Rodoviários do DF prometem greve a partir desta segunda-feira (6/11)
Pedindo reajuste salarial com ganhos acima da inflação, rodoviários do DF aprovaram a greve da categoria a partir desta segunda (6/11)
atualizado
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Os rodoviários do Distrito Federal aprovaram o início da greve da categoria, a partir desta segunda-feira (6/11). A decisão foi tomada durante assembleia na manhã deste domingo (5/11). Os trabalhadores reivindicam, desde agosto, um acordo coletivo com as empresas de transporte público para conseguir um reajuste salarial, com ganhos acima da inflação. Após a decisão, no entanto, a Justiça suspendeu o movimento (entenda abaixo).
Nesse sábado (4/11), os trabalhadores receberam uma proposta prevendo reajuste de 5,33% nos salários, no plano de saúde e no plano odontológico, além de reajuste de 8% no tíquete alimentação e de 10% na cesta básica. No entanto, a categoria considerou que os índices propostos não foram satisfatórios e optou pela paralisação.
Agora, a direção Sindicato dos Rodoviários do DF (Sinttrater) se organiza para divulgar as orientações para os rodoviários e apontar como funcionará a greve. “A categoria rejeitou a proposta apresentada e agora só nos resta ir pra luta, para atender a vontade dos trabalhadores. Esperamos sair vitoriosos”, disse o presidente da entidade, João Dão.
“A Central Única dos Trabalhadores (CUT) está junto com o sindicato e com a categoria, desejando que um acordo chegue, para que a população não seja penalizada com a falta de transporte público, que já é precário no Distrito Federal. Mas a Justiça deve ser feita, e a categoria dos rodoviários precisa ser valorizada e seu pleito, atendido”, comenta Rodrigo Rodrigues, presidente da CUT-DF.
A diretoria do Sindicato dos Rodoviários do DF informou que vai colocar diretores em pontos estratégicos e nas portas das empresas, para garantir a maior adesão à greve.
Ao Metrópoles, o Metrô garantiu que vai rodar com “o máximo de sua capacidade, reforçar o quadro de pessoal nas estações de maior fluxo e, caso necessário, estenderá o pico para transportar os usuários”.
A Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF (Semob-DF) considerou a greve como abusiva, uma vez que, segundo a pasta, houve proposta das operadoras e houve acordo entre as empresas e o sindicato. “A Semob continua na interlocução entre operadoras e os rodoviários, no sentido de encontrar um acordo que possa colocar fim ao movimento grevista e, assim, minimizar os impactos à população”, informou.
De acordo com o órgão, desde o início da campanha salarial, a secretaria acompanhou toda a negociação com as operadoras do Sistema de Transporte Público Coletivo (STPC/DF). “O Sindicato dos Rodoviários do DF chegou a fechar o acordo com as operadoras, mas, reunidos em assembleia pela manhã de hoje, os rodoviários não aceitaram a proposta e decidiram entrar em greve”, apontou a Semob.
Justiça anula greve
O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) suspendeu a greve dos rodoviários marcada para esta segunda-feira (6/11). A decisão do presidente do Tribunal, desembargador Alexandre Nery de Oliveira, avalia que a categoria “avançou em aparente abuso do direito de greve” por não ter informado sobre a greve aos usuários do transporte coletivo em tempo hábil.
Ainda foi estipulada uma multa de R$ 10 mil por hora de descumprimento, “sem prejuízo de eventual agravamento, em caso de recalcitrância”. O caso chegou ao TRT após a Procuradoria-Geral do Distrito Federal pedir a suspensão da greve por entender que o movimento é abusivo. O governo também ressaltou que não houve a “fixação de percentuais mínimos de funcionamento do sistema rodoviário de transporte coletivo”.
Após a decisão judicial, os rodoviários não voltaram a se manifestar.