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Políticos vão à Festa de Pentecostes, mas nada de discursos

O vice-governador do Distrito Federal, Renato Santana, o senador Helio José (PMDB), o deputado federal Izalci Lucas (PSDB) e o ex-deputado federal Geraldo Magela (PT) estiveram na celebração. Há dois anos, evento recebeu dinheiro de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato

atualizado

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1 de 1 pentecostes - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A Festa de Pentecostes 2016, iniciada no último domingo (8/5), na Paróquia São Pedro, chegou ao Taguaparque na noite desta sexta (13). E o evento que comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo manteve a recente determinação feita ao organizador, padre Moacir Anastácio de Carvalho, pelo arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sérgio da Rocha: nada de transformar a celebração em palanque para políticos.

Dessa forma, nesta noite, o vice-governador do DF, Renato Santana, o senador Helio José (PMDB), o deputado federal Izalci Lucas (PSDB) e o ex-deputado federal Geraldo Magela (PT) puderam apenas acompanhar as comemorações. Sem discursos. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 400 mil pessoas participaram da celebração na noite desta sexta (13).

No dia 12 de abril, o líder da Paróquia São Pedro acabou tragado à 28ª Fase da Operação Lava Jato, que teve como um dos alvos o ex-senador Gim Argello (PTB-DF). O político foi preso e o padre, obrigado a se explicar. Ele recebeu R$ 350 mil da construtora OAS, doação que teria sido intermediada por Argello. Além disso, padre Moacir contou ter recebido dinheiro da Andrade Gutierrez (R$ 300 mil) e da Via Engenharia (R$ 300 mil). As construtoras OAS e Andrade Gutierrez são citadas na Operação Lava Jato. A Via Engenharia e a Andrade Gutierrez são suspeitas de superfaturamento nas obras do Estádio Mané Garrincha. Elas formaram o consórcio responsável pela construção da arena.

Em 28 de abril, padre Moacir foi a Curitiba prestar depoimento à Polícia Federal para comprovar como usou os recursos. Ele foi ouvido, por uma hora e meia, pelo delegado Luciano Flores de Lima. O pároco levou documentos que mostrariam como as doações foram feitas: recibos e comprovantes de transferências bancárias.

Nesta sexta (13), a exemplo do domingo passado (8), o padre não comentou o episódio. Hoje, abriu a edição da Pentecostes celebrando a Missa de Libertação. No sermão aos milhares de fiéis presentes no evento religioso, ele cobrou mais fé em Jesus Cristo e na Igreja Católica.

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Alteração acontece em virtude do evento de Pentecostes
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Lava Jato
Renato Santana classificou a festa de Pentecostes como um “evento de fé”. Segundo ele, a crença não ficou abalada nem com o surgimento do nome do pároco na Lava Jato. “Aquilo que está para fora da Pentecostes, cabe ao padre. E o padre já deu suas explicações. Nós temos sempre de ter o cuidado de não cometer injustiças”, declarou.

Alinhada com o pensamento do vice-governador, a professora Renata Muniz, de Ceilândia, disse que “isso não abala em nada minha fé nele (Moacir)”, afirmou. Para ela, o pároco é um “homem que ouviu o chamado de Deus”.

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