Quem é o ex-deputado que mandou matar garoto ao desconfiar de traição
Carlos “Adão” Xavier foi deputado em três legislaturas e é o parlamentar responsável pela criação do Dia do Evangélico no calendário do DF
atualizado
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Condenado em duas instâncias por mandar matar um adolescente de 16 anos que acreditava ser amante da esposa e preso nessa segunda-feira (19/2), o ex-deputado Carlos Xavier foi o primeiro distrital cassado na história da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Também conhecido como Adão Xavier, o ex-parlamentar recebeu uma pena de 15 anos de prisão, em 2014, por homicídio. O crime ocorreu em 2004, quando estava na terceira legislatura no DF.
O político foi eleito em 1994, em 1998 e em 2002 pelo PPB e pelo PSD. Como parlamentar, Carlos Xavier foi o responsável por criar a Lei nº 893, de 1995, que instituiu o Dia do Evangélico no calendário distrital. A data é comemorada em 30 de novembro.
Em 2004, Carlos Xavier desconfiou que o adolescente Ewerton Ferreira mantinha um relacionamento com sua mulher, com quem foi casado por 14 anos, e encomendou a morte do rapaz. O corpo de Ewerton foi encontrado com marcas de tiro de revólver atrás de uma parada de ônibus no Recanto das Emas.
Crime
Segundo o processo, Xavier contratou o capoeirista Eduardo Gomes da Silva, conhecido como Risadinha, Leandro Dias Duarte e um adolescente para executarem a vítima. O ex-parlamentar pagou R$ 15 mil pela execução do jovem.
Uma das testemunhas de defesa de Carlos Xavier foi o ex-deputado federal Laerte Bessa. Na época do crime, Bessa era o diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal.
Em abril de 2014, ele foi condenado a 15 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, pelo crime de homicídio. A decisão havia sido confirmada em segunda instância no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Em 2018, enquanto ainda estava foragido, o então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski concedeu habeas corpus ao político. No ano anterior, o ministro já havia concedido uma liminar autorizando que o ex-distrital permanecesse em liberdade, decisão derrubada poucos meses depois.
O ex-deputado era procurado desde fevereiro de 2022, quando foi expedido um mandado de prisão pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal.
Carlos Xavier foi preso nessa segunda-feira (19/2) e levado à 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Quando foi preso, o político estava em um carro Toyota Hilux e tinha consigo R$ 1,3 mil em espécie.