Risco de deslizamento mantém cratera interditada na 709/909 Sul
Trânsito na região permanece interrompido e atendimentos em clínicas vizinhas foram reagendados. População deve evitar W4 e W5
atualizado
Compartilhar notícia
A área ao redor da área atingida por um desmoronamento na 709/909 Sul ainda representa perigo e deverá passar por uma série de reparos e inspeções antes que volte a ser considerada segura. Durante as fortes chuvas dessa terça-feira (10/12/2019), quatro carros foram engolidos pela cratera que se formou no canteiro de obras de uma clínica, após o solo ceder. Apesar da gravidade do episódio, ninguém se feriu.
O terreno está escavado a uma profundidade de 10 metros. Para que os operários possam retornar ao trabalho e os veículos sejam retirados do buraco, a empresa que responde pela construção deverá providenciar, primeiramente, os devidos reparos. Os responsáveis foram notificados pela Defesa Civil para fazer o isolamento da área e a reestruturação da parte danificada.
Ainda não há data para o recomeço das atividades, nem para a retirada dos automóveis arrastados para a cratera. Tudo vai depender das condições da região pós-reparos e do aval dos órgãos de segurança.
Segundo o tenente Walmir Oliveira, do Corpo de Bombeiros, a causa provável do incidente foi a ruptura de uma tubulação de águas pluviais, o que teria encharcado o solo e provocado excesso de carga no muro de contenção da obra.
O militar explica que o isolamento da rua em frente e a realização de obras reparadoras visam garantir a segurança e integridade da estrutura e de imóveis próximos. “São necessárias uma série de análises para autorizar o retorno aos trabalhos e a entrada de um guindaste aqui para remover os carros. Isso será feito após a avaliação dos engenheiros responsáveis e da Defesa Civil. Esses reparos terão de ser feitos não só para corrigir mas para evitar novos danos”, frisou.
A Defesa Civil orienta a população no sentido de evitar a W4 e a W5 na altura da 709/909. Para isso, pediu ao Departamento de Trânsito (Detran-DF) a redução do tráfego a fim de evitar sobrepeso na W4. Também por determinação do órgão, o expediente de estabelecimentos que ficam nas redondezas do local foi encerrado mais cedo.
Veja vídeos do incidente:
O chão tremeu
A área é administrada pela D&B Construtora e Incorporadora, responsável por erguer uma clínica médica no local. Em seu site, a empresa diz adotar “como principal estratégia a identificação dos melhores fabricantes nacionais e internacionais para realizar a compra dos equipamentos, fornecendo para as principais empresas projetos e serviços no segmento de construção e incorporação, e atuando também na construção de usinas de energias renováveis”.
“A empresa já tem mais de 30 anos de atividade e mais de 200 obras no Distrito Federal. Trabalhamos como sempre fizemos e, em todo esse tempo, nunca tivemos problemas desse tipo”, ressaltou Carlos Medeiros ao Metrópoles. Os proprietários dos carros atingidos relataram que representantes da construtora se comprometeram a arcar com os prejuízos..
Segundos antes de o terreno ceder, testemunhas garantem ter sentido o chão tremer e, depois, escutar um estrondo. “Achei que era terremoto e agarrei a primeira coisa que eu vi”, contou Zilda Anenceto, 65 anos. Ela estava no trabalho, em uma casa no Bloco I da 709 Sul, quando aconteceu o deslizamento.
As pessoas que estavam no Biocenter, prédio vizinho à obra, foram as que mais perceberam o tremor, como afirma a secretária Jaqueline Martins, que trabalha no local. “Primeiro, senti o prédio balançar. Depois, houve um barulho estrondoso. Então, os próprios funcionários passaram chamando todo mundo para sair do edifício.”
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, os prédios do Biocenter e da Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal (Fape), ao lado da área onde ocorreu o deslizamento, foram evacuados. O edifício da Fape foi liberado logo após as autoridades descartarem risco. O Biocenter, após a evacuação, permaneceu o dia todo interditado, o que obrigou a remarcação de consultas dos pacientes.
Prejuízo e alívio
Larissa Zarur foi uma das pessoas que tiveram 0 veículo engolido pelo buraco. Ela estava em uma consulta médica quando soube que o seu carro, um HB20x, havia caído no vão da obra. “Eu saí assim que a chuva diminuiu e, quando vi, o meu carro já estava dentro do buraco com os outros automóveis. Ele tem só um ano de uso e estamos tentando resolver agora com o seguro.”
Leia matéria completa sobre as pessoas que tiveram os veículos atingidos.
Veja fotos do deslizamento: