Rollemberg suspende compra de motos de luxo pelo Detran
Pressionado pela repercussão negativa da aquisição em tempos de crise, governador determinou que a Procuradoria-Geral do DF revise o processo
atualizado
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Depois da repercussão negativa, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) determinou nesta quarta-feira (27/1) a suspensão da compra de 14 motos da marca alemã BMW pelo Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF). Os veículos iriam custar R$ 648,5 mil aos cofres públicos e a expectativa é que chegassem já na segunda semana de fevereiro. Cada unidade seria comprada por R$ 46.324. Segundo o GDF, o processo será revisto pela Procuradoria-Geral do DF.
Rollemberg estava em São Paulo, na abertura da Campus Party Brasil 2016 quando pediu ao Detran explicações para a compra das motocicletas. Depois de estudar a situação e ouvir especialistas sobre a aquisição de modelos mais simples, decidiu suspender a compra. A partir de agora, o Detran deve reavaliar as especificações das motos para reposição da atual frota.Em nota, o GDF informou que “as novas unidades terão de observar os critérios técnicos para reposição da atual frota, de forma a atender adequadamente às necessidades para fiscalização de trânsito em todo o Distrito Federal, mas também devem seguir princípios de austeridade e de economicidade.”
Denúncia
Na terça (26), o relações públicas George Marques, 25 anos, protocolou denúncia no Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) contra a aquisição de motocicletas, alegando que a compra é imoral, principalmente com o GDF alegar dificuldades financeiras, atrasar salários de servidores e aumentar impostos.
Questionado sobre a necessidade do modelo de luxo, o diretor de Fiscalização do Detran, Silvaim Fonseca, explicou que “é uma moto que anda em asfalto, estrada de chão ou brita. Consegue saltar obstáculos e, se precisar, passa até por escadas.” Esclareceu, ainda, que os agentes fizeram treinamento e “essas motos sobem e descem qualquer tipo de terreno. É uma moto multiuso.”
Ainda de acordo com o Detran, a adesão à ata do pregão da PRF representou uma economia de R$ 189.857,22, já que os preços pesquisados no DF eram bem mais caros do que os R$ 46.324 cobrados. A adesão é um procedimento legal, praticado pela administração pública, regulamentado pelo Decreto 7.892/2013, que trata do Sistema de Registro de Preços.