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Réveillon 2019: GDF tem gasto turbinado com cachê de Naiara Azevedo e queima de fogos

Sertaneja cobrou R$ 75 mil a mais do que costuma receber em outros eventos. Com fogos de artifício, valor é 72,8% maior do que ano passado

atualizado

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Bruno Pimentel/Metrópoles
Brasília (DF), 23/02/2018 Naiara Azevedo na Shed Bar Local: Shed Bar – Cota Mil Foto: Bruno Pimentel/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 23/02/2018 Naiara Azevedo na Shed Bar Local: Shed Bar – Cota Mil Foto: Bruno Pimentel/Metrópoles - Foto: Bruno Pimentel/Metrópoles

A festa de Réveillon de 2019 em Brasília terá custos salgados para o bolso do contribuinte. Os valores pagos pela Secretaria de Cultura (Secult) aos prestadores de serviço chamam atenção. Principal atração da noite, a cantora sertaneja Naiara Azevedo receberá cachê de R$ 275 mil por um show de 90 minutos, quando a média cobrada pela artista é de R$ 200 mil. Já a tradicional queima de fogos vai custar R$ 299 mil neste ano, contra os R$ 173 mil pagos na passagem de 2017 para 2018. Um aumento de 72,8%. Ao todo, o GDF desembolsará R$ 2 milhões pela virada.

O pregão para a contratação da empresa responsável pela queima de fogos ocorreu na última quarta-feira (19/12). Seis companhias concorreram. De acordo com a ata, a Blaster Comércio de Materiais de Limpeza e Fogos ficou em quinto lugar na disputa, sendo que as quatro primeiras tinham valores iguais ou inferiores a R$ 200 mil.

Segundo a Secult, as quatro empresas que apresentaram melhores preços foram desclassificadas do processo. Três por não apresentarem documentação em tempo hábil e uma por suspeita de ter sido beneficiada por outra concorrente. Pela ordem, a Blaster — que prestou o serviço na virada do ano passado — foi selecionada novamente.

O proprietário da Blaster, Pedro Henrique Moreira Boing, explicou ao Metrópoles que o valor inicial do pregão deste ano era de pouco mais de R$ 380 mil para a realização da queima e que as empresas com preços menores foram, uma a uma, sendo desclassificadas até a sua ser declarada vencedora.

“Nosso preço está atrelado ao dólar. Com ele subindo, o nosso valor também aumentou. Você não sabe o estresse que é participar de um pregão. Ano passado, fomos acompanhando os preços mais baixos, até conseguirmos vencer, sem ganhar quase nada. Neste ano, companhias que apresentaram preços menores foram desclassificadas. O nosso era de R$ 360 mil, porque somos a única empresa com liberação da Marinha para operar com fogos no Lago Paranoá. Ajustamos nosso valor três vezes antes de chegarmos a esse”, argumentou Pedro Boing.

Atração sertaneja
Já o valor pago à cantora Naiara Azevedo está, pelo menos, R$ 75 mil mais caro do que ela costuma cobrar por apresentações em outros períodos do ano. Em lista divulgada em março, a sertaneja cobrava R$ 165 mil por apresentação. Em novembro, segundo site especializado no cachê dos famosos, Naiara recebia, em média, R$ 200 mil por cada show.

Segundo o Diário Oficial do DF (DODF) da última quinta (20), a escolha da cantora foi realizada via convite (veja publicação abaixo), e não por meio de licitação. Embora a prática seja permitida por lei, os valores chamaram atenção. Especialmente porque a contratação ocorre um ano após polêmica semelhante, envolvendo show de Alcione.

Diário Oficial do DF confir… by on Scribd

 

 

O outro lado
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Secult informou, por meio de nota, que “a contratação da cantora Naiara Azevedo para o Réveillon Brasília 2019 foi feita dentro da legalidade e com absoluta transparência”. A pasta acrescentou que “entende como normal e compreensível que o cachê de grandes artistas populares tenha valores majorados em datas festivas, como o Réveillon”.

A secretaria salientou ainda: “Esta gestão se pautou pela seriedade e pela estrita obediência aos preceitos legais e também pela diminuição radical de gastos em datas festivas”.

A assessoria de Naiara Azevedo não havia retornado os contatos até a última atualização deste texto.

Polêmica com Alcione
Na virada para 2018, a Secult foi alvo de críticas ao pagar R$ 300 mil à cantora Alcione, que, na época, costumava receber R$ 130 mil por suas performances. A justificativa da pasta foi a de que, no período de final de ano, os artistas aumentam o valor de seus ganhos devido à grandiosidade dos eventos.

O caso foi parar no Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) após manifestação do Ministério Público de Contas local (MPC-DF). O TCDF analisou a contratação e acabou arquivando o processo.

O governo de Rodrigo Rollemberg (PSB) fechará sua gestão com gasto de R$ 2 milhões na festa do Réveillon de 2019, que contará com dois palcos: um no Estádio Nacional Mané Garrincha e outro na Prainha – Praça dos Orixás. Desse montante, R$ 1,5 milhão ficará para a montagem e contratação da estrutura, enquanto R$ 500 mil serão distribuídos para as atrações. É nesse bolo que serão pagos os R$ 275 mil para a cantora.

Cada palco contará com dois DJs, que receberão R$ 3 mil, e quatro artistas e bandas, remunerados com R$ 20 mil cada.

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