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“Queria ter ido atrás delas”, diz irmã de grávida encontrada morta

Com a constatação da morte de Shirlene e Tauane, família tenta seguir em frente. Polícia continua investigações para pegar assassino

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Mãe e filha desaparecidas
1 de 1 Mãe e filha desaparecidas - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A irmã mais velha de Shirlene Ferreira da Silva, que foi morta aos 38 anos em um córrego do Sol Nascente, nunca se sentiu tão impotente como quando a polícia fazia as buscas pela grávida e a sobrinha, de 14 anos. “Queria ter feito alguma coisa, ter ido atrás delas, na minha cabeça podiam estar vivas”, lamenta Shirlei Vieira da Silva, 39.

A irmã mais nova estava grávida de 4 meses e desapareceu em 9 de dezembro junto à filha, Tauane Rebeca da Silva. As duas foram encontradas mortas nessa segunda-feira (20/12).

Mãe e filha encontradas mortas foram esfaqueadas.

Quando questionada sobre a personalidade de Shirlene, a irmã é categórica, afirma que a mulher vivia sua melhor fase. “Ela nunca esteve tão calma, tão serena, vivia para os filhos, tinha parado de brigar com o marido”, relembra

As duas nasceram no município de São Caetano do Sul (SP), mas se mudaram com cerca de 1 ano de idade para o Maranhão.

“Quando eu tinha 12 e ela 11, mudamos pra Brasília, minha mãe corria atrás de oportunidades de emprego”, explica Shirlei.

Shirlene Ferreira da Silva

A irmã mais velha conta que os primeiros anos no DF foram difíceis, a família precisava se mudar constantemente, o que forçava as duas a cancelarem as matrículas nas escolas e, consequentemente, as motivou a abandonarem os estudos – além da gravidez.

“Nessa época, nós duas acabamos engravidando e viramos donas de casa”, narra Shirlei. “Nessa época, minha irmã tinha muitos amigos, brincava com todo mundo”, lembra. A familiar conta que a personalidade da irmã mais nova só mudou em 2013, quando a mãe das duas faleceu.

“Minha mãe acabou morrendo num acidente de trânsito e a Shirlene estava no carro, isso mudou ela pra sempre”, diz a irmã. Depois disso, Shirlene virou evangélica e passou a frequentar a Congregação Cristã Igreja do Véu. “Desde então, era de casa pra igreja e da igreja pra casa”, assegura Shirlei. Apesar de não ser religiosa, a irmã mais velha conta que a conversão não atrapalhou a relação das duas.

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 Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, e a filha Tauane Rebeca da Silva, 14 anos, desapareceram no dia 9 de dezembro, após saírem para tomar banho em um córrego no Sol Nascente. Shirlene estava grávida de 4 meses
A última pessoa a ter contato com as duas foi Lucas, 12 anos, filho caçula da mulher
Assim que seu pai, Antônio Batista, chegou do trabalho, o menino o alertou sobre o sumiço das familiares. Segundo o relato do jovem, a mãe pegou mochila, toalha amarela listrada, guarda-chuva e biscoito, e saiu com a irmã dele para o córrego, mas as duas não retornaram
Após contatar a família e não obter retorno quanto ao paradeiro da esposa e filha, Antônio Batista, marido de Shirlene, acionou os bombeiros. As buscas começaram no mesmo dia
No entanto, somente em 11 de dezembro, terceiro dia de investigação, a primeira pista surgiu. Segundo os bombeiros, cães encontraram chinelo e um guarda-chuva que, de acordo com Antônio, pertenciam às vítimas
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Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, e a filha Tauane Rebeca da Silva, 14 anos, desapareceram no dia 9 de dezembro, após saírem para tomar banho em um córrego no Sol Nascente. Shirlene estava grávida de 4 meses

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A última pessoa a ter contato com as duas foi Lucas, 12 anos, filho caçula da mulher

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Assim que seu pai, Antônio Batista, chegou do trabalho, o menino o alertou sobre o sumiço das familiares. Segundo o relato do jovem, a mãe pegou mochila, toalha amarela listrada, guarda-chuva e biscoito, e saiu com a irmã dele para o córrego, mas as duas não retornaram

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Após contatar a família e não obter retorno quanto ao paradeiro da esposa e filha, Antônio Batista, marido de Shirlene, acionou os bombeiros. As buscas começaram no mesmo dia

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No entanto, somente em 11 de dezembro, terceiro dia de investigação, a primeira pista surgiu. Segundo os bombeiros, cães encontraram chinelo e um guarda-chuva que, de acordo com Antônio, pertenciam às vítimas

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O quarto dia de buscas foi marcado pela informação de que Shirlene e a filha estariam em uma igreja em Samambaia, o que chegou a interromper a procura. Como a informação não se confirmou, as buscas foram retomadas

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Devido ao clima chuvoso e ao difícil acesso ao local, as buscas precisaram ser interrompidas por diversas vezes

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Em 14 de dezembro, sexto dia de busca, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu nova linha de investigação e passou a trabalhar com a hipótese de as duas terem fugido para o Piauí, terra natal de Shirlene

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Após oito dias e sem qualquer pista sobre o paradeiro de mãe e filha, os bombeiros encerraram a procura e as investigações ficaram apenas com a Polícia Civil do DF

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Em 18 de dezembro, no entanto, uma testemunha ocular informou à polícia que viu Shirlene e a filha descendo para o córrego. Com isso, as buscas foram retomadas

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Em 20 de dezembro, 11 dias após o desaparecimento, a PCDF encontrou os corpos das vítimas, cobertos por folhas, às margens do córrego

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A região onde os corpos foram encontrados é a mesma onde Cleonice Marques de Andrade, uma das vítimas de Lázaro Barbosa, foi morta pelo maníaco que aterrorizou o DF e o Entorno, em junho

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À época, a PCDF cogitou a possibilidade de que Shirlene e a filha poderiam ter sido vítimas de latrocínio, já que a mochila que elas levavam não foi encontrada

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Perto dos corpos das vítimas foi encontrada uma camiseta cinza que não pertencia a elas. O objeto foi enviado para o Instituto de Criminalística da PCDF

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De acordo com a polícia, os cadáveres estavam em avançado estado de decomposição. A corporação realizou perícia nos corpos e na área

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“Ela vinha na minha casa, passava o dia aqui e depois o marido vinha buscar. Nunca esteve tão bem, parou de brigar com o marido por ciúmes e estava muito feliz de que teria o quarto filho”, conta a familiar. “Ela fazia tudo pelos meninos, se eles pediam pra ir no parque, ela levava, nem pensava muito”, exemplifica.

Foi em um dos passeios com os filhos que Shirlene perdeu a vida. Ao levar a filha Tauane, de 14 anos, ao Córrego da Coruja, a fim de tomarem banho, ambas desapareceram.

A adolescente era tida como alguém muito apegada à família e carinhosa, além de esperta e desenrolada. “Cara… Minha filha era tudo cara… Não tem explicação… Minha filha era tudo. Era muito apegada comigo. Se tinha alguma coisa, ela me falava. Eu amo meus três filhos, todos somos muito apegados”, afirmou o pai de Tauane e marido de Shirlene, Antônio Wagner Batista da Silva, 41.

Tauane Rebeca da Silva

Nessa terça (22), a escola que a adolescente frequentava fez uma homenagem a ela. A comunidade escolar afirmou que está de luto pela morte da aluna do 7° ano C e sua mãe.

“É uma tragédia perdermos uma menina assim. Estávamos apreensivos com o desaparecimento e ontem (segunda-feira), infelizmente, recebemos a notícia e já ficamos sentidos e pesarosos. Alguns alunos e colegas delas vieram para a escola hoje e nós fizemos a homenagem”, ressaltou a vice-diretora da escola, Eliane Fernandes.

Homenagem para estudante Tauane
Cartaz de homenagem a menina Tauane

Veja imagens do local onde os corpos foram localizados:

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Principal linha de investigação da PCDF é o crime de latrocínio
Investigação foi conduzida pela 23ª DP
Movimentação na região de mata onde mãe e filha foram encontradas mortas
Shirlene Ferreira e sua filha, Tauane Rebeca, são as vítimas
Crime bárbaro ocorreu no Sol Nascente
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Local é de difícil acesso

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Principal linha de investigação da PCDF é o crime de latrocínio

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Investigação foi conduzida pela 23ª DP

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Movimentação na região de mata onde mãe e filha foram encontradas mortas

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Shirlene Ferreira e sua filha, Tauane Rebeca, são as vítimas

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Crime bárbaro ocorreu no Sol Nascente

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Corpos foram encontrados em uma região de mata no Sol Nascente

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Corpo de Shirlene estava coberto por folhas

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Região fica a 500 metros da cachoeira onde Shirlene e Tauane teriam ido

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Polícia diz que se trata de um crime e que o assassino tentou esconder o corpo

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Mulher foi encontrada 11 dias após ter sido dada como desaparecida

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Local fica na zona rural do Sol Nascente

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Investigação

A última descoberta da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) sobre o crime cometido contra Shirlene e Tauane foi a de que ambas sofreram golpes com faca. A informação foi confirmada pelo delegado Gustavo Araújo, da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte – Ceilândia).

“O laudo sai daqui a 10 dias, por enquanto a única coisa que temos é que a causa morte foi por objeto perfurocortante, facada. A mãe [levou a facada] na região torácica e a filha no pescoço”, revelou Araújo.

Os agentes trabalham com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). A principal evidência é que a mochila com os pertences que as duas levavam para o córrego não foi encontrada.

Com o fim das buscas e o final trágico que ceifou a vida de três vítimas – a mãe, o bebê e a filha de 14 anos -, agora os investigadores querem saber quem tirou a vida das vítimas, como e por quê.

O Instituto Médico Legal (IML) vai analisar se há vestígios de DNA nas unhas ou roupas que possam levar à identificação do autor do crime bárbaro.

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