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Rollemberg quer transformar outros hospitais em institutos

Em meio a críticas de sindicatos, adversários e pacientes, o governador anunciou que o modelo será adotado em outras unidades, caso vença

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Eva hospital de base
1 de 1 Eva hospital de base - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em meio à enxurrada de críticas dos adversários, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) participou de uma reunião com a direção do Instituto Hospital de Base (IHB) nesta segunda-feira (3/9) e, ao final, apresentou um balanço positivo da gestão da maior unidade de saúde do Distrito Federal. O atual chefe do Buriti também anunciou que, se eleito, vai estender o modelo aos grandes hospitais do DF.

“Esse é o nosso objetivo. Começando por grandes hospitais como o Hmib (Materno Infantil da Asa Sul), HRT (Taguatinga), HRC (Ceilândia) e HRG (do Gama)”, adiantou.

Entre os buritizáveis, há quem defenda a extinção do instituto, como Rogério Rosso (PSD), Eliana Pedrosa (Pros), Alberto Fraga (DEM) e Ibaneis Rocha (MDB). Os sindicatos da área de saúde também criticam a gestão feita pelo IHB, que está longe de agradar os pacientes.

Em 15 de julho, o Metrópoles mostrou que, ao contrário do prometido pelo governo, servidores foram transferidos compulsoriamente do IHB. A medida deixou doentes crônicos assustados. Eles temem a falta e o desencontro de informações, além de descontinuidade no tratamento, o que pode levar à morte em situações mais complexas.

Nesta segunda (3), a reportagem conversou com pacientes no ambulatório da unidade. A aposentada Eva Maria Silva (foto em destaque), 70 anos, disse que aguarda há quase três anos por um exame de tomografia para o tratamento contra a osteoporose. “Nem me lembrava mais que havia solicitado. Quanta demora, né? Espero não precisar de tratamento. Porque se for nesse mesmo passo, já era minha saúde”, destacou.

A cabeleireira Maria Eliezer Barbosa, 51, descobriu tosse crônica em 2016 e, desde então, busca tratamento no Instituto Hospital de Base. “Havia me consultado em março, o médico pediu retorno para outubro e só consegui marcar para dezembro. Muito ruim, além de não saber o que tenho, enfrento essa demora”, contou.

Na luta contra um câncer no colo do intestino, a diarista Sebastiana Pereira Marcelino, 66, elogiou o o serviço prestado. “Estou há quatro meses fazendo quimioterapia e não tenho do que reclamar. Sou bem atendida na rede. Acredito que as coisas melhoraram”, disse.

A assistente social Ceni Carolina Dutra, 30, buscou a emergência do IHB na manhã desta segunda (3), após perceber um inchaço no pescoço. “Cheguei aqui e eles me disseram que não posso ser atendida. Moro no Guará e terei de buscar atendimento no hospital de lá. Suspeita de caxumba. Trabalho com crianças e não posso aguardar por uma consulta. O nome já diz: é um caso emergencial, mas não recebi atendimento aqui. Muito ruim”, lamentou.

Com dores, a dona de casa Anastácia Lourenço de Aniceto, 64, também buscou o IHB nesta segunda. Ela tem pedra nos rins e fez uma consulta há dois meses com um urologista. Havia marcado uma cirurgia para o dia 16 de outubro. “Não vou aguentar até lá. Demorou demais. Estou incomodada. A pedra está saindo e a dor é horrível. Hoje, não consigo nem sentar. Estou há mais de uma hora aguardando o atendimento”, desabafou.

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A assistente social Ceni Carolina Dutra, 30, também buscou a emergência do IHB na manhã desta segunda (3), após perceber um inchaço no pescoço
Eva Maria Silva, 70, disse que aguarda há quase três anos por um exame de tomografia para o tratamento contra a osteoporose
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) participou de uma reunião com a direção do Instituto Hospital de Base (IHB)
Rodrigo Rollemberg (PSB): "No primeiro mandato, criamos 16 mil vagas para crianças de 4 e 5 anos que buscaram o serviço pelo 156. Para a próxima gestão, vamos universalizar o acesso às creches, assim como na educação infantil. Quando digo isso, falo de todas as crianças de 6 meses a 5 anos. Para atender a essa demanda, serão criadas mais 25 mil vagas na rede pública de ensino. Para isso, vamos fazer a reforma ou construção de 42 Centros de Educação da Primeira Infância. Também assinei uma carta me comprometendo, com a Rede Nacional Primeira Infância, a implementar políticas intersetoriais para a primeira infância nas áreas de saúde, educação e assistência social"
Sala para tratamento de quimioterapia da unidade de saúde
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Com dores, a dona de casa Anastácia Lourenço de Aniceto, 64, foi ao IHB para verificar a possibilidade de antecipar uma cirurgia marcada para outubro. "Não vou aguentar até lá"

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A assistente social Ceni Carolina Dutra, 30, também buscou a emergência do IHB na manhã desta segunda (3), após perceber um inchaço no pescoço

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Eva Maria Silva, 70, disse que aguarda há quase três anos por um exame de tomografia para o tratamento contra a osteoporose

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O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) participou de uma reunião com a direção do Instituto Hospital de Base (IHB)

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Rodrigo Rollemberg (PSB): "No primeiro mandato, criamos 16 mil vagas para crianças de 4 e 5 anos que buscaram o serviço pelo 156. Para a próxima gestão, vamos universalizar o acesso às creches, assim como na educação infantil. Quando digo isso, falo de todas as crianças de 6 meses a 5 anos. Para atender a essa demanda, serão criadas mais 25 mil vagas na rede pública de ensino. Para isso, vamos fazer a reforma ou construção de 42 Centros de Educação da Primeira Infância. Também assinei uma carta me comprometendo, com a Rede Nacional Primeira Infância, a implementar políticas intersetoriais para a primeira infância nas áreas de saúde, educação e assistência social"

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Sala para tratamento de quimioterapia da unidade de saúde

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Emergência do hospital

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A reunião do governador com a direção do hospital ocorreu em uma sala no 11° andar do prédio central da unidade de saúde. Rollemberg não percorreu outras áreas do instituto. Também estavam no local o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, o presidente do IHB, Ismael Alexandrino, e o secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio.

O chefe do Palácio do Buriti classificou o modelo de gestão descentralizado como um projeto vitorioso. Citou que, antes, eram feitas 24 sessões de radioterapia por mês, agora, são 60. Disse ainda que conseguiu desbloquear 107 leitos e melhorar o nível de satisfação dos pacientes — de 39% para 66%.

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