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Radialista que fez piada racista atacou outra mulher: “Cabelo de pano”

Em maio, Breno Berlutinny ofendeu a jornalista Aline Tavares, uma mulher negra, ao falar do cabelo e da pele dela. PCGO investiga o caso

atualizado

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Imagem colorida de um homem negro, de cabelo preto curto, camiseta preta e corrente prata
1 de 1 Imagem colorida de um homem negro, de cabelo preto curto, camiseta preta e corrente prata - Foto: Reprodução

O caso de injúria racial divulgado pelo Metrópoles nessa terça-feira (26/11) não é o único que envolve o radialista Breno Marcelino Ferreira (foto em destaque), 36 anos.

Em maio deste ano, a jornalista de Formosa (GO) Aline Tavares, uma mulher negra, teria sido vítima de ofensas racistas do suspeito, também conhecido como Breno Berlutinny. Por meio de mensagens de voz, ele debochou do cabelo dela.

Nos áudios, Breno se referiu a Aline como “a do cabelo de pano” e “a que usa peruca”. À época, a jornalista usava entrelace – técnica de alongamento capilar que consiste em entrelaçar faixas de cabelo à raiz natural.

“Fala para essa moça aí que, lá no um e vinte e cinco ou na loja do turco [em referência a e comércios de Formosa], chegaram umas perucas mais bonitas, uns ‘mega hair’, uns ‘trem’ mais bonito lá, porque essa ‘tarrafa’ aí no cabelo está muito feio”, afirmou Breno. O radialista também faz piada com o rosto de Aline.

Ouça:

Os ataques ocorreram em um grupo de WhatsApp criado por colegas de Breno para, segundo Aline, ofenderem colegas da rádio onde ela trabalhava, a 92 FM. “Ele queria colocar [no grupo] todos os integrantes da minha antiga emissora, para atacar a todos nós. Ele age exatamente dessa forma”, contou Aline ao Metrópoles.

A jornalista destacou, ainda, não ter qualquer tipo de relação com Breno e que nunca falou o mencionou ao comentar qualquer notícia. “De repente, sem qualquer razão, até porque nunca falei com ele, [o radialista] começou com essa conversa no grupo. Não dei motivo para ele me atacar”, ressaltou.

Aline acrescentou que as piadas racistas foram endossadas por outros integrantes do grupo. “Todo mundo ficou rindo de mim. E isso perdurou por um bom tempo na cidade, com todo mundo comentando sobre o caso”, lamentou.

À época, Aline registrou boletim de ocorrência. A Polícia Civil de Goiás (PCGO) investiga o caso. “O delegado me disse que dará prosseguimento [às apurações]. E continuo esperando.”

O Metrópoles tentou contato com Breno Berlutinny, mas não teve retorno até a mais recente atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

Pode chorar, babuína

Na semana passada, Breno xingou outra colega de profissão em grupos de WhatsApp e chegou a fazer ofensas racistas contra ela.

Com uso de diversas palavras de baixo calão, o radialista atacou Clícia Balbino e a chamou “babuína”, fazendo um trocadilho racista com o sobrenome dela. “E pode chorar, ‘Clícia Babuína’. Chora, ‘Clícia Babuína'”, gritou Breno.

Clícia registrou boletim de ocorrência na última terça-feira (18/11), mesma data em que o radialista compartilhou as ofensas em um dos grupos do qual ambos faziam parte.

Na denúncia, à qual o Metrópoles teve acesso, a jornalista afirmou que Breno proferiu uma série de ataques contra ela, com frases como: “Você não tem coragem de levantar esse seu rabo gordo para fazer as coisas” e “Se manca, clandestina”, além de xingamentos como “vagabunda”, “Fiona do Rádio” e “Fátima Bernardes da Shopee”.

Clícia disse ser perseguida por Breno nos últimos três meses, devido a um suposto desentendimento entre o radialista e a mãe dela, uma ex-policial militar de Formosa. “Eles se conhecem há algum tempo e têm uma desavença, mas são questões dos dois. Só que ele me ataca usando isso”, completou a repórter.

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