Relator de CPI critica ação de Exército contra PM: “Ia ter um massacre”
Deputado distrital Hermeto (MDB) afirmou que novo depoimento em CPI aponta interferência do Exército contra ações do GDF e da PM
atualizado
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Após o fim do quarto depoimento colhido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos antidemocráticos, o relator criticou as interferências do Exército citadas pelos convocados. Hermeto (MDB) chegou a avaliar que a postura das Forças Armadas contra a Polícia Militar em 8 de janeiro poderia gerar “um massacre”.
O deputado distrital que fará o relatório final da CPI ressaltou que diferentes oitivas da Comissão apontaram obstruções do Exército na tentativa de desmobilizar o acampamento em frente ao quartel-general, como o depoimento desta quinta-feira (23/3), do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Júlio Danilo.
“O Exército Brasileiro contribuiu diretamente, na minha concepção, para o que está acontecendo. No momento em que um general não deixa desmobilizar o acampamento e chega a sugerir o confronto de um Exército brasileiro contra uma força auxiliar, que é a Polícia Militar, ia ter um massacre.”
Avaliando que o acampamento no QG do Setor Militar Urbano foi palco dos planejamentos de crimes de 8 de janeiro, Hermeto citou ainda que havia “coronel do Exército dentro do Palácio do Planalto impedindo o trabalho dos policiais militares”, naquela invasão. “Tinha gente de bem? Tinha. Mas tinha bandidos ali planejando tudo. E aquilo tinha de ser retirado imediatamente, mas foi impedido pelo Exército Brasileiro. Precisamos ouvir os generais.”
A CPI aprovou pedidos para escutar alguns militares do Exército citados em depoimentos. O general Heleno foi convocado nas últimas semanas, por exemplo. Nesta quinta, os deputados ainda aprovaram convites para colher oitivas de Marco Edson Gonçalves Dias, ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, e Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto.