metropoles.com

Rede pública de saúde oferta plantas medicinais. Saiba onde encontrar

A SES-DF tem quatro hortos medicinais para cultivo de mais de 80 espécies de plantas utilizadas no tratamento de saúde de usuários do SUS

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Geovana Albuquerque/Arquivo-SES
Tintura de Funcho Farmácia Viva Riacho Fundo
1 de 1 Tintura de Funcho Farmácia Viva Riacho Fundo - Foto: Geovana Albuquerque/Arquivo-SES

Os brasileiros estão, cada vez mais, apostando em tratamentos à base de plantas medicinais e remédios fitoterápicos para combater infecções respiratórias, dores musculares, doenças de pele e ansiedade. Muitos desconhecem, mas a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) tem quatro hortos medicinais em toda a rede pública. Eles foram criados com o objetivo de cultivar plantas medicinais que serão utilizadas em tratamentos de saúde, visando agregar fitoterápicos para complementar o tratamento de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os quatro hortos medicinais funcionam na Unidade Básica de Saúde (UBS) nº 1 do Lago Norte, na Casa de Parto, em São Sebastião, na Farmácia Viva do Riacho Fundo I e na Farmácia Viva do Centro de Referência em Práticas Integrativas (Cerpis), em Planaltina.

Em 2021, por exemplo, a produção de fitoterápicos na Farmácia Viva do Riacho Fundo I mais que dobrou, aumentou 159%, de janeiro a novembro, em relação à produção de 2020 nesse mesmo período. No entanto, a produção ainda é muito pequena para atender toda a população do DF. Em três, dos quatro hortos, é feita a entrega da planta fresca, mediante prescrição.

Já a produção de medicamentos fitoterápicos é feita somente nas Farmácias Vivas do Riacho Fundo I, que distribui para 25 unidades básicas de saúde, e a do Cerpis de Planaltina, que distribui dentro da Região de Saúde Norte que abrangem a região administrativa e Sobradinho.

Saiba quais são as unidades básicas de saúde (UBSs) dispensadoras:

O médico de família e comunidade e Referência Técnica Distrital (RTD) de Fitoterapia, Marcos Trajano, explica com amor o projeto de hortos medicinais da UBS 1 do Lago Norte.

“O projeto da UBS 1 começou em 2018. A ideia foi fazer a implantação de uma atividade coletiva e comunitária dentro do espaço externo da unidade e que fizesse com que as pessoas tivessem algo para se encontrar em torno do cultivo de plantas medicinais. Que fosse uma oferta que tivesse não só o benefício mas também um protagonismo das pessoas”, detalha.

Veja imagens:

6 imagens
Horto da UBS 1 do Lago Norte
Horto em São Sebastião que fica na Unidade Mista de Saúde, onde funciona a UBS e a Casa de Parto
Horto de São Sebastião
Farmácia Viva do Riacho Fundo I
Tintura de Funcho produzida na Farmácia Viva do Riacho Fundo I
1 de 6

O médico Marcos Trajano no horto medicinal da UBS 1 do Lago Norte

Sandro Araújo/Agência Saúde-DF
2 de 6

Horto da UBS 1 do Lago Norte

Sandro Araújo/Agência Saúde-DF
3 de 6

Horto em São Sebastião que fica na Unidade Mista de Saúde, onde funciona a UBS e a Casa de Parto

Sandro Araújo/Agência Saúde-DF
4 de 6

Horto de São Sebastião

Sandro Araújo/Agência Saúde-DF
5 de 6

Farmácia Viva do Riacho Fundo I

Geovana Albuquerque/Arquivo-SES
6 de 6

Tintura de Funcho produzida na Farmácia Viva do Riacho Fundo I

Geovana Albuquerque/Arquivo-SES

“Chamamos de agrofloresta medicinal. O cultivo biodinâmico se relaciona com a vizinhança, não utilizando agentes químicos sintéticos. Usamos processos de melhoria da terra e isso se configura numa prática de promoção da saúde. É um espaço de segurança que oferta plantas medicinais como recursos terapêuticos saudáveis para melhoria da qualidade de vida da população”, acrescenta Trajano.

Na UBS 1 do Lago Norte são cultivadas mais de 80 espécies de plantas medicinais diferentes. Além de promover serviços ambientais, a atividade amplia o conjunto de cultivos no DF promovendo cultura de paz por meio da cooperação e integração entre servidores, gestores e usuários do SUS, ampliando o escopo de ofertas da Secretaria de Saúde.

O cultivo biodinâmico de plantas medicinais em agroflorestas é fruto do desenvolvimento tecnológico entre diversos setores da SES-DF, acompanhado da participação de entidades da sociedade civil, fundações públicas federais, entidades tecnológicas da capital e universidades de outras unidades federativas.

De acordo com Trajano, os hortos medicinais da UBS 1 do Lago Norte, do Cerpis de Planaltina e da Casa de Parto, em São Sebastião, oferecem as plantas medicinais cultivadas de forma fresca para os pacientes, através de prescrições de profissionais habilitados.

Ele esclarece que o projeto busca ser mais um produtor de plantas medicinais para reforçar a oferta dentro da capital da República.

“Nós não queríamos substituir as farmácias vivas e sim, incrementar o processo produtivo, incluindo as pessoas. Sou médico da unidade e posso indicar uma planta para tratamento de determinadas doenças como por exemplo uma planta para fazer um chá no controle da tosse e dor de garganta, sintomas da Covid-19. Na Casa de Parto, por exemplo, cultivamos plantas medicinais que auxiliam no processo de recuperação no pós-parto”, exemplifica o médico.

Produção e oferta

Na produção dos fitoterápicos, os princípios ativos são extraídos das raízes, sementes e folhas. As unidades da Farmácia Viva seguem os protocolos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e da resolução n° 886 de 20 de abril de 2010 onde diz que, as farmácias vivas deverão realizar as etapas de cultivo, coleta, processamento e armazenamento de plantas medicinais. Oriundos de horta ou horto oficial ou comunitário a serem dispensados no âmbito do SUS, não sendo permitida sua comercialização.

De acordo com a pasta, para ter acesso é necessário passar por um profissional de saúde habilitado na atenção básica (UBSs), e, em posse de prescrição, retirar gratuitamente em qualquer das farmácias cadastradas.

A Farmácia Viva do Riacho Fundo I tem a capacidade de produção anual de 30 mil medicamentos. Hoje, são utilizadas oito plantas medicinais para a produção de fitoterápicos e 13 medicamentos estão cadastrados na Relação de Medicamentos (Reme). Veja aqui.

A Farmácia Viva do Cerpis, em Planaltina, produz o xarope e a tintura de guaco – que pode ser utilizado por pacientes com diabetes por não conter açúcar em sua formulação, que serve como um expectorante -, a tintura de boldo, que serve para a má digestão, e a tintura de funcho que é indicado como antiespasmódico (contração involuntária dos músculos), entre outros.

Além de cultivar, colher, manipular e distribuir os fitoterápicos, a unidade entrega plantas frescas, secas e funciona com a porta aberta para a demanda espontânea da comunidade há 40 anos.

O cultivo biodinâmico de plantas medicinais em agroflorestas é o embrião do Programa Distrital de Plantas Medicinais, que visa expandir os hortos medicinais em todas as sete regiões de saúde, com a pretensão de implantar 15 novos hortos até o fim de 2022. Atualmente, 39 unidades de saúde já entraram com o processo para a implantação dos hortos medicinais. Até 2024 a intenção é ter 40 hortos medicinais em toda a rede.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?