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Rim sumido: em exumação de idosa, filhos pedem atenção a outros órgãos

Segundo a família, um dos rins de Dona Emídia desapareceu logo após a morte da senhora no Hospital Regional de Taguatinga

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1 de 1 foto de família - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Após exumação do corpo de Emídia Nunes Chavante Oliveira, a família espera respostas não apenas sobre o suposto desaparecimento de um dos rins da mulher. Aguarda, também, por informações sobre outros órgãos da mulher.

Amparada por uma decisão judicial, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) exumou o corpo da dona de casa e feirante, morta aos 74 anos no Hospital Regional de Taguatinga (HRT).

Dona Emídia morreu após peregrinar pela rede pública sem conseguir atendimento. De acordo com a família, houve suposta negligência médica e além disso um dos rins da paciente teria sumido ainda no hospital.

O advogado Kenneth Chavante, presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil seccional DF (OAB-DF) em Samambaia, que representa a família, contou que há dúvidas sobre outros órgãos.

“Durante a exumação solicitei atenção para outros órgãos, especialmente para o cabelo e as córneas”, afirmou Chavante.

No funeral, a família não conseguiu confirmar se a dona de casa estava com cabelos e as córneas. O laudo deverá ficar pronto dentro de 30 dias.

Quebra-cabeça

Para Chavante, a exumação é uma parte importante do quebra-cabeça sobre a morte de Emídia. “Foi um erro médico? Foi um vilipêndio? Estamos diante da ponta do iceberg de um esquema de furto de órgãos”, acusou.

Segundo a feirante Gidália Nunes Oliveira, filha da dona de casa, a família sofre com a perda. “É muita dor. É um pesadelo. Esperamos que descubram o que aconteceu para minha mãe e nós podermos ter paz”, desabafou.

Outro lado

Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que “a hipótese levantada é de que possa ter ocorrido uma atrofia do órgão devido a um processo infeccioso.

A pasta acrescentou que “não houve sinais de extração do órgão, o que foi confirmado pela ausência de cicatrizes ou evidências cirúrgicas.

A secretaria lembrou que “a captação de órgãos no Brasil, incluindo rins, só é permitida a partir de um diagnóstico de morte encefálica, o que não foi o caso da senhora Emídia”.

A pasta destacou que, tal captação é realizada exclusivamente no Hospital de Base e no Instituto de Cardiologia do DF (ICTDF), e em nenhum momento a paciente foi transferida para essas unidades.

Sobre as córneas, a pasta informou que a doação “pode ocorrer após uma parada cardiorrespiratória (PCR)”, mas que “qualquer captação de órgãos ou córneas exige a autorização formal da família (até 2º grau), mediante a assinatura do Termo de Autorização para Doação de Órgãos e Tecidos, com a assinatura de duas testemunhas. Conforme verificação no Sistema Nacional de Transplantes (SNT), a paciente não estava registrada como doadora de órgãos ou córneas”.

“A SES destaca que, devido ao quadro clínico da paciente, ela não seria elegível para doação, e por isso, não houve abordagem à família nem captação de órgãos ou tecidos”, acrescentou.

 

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