Centro de umbanda mais antigo do DF pede ajuda para não fechar as portas
Fechada na pandemia da Covid-19, casa fundada em 1965 tem dificuldades de manter ações assistenciais e espirituais com falta de recursos
atualizado
Compartilhar notícia
O centro de umbanda mais antigo em funcionamento na capital federal pede socorro. Com atividades desde agosto de 1965, o Centro Espírita Assistencial Nossa Senhora da Glória (Ceansg) é marcado pela colaboração de médiuns, voluntários e apoiadores de todo tipo.
Foi assim, por exemplo, em 1989, durante a construção do templo, na Asa Norte. Agora, o pedido de ajuda ocorre para manter as atividades espirituais e assistenciais durante a pandemia do novo coronavírus.
O templo religioso que por mais tempo funciona na capital, segundo o Inventário dos Terreiros do DF e Entorno, produzido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), está com uma campanha on-line para arrecadar R$ 96 mil. Até este sábado (20/06), 100 apoiadores doaram pouco mais de R$ 12,3 mil.
O valor é referente aos custos fixos até janeiro de 2021, quando as atividades serão retomadas. Por mês, são necessários quase R$ 12 mil para cobrir gastos com água, eletricidade, impostos, pagamento de funcionários, custos tributários e outras contas.
“Agora, precisamos da sua ajuda para manter nossas atividades. A caridade é a maior dádiva que podemos ter em nossos corações”, afirma o Ceansg, em nota.
Por sessão, 400 atendimentos
Antes das medidas de restrição impostas pela pandemia, a cada sessão, o centro espírita recebe cerca de 400 pessoas. São fiéis de todas as partes do Distrito Federal e do Entorno em busca de paz, caridade e amor. O Ceansg tem mais de 130 integrantes, popularmente chamados de filhos de santo.
Para se ter dimensão dos custos da atividade, a folha fechada em 10 de junho custou ao todo R$ 10.474,84. A principal despesa foi o pagamento de funcionários: R$ 6.012,82. O valor é referente a salários, direitos trabalhistas, INSS, FGTS e vale alimentação.
Em seguida, o custeio da estrutura — pagamento de água, luz, telefone, internet e serviços de manutenção —, correspondeu a R$ 3.093,14. Por fim, R$ 1.368,88 foram usados para o pagamento de tarifas bancárias, impostos (locais e federais) e consultoria de contabilidade. Os gastos são semelhantes nos meses março, abril e maio.
Com esses gastos, os filhos de santo do Ceansg criaram a campanha. “É a única forma de manter viva uma história de caridade e de amor”, destaca o grupo.
Antes da pandemia, às segundas, sextas e domingos, de longe, era possível ver a fila de pessoas na porta de centro. São servidores públicos, médicos, professores, policiais, diplomatas, além de brasilienses carentes que procuram doações de roupas e comida. O ritual começa às 20h, exceto no domingo, quando é às 9h30.
Em março, o Metrópoles mostrou que a líder do terreiro mais antigo do DF completou 90 anos (veja galeria abaixo). Jurema Pituba Faria, vivendo em Brasília desde 1962, nunca abandonou a cidade. Agora ela pede ajuda aos pioneiros e aos filhos do cerrado.
Ajuda
As atividades do Ceansg foram suspensas em março. O custeio da estrutura era garantido pelas cantinas das giras [encontros espirituais] semanais. Com a interrupção, a fonte de renda acabou. A contribuição da mensalidade dos médiuns é insuficiente para cobrir as despesas. Essa fonte de renda garante cerca de R$ 2 mil mensais, de acordo com a organização.
“Hoje, o terreiro está funcionando com a caridade dos irmãos e precisando de ajuda da comunidade e dos moradores de Brasília”, pondera, a instituição. “O Ceansg reafirma o compromisso de transparência no recebimento das doações e uso dos recursos. A instituição manterá a prestação de contas no site ceansg.org.br e nas redes sociais do centro”, completa a nota.
Como doar
Banco do Brasil – 001
Ag. 3477-0
C/C: 5319-8
CNPJ: 00.473.041/0001-03
Saiba mais
Instagram: instagram.com/ceansg.oficial
Vakinha: http://vaka.me/1128802