Racha no Vale do Amanhecer: membros são expulsos por líder espiritual
Indignados com a atual gestão do Vale do Amanhecer, em Planaltina, membros da religião comentam que expulsões aconteceram sem justificativa
atualizado
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Indignados com a atual gestão financeira e espiritual de Raul Oscar Zelaya Chaves, presidente da Obras Sociais da Ordem Espiritualista Cristã (Osoec), que controla o templo do Vale do Amanhecer, em Planaltina, seis membros da comunidade foram expulsos do espaço. Os atos ocorreram na última sexta-feira (16/2), após a administração do local ser criticada continuamente por ter um caráter considerado opressivo.
“Aquela pessoa que diverge, ela é perseguida, sofre as consequências. Um grupo de membros se reuniu e se votou contra a tudo isso aí. Nós fizemos, então, uma eleição totalmente democrática para quebrar a regra do estatuto social que diz que o cargo dele [Raul Zelaya] é vitalício”, comenta Edvaldo Oliveira, advogado voluntário do Vale do Amanhecer.
Segundo o homem, nos últimos dias, o líder não permitiu que indivíduos da comunidade realizassem vigílias espirituais e chegou a fechar os templos do local. Edvaldo explica que, por fim, ele decidiu expulsar os membros sem justificativa.
“A pessoa não pode frequentar, nem participar dos rituais e nem usar as roupas. A pessoa pode, por exemplo, adentrar o templo, mas como um paciente”, diz Oliveira. Assim, a pessoa deixaria de ser um membro oficial da comunidade Vale do Amanhecer. Com a situação, os expulsos entraram na Justiça.
Joelson Neves Miranda, de 41 anos, está inserido na religião desde que nasceu e até hoje mora próximo do templo em Planaltina. Ele foi uma das pessoas expulsas neste mês.
“Quero deixar claro que o mestre Raul é um irmão, é um irmão em Cristo, é um irmão de doutrina e, pessoalmente, eu desejo a ele toda a felicidade do mundo, mas ele, enquanto gestor, deve satisfação ao corpo mediúnico e é isso que nós o cobramos”, comenta.
A maior parte das críticas, segundo Joelson, é porque o líder espiritual está alterando quase todos os rituais que foram deixados por Tia Neiva – fundadora da doutrina em 1969 – onde trabalhos espirituais poderiam ser conduzidos por médiuns mais experientes. Além disso, o membro aponta que a questão principal são as movimentações financeiras de valores que seriam atribuídos ao Vale do Amanhecer.
O Metrópoles tenta contato com a administração da Vale do Amanhecer. Não houve respostas até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.
Tia Neiva e a doutrina
Nascida em 1925, Tia Neiva fundou a União Espiritualista Seta Branca (UESB), em Goiás, com 34 anos de idade. Atualmente, a doutrina conta com templos espalhados pelo Brasil e por outros cantos do mundo, inclusive, nos Estados Unidos.