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Revolta marca adeus a garoto morto em colisão causada por PM: “Acabou”

“Cadê a justiça que não aparece para prender esse bandido? Acabou comigo, acabou com a minha família”, disse pai de Lucas Cavalcante Andrade

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Família reunida para foto em preto e branco
1 de 1 Família reunida para foto em preto e branco - Foto: Reprodução

Um misto de tristeza e revolta marcou o sepultamento de Lucas Cavalcante Andrade, 10 anos, na tarde desta quarta-feira (17/8), no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O garoto morreu em um acidente de trânsito causado pelo policial militar Carlos Roberto de Carvalho Neto, 26, na madrugada dessa terça-feira (16/8), na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB). O pai junto ao outro filho, de 14, reuniu os brinquedos do menino e colocou ao lado do caixão.

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Inconsolável, o pai do menino, Adelson Andrade, clamou por justiça. “Cadê a justiça que não aparece para prender esse bandido? Acabou comigo, acabou com a minha família, minha mulher e meus filhos”, disse.

“Faz alguma coisa para ajudar, meu Deus”, pediu, aos prantos.

O acidente aconteceu após o veículo conduzido pelo PM, um Hyundai i30 preto, colidir com o carro dos pais do garoto. O policial estava de folga, e existe a suspeita de que ele tenha ingerido bebida alcóolica com os amigos horas antes. Ele negou-se a fazer o teste do bafômetro.

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Familiares e amigos despedem-se de Lucas no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul
Criança de 10 anos morre em acidente na EPNB
Uma garrafa de cerveja estava dentro do carro do PM envolvido no acidente fatal
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Lucas Cavalcante Andrade e com o pais e o irmão

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Familiares e amigos despedem-se de Lucas no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul

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Criança de 10 anos morre em acidente na EPNB

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Carlos Roberto de Carvalho Neto é soldado da PMDF

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Ele tem 26 anos

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E pratica fisiculturismo

“Ele destruiu a nossa família e a dele também. Com 26 anos, ele é um menino ainda. Tudo começou pela imprudência. A bebida é um terror na vida de qualquer família”, lamentou a bisavó materna de Lucas, Zilar Maria de Carvalho, 78.

Lucas chegou a ser levado ao Hospital de Base com traumatismo cranioencefálico grave e hemorragia intensa, mas não resistiu aos ferimentos.

“Se ele (PM) fosse consciente, estaria em casa dormindo para trabalhar no outro dia”, disse a tia Liana de Carvalho, 58.

Os pais do garoto têm outro filho, de 14 anos, que não envolveu-se no acidente.

Eu vi que o policial vai ter apoio psicológico. E a família do meu sobrinho? Vai ter esse mesmo apoio? Será que eles vão ter o mesmo cuidado?”, questiona o tio Wilton Carvalho Souza.

“Ele (Carlos Roberto) deveria ter sido encaminhado na hora da ocorrência para a delegacia. Ele deveria estar preso”, completa o tio. “A velocidade que ele estava era tão grande, que não conseguiu fugir. Não posso afirmar, mas acredito que, se o veículo tivesse condições, ele teria fugido”.

Após o acidente, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) afastou o policial das ruas. O PM exercerá atividades administrativas e contará com apoio psicológico, segundo a corporação. Um procedimento interno também será instaurado para apurar a conduta do praça.

PM é liberado após causar acidente

O policial militar foi liberado após prestar esclarecimentos na 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas). Em depoimento, o PM informou que estava em Samambaia, na casa de um amigo, e seguia pela BR-060 com destino à sua residência, no Cruzeiro. O oficial detalhou que, quando passou perto de uma obra, próximo à passarela do Riacho Fundo 1, um veículo de cor vermelha o fechou.

Carlos Roberto acrescentou que tentou frear, mas bateu no carro que estava à frente, o Fiat Uno branco da família de Lucas. O soldado afirmou que tentou socorrer as vítimas. A Polícia Militar foi acionada, mas Carlos Roberto se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi conduzido à delegacia.

A coluna Na Mira, do Metrópoles, apurou que, horas após o acidente, o militar compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame que constataria a embriaguez. O laudo preliminar do corpo de delito, porém, deu negativo para a ingestão de álcool. Dessa forma, o policial militar não foi autuado em flagrante.

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