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Quem quer ficar com o Mané? Terracap revela interessados na quinta (8)

Um dos grupos com interesse na arena é formado por empresas que administram os estádios do Grêmio e do Palmeiras

atualizado

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Igo Estrela/Especial para o Metrópoles
Eixo Monumental
1 de 1 Eixo Monumental - Foto: Igo Estrela/Especial para o Metrópoles

A novela da concessão envolvendo o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, o Ginásio Nilson Nelson e o Complexo Aquático Cláudio Coutinho pode chegar ao fim nesta quinta-feira (8/3). Às 10h, a diretoria da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) vai abrir os envelopes com as propostas dos interessados em assumir a ArenaPlex.

O negócio será o primeiro Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) viabilizado pela companhia e a segunda concessão da história da agência – a inaugural foi a do Pontão do Lago Sul, em 2002.

O evento é cercado de expectativas pela agência, uma vez que, além de ter desembolsado R$ 1,6 bilhão para construir o estádio, segundo apurou o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), a Terracap paga as contas da arena. Hoje, a manutenção mensal consome cerca de R$ 700 mil da empresa pública.

No máximo dois grupos devem comparecer ao auditório da Terracap e apresentar ofertas na quinta-feira. Um deles é formado pela Amsterdam ArenA, WTorre e empresários que moram em Brasília.

Os holandeses administram a moderna arena de Amsterdã e têm negócios em outros 13 países. No Brasil, participam da gestão de três palcos esportivos: em Porto Alegre (RS), com o estádio do Grêmio; em Natal (RN), com a Arena das Dunas; e em Salvador, com a Fonte Nova (BA).

Já o Grupo WTorre S.A. construiu o Allianz Parque, estádio do Palmeiras, e vai administrá-lo por 30 anos – contados desde 2014. Por ser parceira do alviverde de São Paulo, a tendência é que o clube paulista mande jogos em Brasília quando a sua casa estiver ocupada com a agenda de shows.

O outro consórcio interessado teria como parceiros empresas e construtoras brasileiras. Os nomes, contudo, são mantidos em sigilo.

O vencedor vai administrar o complexo por 35 anos. Em troca, pagará R$ 5 milhões anuais para a empresa pública e um percentual aplicado em ganhos eventuais. O resultado do certame está previsto para abril.

Antes de a operação compartilhada das praças esportivas ter início – com contrato firmado entre governo e o grupo escolhido –, a ArenaPlex precisa ser aprovada pela Câmara Legislativa, por meio de Projeto de Lei Complementar (PLC).

Lentidão
Dois anos se passaram desde a publicação do edital de chamamento para a concessão, em março de 2016. O Procedimento de Manifestação de Interesse andou a passos de tartaruga até o fim de 2017, quando ganhou corpo e deslanchou.

Nesse intervalo, a Terracap alinhavou as diferenças de entendimentos com a Secretaria de Gestão do Território e Habitação (Segeth), incumbida das questões relativas ao uso de ocupação do solo na capital.

A demora no andamento do PMI, o alto custo e os riscos do negócio afugentaram interessados. Além de desembolsar R$ 5 milhões anuais, o grupo disposto a administrar o estádio mais caro da Copa do Mundo de 2014 – e envolto em um escândalo de suposto pagamento de propina para financiamento de campanhas – precisará investir cerca de R$ 200 milhões.

Esse dinheiro será destinado a transformar a área ao redor da praça desportiva em um grande complexo, com salas comerciais, bares, restaurantes, lojas e permissão para explorar 7 mil vagas de estacionamento. Na avaliação do governo e empresários, é a construção desse boulevard que garantirá o retorno do investimento.

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Até o gramado do estádio foi investigado por suspeita de superfaturamento
Mesmo tendo custado R$ 1,6 bilhão, a arena candanga está bastante danificada
Espelho quebrado no banheiro masculino da arquibancada inferior do Mané Garrincha. Reparos de diversas áreas são cobrados na Justiça
Luminárias desligadas no Mané Garrincha. Estrutura precária para receber os torcedores
Durante partida entre Flamengo e Vasco pelo Carioca de 2017, estádio teve apagão
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Inaugurado em 2013, o Mané Garrincha é considerado o mais caro dos estádios erguidos no país para a Copa 2014

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Até o gramado do estádio foi investigado por suspeita de superfaturamento

Daniel Ferreira/Metrópoles
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Mesmo tendo custado R$ 1,6 bilhão, a arena candanga está bastante danificada

Ian Ferraz/Metrópoles
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Espelho quebrado no banheiro masculino da arquibancada inferior do Mané Garrincha. Reparos de diversas áreas são cobrados na Justiça

Ian Ferraz/Especial para o Metrópoles
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Luminárias desligadas no Mané Garrincha. Estrutura precária para receber os torcedores

Ian Ferraz/Especial para o Metrópoles
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Durante partida entre Flamengo e Vasco pelo Carioca de 2017, estádio teve apagão

Daniel Ferreira/Metrópoles
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Veto da CBF afastou do estádio clubes da Série A

Daniel Ferreira/Metrópoles
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A cobertura do estádio está entre os itens que podem ter sido superfaturados

Felipe Menezes/Metrópoles
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O Mané Garrincha recebeu 10 partidas dos Jogos Olímpicos 2016. A seleção masculina de futebol, campeã do torneio, jogou no local duas vezes e empatou sem gols em ambas as disputas. Do lado de fora, torcedores reclamaram de longas filas

Michael Melo/Metrópoles
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O Mané Garrincha abriu espaço para as mulheres mais de uma vez: em 2013 e 2014, foi disputado o Torneio Internacional Feminino, com direito a show de Marta (na foto, à esquerda) e companhia

André Borges/Agência Brasília
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Obras do novo Mané Garrincha, que recebeu o prenome de Estádio Nacional de Brasília, duraram três anos

Divulgação
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O antigo Mané Garrincha foi inaugurado em 10 de março de 1974, com capacidade para 45,2 mil torcedores. Acabou demolido para dar lugar ao moderno Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha

Arquivo Público do DF

Prejuízo
Com a cessão à iniciativa privada, a Terracap espera se livrar dos custos de administração da arena. Abandonado em 2017, o Estádio Nacional de Brasília acumulou o maior prejuízo de arrecadação desde a sua reabertura, em 2013.

De janeiro a dezembro, a arena embolsou R$ 760.593,97 com os jogos e eventos feitos na praça desportiva. O valor, contudo, mal cobre o gasto referente a um mês, que gira em torno de R$ 700 mil.

Durante toda sua operação, o estádio sempre ficou no vermelho. Em 2017, obteve R$ 1,7 milhão com jogos e espetáculos, mas apresentou dispêndio de R$ 8,7 milhões – cerca de R$ 7 milhões de prejuízo. O cenário foi o mesmo em 2013, 2014 e 2015, o que motivou a Terracap a abrir processo de concessão do espaço à iniciativa privada.

De lá para cá, a situação financeira referente à arena se agravou. Um dos principais golpes no Mané Garrincha foi dado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pelos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro.

Em fevereiro de 2017, foi proibida a venda de mandos de campo para outros estados que não os de origem dos times. Nem mesmo a permissão para jogos da Primeira Liga e da Copa Sul-Americana mudou o cenário. Clubes e empresários preteriram o estádio. Os motivos variaram desde o custo de aluguel até o desinteresse de dirigentes. Sem o futebol, o espaço perdeu sua principal atividade.

Apresentação Audiência Pública Terracap – ArenaPlex by Metropoles on Scribd

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