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Rodoviária: motoristas e pedestres ficam confusos com interdição

Usuários se queixam das alterações. As mudanças serão mantidas nos próximos 90 dias, até que obras emergenciais sejam concluídas

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1 de 1 Interdicao-na-rodoviaria - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O primeiro dia de interdição na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto foi de confusão entre motoristas e pedestres. Na manhã desta quinta-feira (27/06/2019), condutores ainda estão se situando sobre as mudanças no local. Muitos buzinavam ao verem as pistas bloqueadas e pediam informações aos agentes de trânsito sobre como seguir viagem. Passageiros de ônibus também se queixaram de paradas improvisadas.

Conforme o Metrópoles revelou nessa quarta-feira (26/06/2019), o governador Ibaneis Rocha (MDB) determinou o fechamento da plataforma superior do terminal, por onde passam diariamente 700 mil pessoas. A intervenção ocorrerá para evitar o desabamento da estrutura. Laudos técnicos detectaram fissuras irreversíveis.

A previsão é de que, com os reparos, a área seja liberada em até 90 dias. O Executivo local aguarda agora aprovação do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) para alterar o modo de licitação para as obras na rodoviária, de normal para emergencial. A expectativa é de que isso ocorra até a próxima segunda-feira (01/07/2019) e, assim, as obras sejam iniciadas o mais rápido possível.

Nas primeiras horas do dia, apesar da pouca movimentação, houve pequenas retenções em alguns pontos. Os motoristas ainda buscavam entender as mudanças. Equipes do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) estão no local para orientar os condutores. Na altura do Conjunto Nacional, agentes sinalizam que a passagem está liberada apenas para veículos leves. Ônibus e caminhões estão sendo desviados para seguir pela pista que dá acesso ao Buraco do Tatu.

Quem se desloca da Asa Sul para a Asa Norte trafega na mesma via, em frente à rodoviária, agora em apenas duas faixas. A terceira está revertida para atender ao fluxo no sentido Asa Norte para Asa Sul. Flanelinha do estacionamento em frente ao Conjunto Nacional, Antônio Carvalho, 47 anos, diz que o trânsito deve complicar na região ao longo do dia. “O fluxo de carros aqui é muito grande. Até acostumar, os motoristas vão se confundir. Eu mesmo não estava sabendo dessas alterações. O governo deveria ter avisado com certa antecedência”, destacou.

“Sei do transtorno que uma medida emergencial como essa causará à vida da nossa população, mas precisamos em primeiro lugar pensar na segurança e na vida das pessoas que passam por ali todos os dias”, pontuou o governador, durante entrevista coletiva na noite de quarta-feira (26/06/2019).

O ambulante Vando Meireles, 34, também disse estar surpreso. “Trabalho na rodoviária e sempre estaciono o carro na plataforma superior. Venho pela Asa Norte e, hoje, não consegui acessar o caminho que faço diariamente. Complica a vida da população, que é sempre a última a ser informada sobre esses assuntos, né?”, reclamou.

Durante pelo menos 90 dias, prazo para as obras serem finalizadas, a via que liga o shopping Conjunto Nacional ao Conic, no sentido Norte-Sul, está liberada apenas para pedestres e ciclistas. A cozinheira Marli Sousa, 50, que trabalha no Setor de Diversões Sul, estranhou a via vazia nesta manhã.

“Em mais de 10 anos que trabalho aqui, nunca havia presenciado uma mudança dessas. Esperamos que seja para o bem da população e que, ao fim destas obras, o problema esteja resolvido. Se for para preservar vidas, estamos de acordo, mas vai causar muitos transtornos também”, comentou Marli. Uma orientação importante é para que os condutores prefiram outras vias, como a L2 e o Eixão.

Os pedestres também devem ficar bem atentos. Os usuários de ônibus que desciam na pista da plataforma superior entre o Conjunto Nacional e o Conic agora precisam desembarcar em uma parada provisória instalada no paredão que fica ao lado do Buraco do Tatu. A vendedora Lúcia Tânia Vale, 26, trabalha no Conjunto Nacional e desceu nesse ponto para seguir ao trabalho.

Problemas verificados na Rodoviária do Plano Piloto:

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Trecho de nota técnica assinada pela Novacap
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“Uma confusão. Agora vou ter de andar mais. Antes, era só descer na parada em cima e já estava bem próximo. Durante os próximos dias, vou ter que parar aqui e passar pela rodoviária até chegar ao Conjunto Nacional. Não sabíamos de nada disso. Acaba trazendo desconforto”, reclamou.

Assim como Lúcia Vale, o gerente de loja Rodrigo Pereira, 38, precisou fazer o mesmo trajeto ao desembarcar no ponto improvisado. “Ontem, quando saí do trabalho, estava tudo normal. Hoje, já temos essa novidade. Gostaríamos de saber quando Brasília vai estar plenamente disponível para a população. A cada momento aparece um problema novo. Além disso, tememos pelas vendas. Vão ter estacionamentos bloqueados e isso desinteressa os clientes do shopping. Eles vão para locais onde o acesso ao estacionamento público é mais fácil”, acrescentou.

O diretor de edificações da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Francisco Ramos, detalhou os problemas constatados pela empresa no terminal. “Recentemente, verificamos o aumento da fissura em uma das vigas de estrutura interna da rodoviária. O usuário não tem acesso exatamente ao ponto que fica dentro do que nós chamamos de caixão perdido da estrutura. Identificamos a anormalidade e achamos melhor a prevenção do tráfego de veículos pesados na plataforma superior”, assinalou.

O objetivo, segundo ele, é evitar vibrações e a extensão da fissura. “Nós não isolamos a área para pedestres. Não sabemos se isso poderia acarretar um colapso da viga. Pode até se romper uma das vigas e o outro sistema suportar a carga. Mas é melhor prevenir do que remediar, por isso decidimos pelo isolamento da área”, pontuou.

Um material feito de fibra de carbono será aplicado no interior das vigas de concreto, aumentando em 10 vezes a resistência da estrutura impactada diariamente pela passagem de veículos na plataforma superior. A previsão de custo das obras é de R$ 6 milhões. Ao término da execução, a segurança das peças reformadas será restabelecida.

Estacionamentos bloqueados

De acordo com o diretor de Policiamento e Fiscalização de Trânsito do Detran-DF, Francisco Saraiva, não só a população e os motoristas foram pegos de surpresa, mas todo o aparato de segurança.

“Visto que nos momentos de grande fluxo, o trânsito nesta região já é considerado um ponto crítico, estamos pedindo aos condutores paciência, calma e compreensão. Essa é uma ação de governo que visa dar principalmente segurança de fluidez ao cidadão”, assegurou.

“Estaremos trabalhando durante todo o período de obras para garantir as melhores condições de trafegabilidade. O esquema é emergencial, mas, ao mesmo tempo, estamos monitorando para ver onde podemos melhorar. São 10 viaturas disponíveis só para a região. Queremos minimizar os problemas ao cidadão.”

Os estacionamentos da parte superior da rodoviária também estão temporariamente interditados. “Somente estão fechados o último espaço da parte superior em frente ao Conjunto Nacional e o primeiro do Conic. São os dois adjacentes nas vias S1 e N1, paralelamente aos centros comerciais”, informou o diretor.

A orientação do Detran é para que as pessoas que precisam acessar os centros de compras, utilizem os demais estacionamentos públicos da área que continuam liberados. “Principalmente visando a situação do ir e vir do cidadão e também atendendo à necessidade empresarial.”

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