de animais, além de mostrar o réptil ao público
atualizado
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O tráfico de animais ganhou enorme repercussão nas últimas semanas, quando Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, foi picado por uma Naja kaouthia, espécie oriunda de fora do Brasil.
Com a finalidade de conscientizar as pessoas em relação ao tema, o Zoológico de Brasília promoveu, na tarde desta sexta-feira (24/7), uma transmissão ao vivo de pouco mais de 50 minutos, por meio do perfil do Instagram da instituição (@zoobrasilia).
A live foi apresentada pelo diretor de répteis do Zoo, o biólogo Carlos Eduardo, e contou com a presença da Naja apreendida pela Polícia Militar do Distrito Federal (PCDF), além de outros animais obtidos na operação, como a cobra-papagaio.
Foi apresentado o recinto do réptil, como é o protocolo de segurança adotado pela equipe, além de uma conversa sobre o tráfico de animais e demais temas relacionados.
Carlos Eduardo conta que essa espécie é originaria da Ásia, trata-se de um adulto. A Naja mede cerca de 1,5 metro, mas ainda não foi identificado se é macho ou fêmea.
Embora não esteja na lista de espécies ameaçadas de extinção, a cobra vem sofrendo alguns danos com o passar dos anos em seu país natal. “Ela está perdendo espaço em seu habitat natural. É comum encontrá-las em campos de arroz”, conta o biólogo.
Tráfico de animais
Para combater a posse ilegal de animais silvestres mantidos de forma irregular, Carlos Eduardo conta que em casos de entrega voluntária aos órgãos competentes, como Polícia Militar Ambiental e Ibama, não haverá penalizações.
“É muito melhor ir a um zoo para observar o papel de conservação do que ter em casa”, observa.
Exposição da Naja ao público
Questionado por um dos seguidores que acompanhava a transmissão se a serpente estaria disponível para os visitantes do parque, Carlos revelou que caso o animal fique estressado, isso não irá ocorrer, pois ela não está acostumada com exposição ao público.
“O primeiro ponto é priorizar o bem-estar do animal e dos nossos funcionários”, diz.
Curiosidades
Ainda sobre serpentes, o especialista revela que esses animais não possuem o aparelho auditivo completo, a maioria é surda. Elas sentem apenas vibrações.
Ou seja, o popular conto dos encantadores de serpente cai por terra, pois elas não acompanham o barulho da flauta.
“Os encantadores de serpete colocam urina de rato na ponta flauta e deixam o animal com fome, fazendo com que ele siga o instrumento pelo cheiro”, declara Carlos Eduardo.