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Redução no preço da gasolina alivia a inflação no DF em julho

Valor dos combustíveis caíram após mudança no ICMS, no entanto, segundo especialistas em economia, o alívio é temporário

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Gustavo Moreno/Metrópoles
frentista do posto shell abastece veículo com gasolina
1 de 1 frentista do posto shell abastece veículo com gasolina - Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles

A redução de impostos sobre combustíveis, numa tentativa de frear a escalada do valor da gasolina, moderou o crescimento da inflação no Distrito Federal em julho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, mostra que neste mês o DF apresentou ligeira alta de preços, de 0,17%, contra 0,74% em junho.

A prévia do principal indicador de preço dos Brasil foi divulgada nesSa terça-feira (26/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra que a capital acompanha a tendência nacional, com forte queda de preços no setor de transportes. Em outras áreas, como alimentação e bebidas ou artigos de residência e vestuário, houve aumento.

Veja 10 itens que mais diminuíram de preço um mês no DF:

  1. Tomate: – 15,68%
  2. Cebola: – 13,49%
  3. Cenoura: – 13,08%
  4. Tubérculos, raízes e legumes: – 12,66%
  5. Batata-inglesa: -12,34%
  6. Pimentão: – 10,14%
  7. Couve-flor: – 9,17%
  8. Gasolina: – 7,20%
  9. Combustíveis: – 6,53%
  10. Laranja pera: – 6,44%

Alívio temporário

No começo de julho, o DF e outros 21 estados anunciaram queda no preço dos combustíveis após lei federal que reduziu o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) que incide sobre o produto.

Foi essa redução que freou o crescimento da inflação. No entanto, para o professor de macroeconomia e crescimento econômico do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Ellery, o alívio é temporário.

O docente explica que a inflação é puxada por fatores internacionais, como a pandemia de Covid-19, que abalou a economia global, e a guerra da Ucrânia, que mexeu com o fornecimento de combustíveis. No entanto, as políticas públicas influenciam no aumento de preços.

“Foram os combustíveis que puxaram a inflação para baixo. Se você olhar o dado aberto vai ver que o resto está lá em cima. Não foi um controle de preço tradicional, foi via imposto, isso é um alívio temporário”, prevê Roberto Ellery.

Segundo o professor, apesar de ser um redução bem-vinda, o salário do trabalhador continua comprando menos que há dois anos. “Vários itens andam [com inflação] acima de 1% ao mês, o que é muito alto. A medida que tem um aumento generalizado de preço, forma-se uma bola de neve”, pondera o especialista.

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Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS)
No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a composição do preço nos postos se dá por uma porcentagem em cima de cada tributo
O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis
Além do lucro da Petrobras, o valor final depende das movimentações internacionais em relação ao custo do petróleo, e acaba sendo influenciado diretamente pela situação do real – se mais valorizado ou desvalorizado
A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustível
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O preço da gasolina tem uma explicação! Alguns índices são responsáveis pelo valor do litro de gasolina, que é repassado ao consumidor na hora de abastecer

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Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS)

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No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a composição do preço nos postos se dá por uma porcentagem em cima de cada tributo

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O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis

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Além do lucro da Petrobras, o valor final depende das movimentações internacionais em relação ao custo do petróleo, e acaba sendo influenciado diretamente pela situação do real – se mais valorizado ou desvalorizado

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A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustível

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O disparo da moeda americana no câmbio, por exemplo, encarece o preço do combustível e pode ser considerado o principal vilão para o bolso do consumidor, uma vez que o Brasil importa petróleo e paga em dólar o valor do barril, que corresponde a mais de R$ 400 na conversão atual

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A alíquota do ICMS, que é estadual, varia de local para local, mas, em média, representa 78% da carga tributária sobre álcool e diesel, e 66% sobre gasolina, segundo estudos da Fecombustíveis

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