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“Quando eu cheguei meu filho estava caído”, diz pai de PM morto no DF

Walisson Holanda, 28 anos, foi assassinado na garagem de casa, em Ceilândia. Os bandidos queriam o carro da vítima. Três foram presos

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foto do waslisson Holanda Fernandes policial assassinado em ceilandia após tentativa de roubo
1 de 1 foto do waslisson Holanda Fernandes policial assassinado em ceilandia após tentativa de roubo - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

Na manhã desta terça-feira (17/11), menos de 24 horas após o latrocínio do policial militar Walisson Holanda Fernandes, 28 anos, moradores da rua onde o militar morava e foi assassinado ainda estavam em choque. Muito abalado, o pai da vítima, o aposentado Manoel Dias Fernandes, 68 anos, disse que o sentimento se resume em tristeza. “Uma tragédia. Estamos sem chão”, disse ao Metrópoles.

O PM morava com a mãe, o pai e um irmão mais velho, de 31 anos. Manoel não estava em casa na hora do crime. Já a mãe e o primogênito, estavam no andar de cima da casa.

“Eu estava na rua de cima. Ouvi muitos tiros, me assustei e vim correndo. Quando eu cheguei meu filho estava caído. Os vagabundos já tinham corrido”, comentou o pai.

Segundo o pai de Walisson, o filho estava com três amigos no fundo da garagem. O carro estava com metade para fora e eles fumavam narguilé na parte de trás. “O que sabemos é que o carro com o trio passou em frente à casa e parou no fim da rua. Dois bandidos desceram e anunciaram o assalto. “‘Não se mexe que é um assalto’, foi o que eles falaram, segundo testemunhas”, relembra Manoel.

Ainda segundo o aposentado, não se sabe quem deu o primeiro tiro, se o bandido ou o PM. “Meu filho era gente muito boa. Tranquilo, trabalhador. Gostava de sair mas nunca mexeu com coisa errada. Às vezes fazia confraternizações aqui com os amigos”, lamenta.

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O pai contou à reportagem que Walisson atuava como policial da corporação havia 7 anos. Segundo ele, o jovem estava focado atualmente na venda de dois carros, uma Saveiro amarela e um Honda Civic, para investir em uma chácara que havia comprado recentemente. “Ele iria trocar numa caminhonete e investir no lote da chácara. Infelizmente não vamos poder vê-lo continuar crescendo. É muito duro.”

A mãe de Walisson, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) recentemente, passou mal ao receber a notícia do assassinato do filho. “Ela está arrasada e sem conseguir falar. Infelizmente, nesse país não tem Justiça. Prende hoje e amanhã tá solto. O meu filho, conosco, não vamos ter nunca mais.”

Vizinhança tranquila

Um vizinho que mora na casa ao lado contou ao Metrópoles que ouviu tudo. “Eu havia chegado em casa tinha cerca de 40 minutos. Estava assistindo televisão e ouvi os tiros. Uma sequência de, no mínimo, oito disparos. Pareciam fogos, quando eu vim para fora para ver o que estava acontecendo, um dos assaltantes estava em frente ao meu portão e mirava o revólver para a casa do policial. Logo depois, ele correu. Eu o reconheci nas reportagens. É um dos que foi preso em Águas Lindas”, disse o homem, que preferiu não se identificar.

O vizinho diz que não era próximo da família de Walisson, mas sempre o achou muito cortês. “A gente sempre se dava bom dia quando nos víamos aqui na rua. Estamos todos abalados. Aqui é uma rua tranquila. Nunca presenciei crime e nem ouvi relatos sobre. Todos ficaram surpresos com o ocorrido. Numa segunda-feira, às 19h30. Uma situação assustadora”, disse o homem.

Outra vizinha que reside na QNP 17, mesma quadra onde houve o crime, disse que conhecia o jovem PM há muitos anos. “Um garoto do bem. Adorava reunir os amigos, mas sempre muito respeitador. Ligava o seu som sem incomodar ninguém. Um grande profissional. Estamos todos muito desolados.”

O crime

Dois amigos de infância de Walisson Holanda , narraram, com detalhes, como foi a abordagem dos criminosos e os últimos momentos de vida do PM. Em depoimento à PCDF, o jovem, de 26 anos, contou aos policiais da 19ª Delegacia de Polícia (P Sul) que ele, Walisson e mais uma amiga haviam se reunido para conversar na casa do militar. Ele diz ter chegado ao local por volta das 15h30 e que todos ficaram conversando na garagem da casa do PM.

Por volta das 19h, a testemunha afirma que um Fox branco passou em baixa velocidade pela rua. Os amigos repararam que uma mulher de cabelo grande e preto dirigia o carro e não levava passageiros. Alguns segundos depois, dois indivíduos passaram andando no mesmo sentido em que o Fox, como se tivessem desembarcado do veículo.

Quando esses suspeitos passaram, ambos ficaram olhando fixamente para a casa do PM, bem como para o militar e os amigos que estavam ali reunidos. Os criminosos estavam de bermuda e blusa de frio. Assim que a dupla passou, Walisson alertou os amigos e disse: “Fiquem espertos”.

Alguns segundos depois, um dos indivíduos que havia acabado de passar retornou pelo canto do muro já com um revólver apontado para as vítimas dizendo “fica todo mundo quietinho”. Em seguida, houve disparos de arma de fogo.

A partir desse momento, o jovem disse que não se recorda de muita coisa. Quando deu por si, estava dentro da casa de Walisson ouvindo ele gritar. Imediatamente saiu e encontrou o PM baleado no peito, pálido e agonizando de dor. Após verificar a gravidade da situação pediu socorro via telefone.

Os autores foram localizados em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF. O trio foi identificado como: Vinícius Libório da Costa, 18 anos, Valdomiro Ferreira Alves Júnior, 22, e Luciana Sammarco, 29.

Policial morto

Depois da troca de tiros, o soldado ainda foi levado para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) inconsciente e em estado grave, mas não resistiu e morreu alguns minutos depois de dar entrada na unidade hospitalar.

O velório de Walisson acontecerá nesta quarta-feira (18/11), na capela 2 do Cemitério Campo da Esperança de Taguatinga, das 9h às 10h30. O sepultamento está marcado para as 11h.

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