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Relatório da União alertou sobre inundações na Vila Cauhy há 1 ano

Relatório aponta 176 pessoas e 44 moradias na Vila Cauhy com alto risco de enchente e inundação. No DF, são 2 mil pessoas em áreas perigosas

atualizado

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Brasília (DF) 03/01/24 Moradores da Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante, limpam as casas e reorganizam a vizinhança após enchente durante a noite de ontem (2/1)
1 de 1 Brasília (DF) 03/01/24 Moradores da Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante, limpam as casas e reorganizam a vizinhança após enchente durante a noite de ontem (2/1) - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

As fortes chuvas causaram estragos em diversos pontos do Distrito Federal neste início de janeiro. Na Vila Cauhy, o Córrego Riacho Fundo transbordou e alagou casas de moradores da área deixando 60 famílias desabrigadas.

A fragilidade do local atingido por uma intensa tempestade, que pegou os moradores de surpresa, já era conhecida pelo Governo do Distrito Federal. Há exatamente um ano, o Serviço Geológico do Brasil, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, publicou um relatório mapeando as áreas de risco no DF. Entre os cenários, 44 moradias na Vila Cauhy foram apontadas como pontos de alta probabilidade para enchentes e inundações. O levantamento indicou 176 pessoas morando nessa situação preocupante.

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Após os registros de inundações, os bombeiros chegaram a orientar que alguns saíssem de seus imóveis
Moradores da Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante, considerado um dos locais mais afetados pelos temporais da madrugada dessa terça-feira (2/1), tentam se organizar para evitar maiores prejuízos
Prefeito comunitário da Vila Cauhy, Walter Marques comentou a situação. “Tem gente que sofre e muito. O pessoal mora aqui há mais de 20 anos e não sofria com isso antes.
As intensas chuvas fizeram com que o Córrego Riacho Fundo transbordasse
Nesta quarta, a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), anunciou o decreto de estado de alerta após as fortes chuvas que causaram estragos na capital do país
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Dona de um pequeno mercado há seis anos, Rosana Pereira da Cunha, 45, comenta que já “chorou demais” por causa dos últimos alagamentos, considerado por ela o pior dos últimos tempos na região

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Após os registros de inundações, os bombeiros chegaram a orientar que alguns saíssem de seus imóveis

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Moradores da Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante, considerado um dos locais mais afetados pelos temporais da madrugada dessa terça-feira (2/1), tentam se organizar para evitar maiores prejuízos

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Prefeito comunitário da Vila Cauhy, Walter Marques comentou a situação. “Tem gente que sofre e muito. O pessoal mora aqui há mais de 20 anos e não sofria com isso antes.

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As intensas chuvas fizeram com que o Córrego Riacho Fundo transbordasse

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Nesta quarta, a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), anunciou o decreto de estado de alerta após as fortes chuvas que causaram estragos na capital do país

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Celina disse à coluna Grande Angular que a medida significa que os órgãos responsáveis pelo atendimento da população em situação de risco devem cancelar férias de servidores e deixar equipes de pronta resposta

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A governadora enfatizou que a medida é preventiva. “As secretarias estão mobilizadas. Fui visitar as áreas mais atingidas e os órgãos estão trabalhando para atender à população. As chuvas vieram com mais força não só no DF, mas em outros locais do país. A nossa maior preocupação é preservar vidas”

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Um homem e o cachorro dele precisaram ser resgatados de canoa pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), após ficarem ilhados em virtude dos alagamentos

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Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), só nos dois primeiros dias do ano já choveu mais de 80% do total esperado para todo o mês.

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Moradores perderam diversos bens na Vila Cauhy

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Até a manhã desta quarta-feira (3/1), o DF registrou 109 milímetros (mm) de chuva no Plano Piloto e 166 mm no Paranoá. As quantidades significam, respectivamente, 53% da média e 81% da média prevista para todo o mês de janeiro.

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Além do CBMDF, equipes da Defesa Civil estão na Vila Cauhy para averiguar a situação. Até o momento, não houve interdição de imóveis nem registro de feridos.

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“Os setores de risco são constituídos de casas sobre as planícies de inundação, ou já próximas às margens dos principais cursos d’água, ou no caminho do escoamento das águas pluviais em drenagens naturais sobre planaltos mais dissecados”, destacou relatório sobre a situação da Vila Cauhy.

“Eventos de inundações e enxurradas foram registrados de forma frequente nos setores, com lâminas d’água passando de 1 metro em alguns locais”, alertou o relatório.

Lama e desespero: imagens mostram como ficou a Vila Cauhy após chuva

O estudo ainda apontou, como agravante para a área, a falta de drenagem urbana, de saneamento e de infraestrutura urbana. Os geólogos do governo federal entenderam que manilhas e drenos são insuficientes para comportar chuvas fortes.

Famílias desabrigadas

Sessenta famílias ficaram desabrigadas no Distrito Federal após os estragos causados pelos temporais. De acordo com a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), a maioria está nas  regiões da Vila Cauhy e da Candangolândia.

“Nós estamos fazendo também remoções de famílias lá, de idosos e crianças em áreas que estavam preocupando a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Esse número pode crescer, pode se estabilizar, mas o Governo do Distrito Federal está preparado e trabalhando.”

Conforme a coluna Grande Angular antecipou, a governadora decretou estado de alerta após as fortes chuvas que causaram estragos na capital do país nas últimas horas. O Decreto nº 45.382, de 3 de janeiro, instituiu o estado de alerta até março. A publicação do Diário Oficial do Distrito Federal determinou equipes de prontidão 24 horas por dia no período das chuvas.

Celina disse que a medida significa que os órgãos responsáveis pelo atendimento da população em situação de risco devem cancelar férias de servidores e deixar equipes de pronta resposta, uma vez que há previsão de mais chuvas para os próximos dias.

Relatório da União

O levantamento mapeou apenas as áreas de “risco alto” e “risco muito alto”. A capital do país tem 2,1 mil pessoas vivendo nessas situações. São 525 imóveis em locais com perigos geológicos. Ao todo, o DF tem 22 áreas de risco.

Em setembro, quando houve início do período de chuvas do ano, o Metrópoles visitou quatro das áreas de maior risco do DF, nas regiões administrativas de Sobradinho II e da Fercal, e conversou com moradores que se arriscam nessas localidades. Para eles, a chegada das chuvas castiga muito mais do que toda a seca brasiliense. Afinal, sobrevivem nas casas que têm para morar.

Veja os relatos:

“Peço a Deus que não chova”, disse a diarista Janilda de Moura Aguiar, 49 anos. As preces, no entanto, não têm sido atendidas. Em agosto, Janilda viu a casa ser inundada ao escoar toda a água da chuva e da rua. Para drenagem, a mulher tem um buraco no chão e outro na parede. Sem que nenhum familiar conseguisse dormir, a diarista escutava o ronco de um rio margear a cama.

O mês que assustou Janilda foi apenas uma prévia do que estava por vir. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), só nos dois primeiros dias do ano, já choveu mais de 80% do total esperado para todo o período de janeiro. E a chuva ficará ainda mais regular.

O Metrópoles questionou o GDF sobre quais obras foram feitas na Vila Cauhy desde que recebeu o alerta do governo federal, quantas famílias foram retiradas dos locais de alto risco e qual suporte foi oferecido aos moradores. No entanto, até a última atualização desta reportagem, o governo local não havia emitido nenhum parecer. Este texto será atualizado tão logo haja uma resposta oficial.

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