Retorno indefinido: UnB debate acesso de alunos a aulas virtuais
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão se reúne para começar a discutir assunto e números mostram dificuldades tecnológicas para alunos
atualizado
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Por meio remoto, integrantes do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade de Brasília (UnB) começaram a discutir nesta quinta-feira (2/7) a possibilidade de retorno das atividades na unidade de ensino superior. E dados básicos de uma pesquisa foram apresentados a fim de fornecer base para a discussão. Os números mostram que a retomada por meio on-line terá dificuldades de acesso para os estudantes.
As aulas na universidade foram suspensas por causa da pandemia do novo coronavírus. A reitoria cogitou a adoção de teleaulas, mas a comunidade reclamou que muitos não teriam acesso a dispositivos e a internet, de modo geral. Por isso, a equipe do professor Lucio Rennó, coordenador do subcomitê de pesquisa social do grupo que cuida das ações de recuperação, coletou informações com 20.521 da graduação e 2.041 da pós-graduação.
Alguns números mostram isso. No campus de Planaltina, por exemplo, 21,91% dos estudantes não têm tablet ou computador. O mesmo ocorre com 1,73% no Gama; 6,88% em Ceilândia; e 6,34% no Plano Piloto. Por outro lado, 45% dos entrevistados contam com internet banda larga; 28% têm acesso necessário; 26% com velocidade baixa; e 2% apresentam acesso precário.
De modo geral, o grupo apontou que há a necessidade de provimento de computadores para aproximadamente 6% dos alunos, assim como de uma internet com qualidade melhor para 30% dos estudantes. Outra preocupação diz respeito à plataforma principal que deverá ser usada no ensino a distância, o Moodle. De acordo com a pesquisa, 10% dos discentes precisam de capacitação para o uso do aplicativo.
Em seu relatório, Rennó pediu sensibilidade quanto às limitações das condições de estudo no domicílio. Assim como atenção para uma comunidade de estudantes que é afetada pela pandemia, dependente do Sistema Único de Saúde e com familiares em grupos de risco.
Outros números
A UnB realizou até a última sexta-feira (26/6) a pesquisa social, com o objetivo de mapear as condições socioeconômicas, de saúde e de acesso, além de familiaridade com recursos tecnológicos, principalmente entre os estudantes. Diversas áreas foram levantadas, como o número de pessoas têm acesso à internet, computador, telefone.
O estudo também foi levado em questão. No levantamento, 40% dos estudantes afirmaram que têm interferência na hora de estudar em casa. E desses, 46,91% disseram que o principal problema é não ter lugar adequado para se dedicar aos livros.
A própria saúde entrou no questionário. E os números mostram que 48% não possuem plano de saúde privado e dependem do SUS. Dos entrevistados, 13% somente fizeram teste para saber se estavam com a Covid-19.
Ainda é necessário fazer cruzamentos de dados para depois entregar um relatório geral para o Cepe, instância responsável pelas deliberações sobre o calendário, até a semana que vem. O documento será um dados que o conselho terá para decidir sobre a retomada das atividades na UnB.