Festa do Divino Espírito Santo leva milhares de fiéis a Planaltina
Tradicional festejo vai até domingo (15/5), Dia de Pentecostes.
atualizado
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A tradicional Festa do Divino Espírito Santo, celebrada em Planaltina, chegou a um dos momentos mais esperados neste sábado (14/5). Milhares de fiéis tomaram a praça em frente à Igreja São Sebastião para acompanhar o encontro das bandeiras, quando representantes de todas as paróquias da região, além dos foliões de rua e da roça, se encontram para louvar e agradecer pelas bênçãos alcançadas em mais um ano.
A festa, porém, começou bem antes disso. No dia 24 de março, foram escolhidos os casais foliões de rua e foliões de roça, responsáveis pelos dois pólos de festividades, um na cidade e outro na área rural.
Maria Glória Melo, 49 anos, foi sorteada como a foliã de rua, com um sentimento especial. “Meu marido ficou à beira da morte, com a ajuda do Espírito Santo conseguiu um transplante de fígado em 2014, após dois anos de espera. Portanto, sinto uma gratidão imensa em poder ajudar na festa deste ano”, conta emocionada.
E a rotina dos foliões não é fácil. Antes da semana de festas, o casal conduz diversas atividades religiosas pela cidade, chamados de giros de oração. “A intenção é evangelizar e anunciar os festejos”, relata Wálteno Marques da Silva, 63 anos, escolhido como imperador do evento, uma espécie de auxiliar do casal folião.
Durante a semana que precede o Dia de Pentecostes, as ações se intensificam. Os casais foliões realizam visitas às paróquias da cidade, participam de missas e promovem almoços e cafés-da-manhã para fiéis.
Comunidade envolvida
Além dos casais escolhidos com posição de destaque, pelo menos 200 outras pessoas coordenam ações diversas. O militar Clemilton de Moura, de 48 anos, foi o responsável pelo almoço de sábado (14/5), servido para 6 mil pessoas na praça em frente a igreja de São Sebastião. “Começamos às 21h de ontem (13) e viramos a noite na cozinha. Mas é um trabalho gratificante e que renova nossa fé”, conta Moura, conhecido também por Dito.
Na cozinha rústica da paróquia foram preparados 200 kg de arroz, 12 vacas, seis porcos, 300 guerobas – um palmito amargo típico da culinária goiana – e 120 kg de feijão tropeiro. O almoço foi servido por volta das 15h, após o Encontro das Bandeiras.
Procissão de fé
Enquanto parte da paróquia se desdobrava na cozinha, os casais foliões, tanto o de rua quanto o da roça, começavam cedo os trabalhos. Às 5h30 foi realizado o café-da-manhã da alvorada. Logo em seguida, todos seguiram para a primeira missa do dia.
Depois, o giro é iniciado. Os organizadores da festa seguem em procissão, levando os símbolos da festa: a pomba, representando o Espírito Santo, uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida, a bandeira do evento, além de uma coroa e um centro, que simbolizam o início da tradição, quando a rainha Isabel de Aragão, no ano de 1320, peregrinou por Portugal carregando uma coroa para cumprir uma promessa. São visitadas cinco casas de fiéis espalhadas pela cidade. Em cada uma são feitas preces e os seguidores podem tocar e beijar os símbolos sagrados.
Os casais seguem então para a praça da Igreja Matriz de Planaltina. Lá encontram-se também um casal de cada paróquia da cidade portando uma bandeira. O ponto alto é a chegada da caravana dos foliões da roça, que chegam ao centro histórico da cidade montados em cavalos. Centenas de cavaleiros, incluindo o governador Rodrigo Rollemberg, chegaram ao local por volta de 13h40 para a celebração, que incluiu preces, shows e uma missa.
As festividades terminam neste domingo (15), quando será a vez do casal da roça conduzir o almoço e as festas finais, celebradas no Dia de Pentecostes. Segundo as tradições católicas, nesta data o Divino Espírito Santo desceu do firmamento sobre a Virgem Maria e os apóstolos de Jesus Cristo. Confira imagens da festa:
