Redução no preço da gasolina alivia a inflação no DF em julho
Valor dos combustíveis caíram após mudança no ICMS, no entanto, segundo especialistas em economia, o alívio é temporário
atualizado
Compartilhar notícia
A redução de impostos sobre combustíveis, numa tentativa de frear a escalada do valor da gasolina, moderou o crescimento da inflação no Distrito Federal em julho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, mostra que neste mês o DF apresentou ligeira alta de preços, de 0,17%, contra 0,74% em junho.
A prévia do principal indicador de preço dos Brasil foi divulgada nesSa terça-feira (26/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra que a capital acompanha a tendência nacional, com forte queda de preços no setor de transportes. Em outras áreas, como alimentação e bebidas ou artigos de residência e vestuário, houve aumento.
Veja 10 itens que mais diminuíram de preço um mês no DF:
- Tomate: – 15,68%
- Cebola: – 13,49%
- Cenoura: – 13,08%
- Tubérculos, raízes e legumes: – 12,66%
- Batata-inglesa: -12,34%
- Pimentão: – 10,14%
- Couve-flor: – 9,17%
- Gasolina: – 7,20%
- Combustíveis: – 6,53%
- Laranja pera: – 6,44%
Alívio temporário
No começo de julho, o DF e outros 21 estados anunciaram queda no preço dos combustíveis após lei federal que reduziu o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) que incide sobre o produto.
Foi essa redução que freou o crescimento da inflação. No entanto, para o professor de macroeconomia e crescimento econômico do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Ellery, o alívio é temporário.
O docente explica que a inflação é puxada por fatores internacionais, como a pandemia de Covid-19, que abalou a economia global, e a guerra da Ucrânia, que mexeu com o fornecimento de combustíveis. No entanto, as políticas públicas influenciam no aumento de preços.
“Foram os combustíveis que puxaram a inflação para baixo. Se você olhar o dado aberto vai ver que o resto está lá em cima. Não foi um controle de preço tradicional, foi via imposto, isso é um alívio temporário”, prevê Roberto Ellery.
Segundo o professor, apesar de ser um redução bem-vinda, o salário do trabalhador continua comprando menos que há dois anos. “Vários itens andam [com inflação] acima de 1% ao mês, o que é muito alto. A medida que tem um aumento generalizado de preço, forma-se uma bola de neve”, pondera o especialista.